21 de nov. de 2010

6. Qual medo é o pior

RENESMEE...
Nunca pensei que Jacob poderia fazer isso. De onde ele teve essa ideia. Não estou menosprezando o meu amor, mas, ele nunca foi romântico. Deve ser ideia de Edward para a gente fazermos as pazes. Mas eles sabem que eu não consigo ficar muito tempo brava com ninguém. Nem com quem merecia o meu desprezo.
Jacob ainda estava no banheiro. Tem mais surpresa? Ele nunca demora no banho.
Em nossa cama estava uma caixinha com um bilhete em cima. Li-o depois de ver o conteúdo da caixa. Tinha um espartilho roxo. Então li o bilhete:
“Para o fogo da nossa paixão não se apagar. Vamos aproveitar a última noite que temos sem nossos filhos, fruto de nosso intenso amor. Eu te amo meu amor”
Então vesti o presente, entre luz de velas por todo o quarto. O quarto brilhava com uma infinidade de velas acesas dentro de candelabros de vidro, e o calor que emanava das pequenas chamas impedia que eu sentisse frio, se é que fosse possível com ele. Ele tinha deixado uma garrafa de champanhe na mesa de cabeceira ao lado dele, e duas taças cintilavam à luz das velas, já cheias pela metade. E tinha pétalas de rosa vermelha no chão.
Jacob saiu enfim do banheiro. Ele andou até a mim, mordeu o meu ouvido externo. Claro que eu conseguia imaginar a extensão do desejo que o consumia. Eu via isso em seus olhos, nos lábios entreabertos, na respiração, e tudo aquilo me levava à beira da insanidade, como se sua paixão alimentasse a minha.
Ele passou as mãos pelas minhas costas, agora nuas, só que agora para espalhar um líquido em um frasco no armário do banheiro, que Alice deixara, é claro. A substância era oleosa, com um perfume bastante agradável, vinha de plantas e flores.
- Não sabia que você também entendia dessas coisas - eu comentei, com a voz baixa e entrecortada.
- Assisto filmes de vez em quando.
- Que tipo de filmes você anda assistindo, hein? - eu perguntei, enquanto seus dedos iam encontrando pontos de tensão nos músculos e desfazendo devagar, com cuidado.
- Você se surpreenderia - respondeu, me provocando.
- Jacob! Você não andou assistindo... - eu não consegui terminar a frase, e ele não conseguiu conter suas risadas.
A noite ainda era uma criança, e aparentemente a satisfação que ele alcançara havia diminuído um pouco sua urgência. Quando se deu por satisfeito, ergueu-me novamente, e me levou até o chuveiro, para que retirasse o excesso do óleo. Ao ver a expressão de prazer em seu rosto não consegui me conter, colei meu corpo no seu, sentindo a pele dele deslizar contra a minha, e o beijei até ficarmos ambos sem fôlego nenhum, enquanto as mãos dele deslizavam por mim já com certa desinibição; sem, mas meu peito queimava, e a boca ardia de desejo.
Meu coração acelerou. A sensação de poder causar nele sensações remotamente parecidas com as que ele me causava era viciante; eu não conseguia pensar em parar. Queria que aquela noite durasse para sempre.
Quando tudo terminou – e na verdade não tinha terminado, cada pausa era o prenúncio de algo cada vez mais enlouquecedor. Em alguns momentos eu percebia tudo nitidamente. Os olhos haviam se acostumado à escuridão, e a lua descera a janela, deixando tudo branco. Lua minguante é claro.
Meu corpo estava cansado, dolorido, sentira momentos curtos de dor, mas tudo aquilo virava nada quando comparado com o tudo que tínhamos alcançado naquela noite. Foi com essa certeza e determinação que adormeci, já ouvindo alguns pássaros ao longe, anunciando a chegada iminente do sol. Ainda estava tudo escuro, mas eu podia sentir a mudança no ar, meu corpo estava muito consciente de tudo. Ele despertara, enfim.

- Bom dia, meu amor – eu ainda estava no mundo da lua, e nem percebi que Jacob havia me chamado – amor?
- Oh! Bom dia amor – ontem à noite, nossa, ele sabe de superar mesmo.
- Feliz aniversário! – aniversário? O meu aniversário ainda está longe. Eu olhei a ele sem saber do que ele estava falando.
- Não acredito de você esqueceu – Jacob mostrou decepção. Que aniversário seria?
- Pode me dar uma ajudinha pra me lembrar? – eu ainda estava com a cara “me desculpa?”
- A, não. Fale que você está brincando! – olhei para ele só com o olho esquerdo.
- Brincadeira. – não acredito que esqueci. Do que se tratava esse aniversário afinal?
- Você sabe. Não sabe? – ele estava com uma esperança de que eu estivesse lembrado. Na verdade, esperança de que eu não tivesse me esquecido.
- Ain. Não! Desculpe-me amor, sabe que eu não sou ligada em datas – Jacob saiu da cama, desapontado, saiu do quarto e parou na porta, jogou um buquê de minhas rosas prediletas. Orquídeas roxas.
Peguei o cartão e li. Como pude me esquecer, é claro. Aniversário de casamento. Deitei na cama e me derramei em lágrimas. Sou uma idiota mesmo. Burra. Burra. Burra. Repeti várias vezes. Foi aí que escutei alguém ao meu lado. Jacob? Olhei e era Alice.
- Não se culpe amorzinho. Ele também se esqueceu. Quem lembrou foi Edward. Exija perdão. Ele também é culpado... – não esperei duas vezes, corri para conversar com Jacob – obrigada tia Alice – disse já fora do quarto.
- Como você pode esquecer? – Jacob estava bravo comigo
- Como você pode me exigir de algo que você também havia esquecido?
- Alice...
- Sim, Alice – o abracei. – eu te amo. Espero que isso não mude o que você sente por mim.
- Nem um pouquinho. Tá. Desculpe, também tenho culpa.
- O que temos pra comemorar o dia?
- Não muita coisa. Hoje à tarde as crianças chegam...
- É claro – disse meio tristonha, mas feliz.
- Enquanto eles não chegam... – Alice deixou tudo pronto, café da manhã completa. Pra Jacob, é claro.
- Que aventuras temos pra hoje? – perguntei rezando que não fosse nada relacionado à altura. De uns tempos para cá fiquei medrosa com isso!
- É surpresa amor! Mas eu garanto que você vai se divertir muito. – tomara. Tentei esquecer-me do medo. Não irei pensar nisso que pode até atrair.
- Tudo bem.
Ficamos namorando por um longo tempo. E num momento Jack levantou do sofá e foi pro quarto. O sofá dá as costas para o nosso quarto. E de repente ele colocou uma venda nos meus olhos e me guiou por um bom tempo. Ele me pegou no colo e deus alguns passos e me colocou dentro de alguma coisa. Ele agora colocou algo no meu ouvido pra bloquear o som. O que Jack estava aprontando. O objeto se moveu e Jack tirou os equipamentos de som e de visão, e quando me vi estávamos á alguns metros do chão. A surpresa de Jacob era voar num balão, só nós dois.
Começou a vim o pânico. Tentei pensar nas crianças para o pânico não tomar conta de mim, e lembrei-me de outra preocupação. De Camily amar um Volturi. A maior preocupação agora qual seria? Difícil a decisão. Respirei fundo e tentei me imaginar que eu estava voando, sonhando, alguma coisa. Melhor sonhar, pois dali eu não terei medo de cair.
Beijamos-nos, nos acariciamos e em um momento o balão começou a perder altura. Nosso passeio estava chegando ao fim, e o dia também.
Quando o balão tocou no chão, e nós também, eu estava tranquila. Parece que o meu medo não me tomou hoje.
- Cadê o seu pânico, Nessie? – Jacob estava me zoando.
- Parece que hoje o medo deu trégua. Mas não tente fazer isso novamente tá?
- Pode deixar amor. Talvez na próxima seja outro tipo de adrenalina – olhei a ele com os olhos arregalados.
- Você não está falando sério, está?
- Porque não estaria? Vamos provocar a insanidade do seu medo – Jacob deu uma risadinha, meio que sem graça.
- Nem pense nisso Jacob Black Cullen – não queria me irritar com ele. Hoje não.
- Já pensei amor. E já estou planejando – estou tentando controlar a vontade de gritar com ele, mas não quero fazer isso. Sei que irei me arrepender depois.
- Não irei falar mais nada porque não quero ficar aborrecida com você hoje. Hoje pelo menos.
- Sabia que podia falar isso para você agora. Mas ok. Fugi de uma briga por hoje! – ele riu, e beijou.
Fomos pra casa. Tomamos banho e fomos pra casa de Bella e Edward para irmos juntos buscar as crianças no aeroporto. Chegando ao vovô Carlisle, Alice nos disse que o avião das crianças irá atrasar meia hora ou mais. Conversamos todos, mas todos na verdade queriam saber como que foi o nosso dia de hoje. Feliz o papai que pode saber de tudo, sem ao menos a gente citar uma palavra.
- Filha, desculpe o Jacob, na verdade fui eu quem insistiu para que ele te levasse no balão – papai estava preocupado conosco.
- O que. Eles brigaram? – tio Emmett perguntou intrigado.
- Só uma pequena discussão. Mas está tudo bem não é Nessie?
- Sim. Está bem. – pelo Jacob, nem teríamos desentendimentos.
- É filha, você tem sorte pelo Jack não ser paranóico, como você é ás vezes – papai riu. Não é paranóia, pai, eu amo o Jack.
- Eu não tenho dúvida disso! – eu o abracei e abracei Jack e demos um longo beijo.
- Tá. Não precisa explicar nada. Estou vendo que foram mil maravilhas esta noite. E hoje o dia todo. – Alice disse. Ainda estávamos nos beijando.
Alice nos avisou que já estava na hora de irmos ao aeroporto. Chegamos junto com o avião. Quando eu vi a Liza e o Joe, não me segurei e chorei, e corri ao encontro deles.
- Saudade de vocês meus amores – a saudade era imensa.
- Também estamos com saudade mãe – os dois disseram.
- Meus filhos parecem que vocês cresceram nesses dias – Jack abraçou-os.
- Ah! Parabéns pelo aniversário de casamento. Foi Joe quem lembrou – Nessie nos parabenizou.
- Obrigada meus amores – nossa, ele lembrou o que nós dois esquecemos.
Enquanto abraçavam os Cullen, foi conversar com Camily.
- Como foi de viagem, Camily? – na verdade queria saber um exato ponto dessa viagem, mas converso sobre isso com calma.
- Foi maravilhoso, Nessie. A cidade é linda, senti vontade de aprender italiano. Dialeto muito bonito.
- Que bom que você gostou do presente – abracei-a.