7 de jan. de 2011

8. A parte mais difícil

A caminho da casa de Nessie, eu estava muito quieta. Planejando o que falar a eles da minha indecisão. Mas já que eu não posso fugir então irei me entregar ao homem que eu amo.
- Porque você está tão quieta? Eu necessito ouvir a sua voz.
- Só tentando imaginar como seria viver eternamente, e com você.
- Não seria fascinante? Eu não vejo a hora de tê-la em meus braços e dizer pro mundo que você é minha, e pra sempre será. Eu estou tão eufórico, você nem imagina o quanto.
Alec parou de correr, me puxou de suas costas e me deixou deitada em seus braços, feita uma criança. Beijou a minha testa e desceu em meus lábios. Seu beijo era urgente e doce.
Chegando a frente da casa de Nessie, Alec disse que a casa estava vazia, então fomos para a casa dos Cullen. Percebi que Alec com muita atenção na casa de Nessie, como se tivesse tentando memorizá-la, ou algo parecido. Já na casa dos Cullen, que estava cheia, Alec me soltou no chão, cruzou seu dedos nos meus, e me levou até a porta e apertou a campainha. O seu dedo mal o encostou e Alice logo atendeu a porta.
- Entrem, por favor.
- Claro. Vamos amor? – Alec estava com um sorriso de orelha a orelha, e me levou pra dentro da casa. Soltou as minhas mãos e segurou a minha cintura, como uma proteção excessiva.
- Se despeça deles e vamos logo – Alec estava com pressa de me levar pra longe daqui. Deu pra perceber.
- Nada disso. Ela não sairá daqui de Forks.
- Quem irá me impedir? Vocês? Vocês não é páreo para mim.
- Nessa luta estão não só os vampiros. Se me permite dizer, a tribo de meu marido não são fraquinhos não – Nessie estava disposta a me impedir de ir com ele, independente de minha escolha.
- NÃO – Alice gritou – teremos visitas. Se Alec não levá-la logo, virão dispostos a acabar com o que faz Camily indecisa a segui-los.
Minha ficha está caindo. Eles são mesmo o que Nessie me disse. Pena que é tarde de mais.
- Vamos Alec. Não quero que sua família toque em um fio de cabelo deles. Ao contrário, farei questão de ser destruída também. Você quem escolhe – falei mais com um tom de ameaça do que de suplica.
- Com todo o prazer. Adeus pra quem fica. Espero que seja pra todos.
Alec me deu selinho um pouco demorado de mais, me colocou em suas costas e, corremos em direção de onde os restantes dos Volturi estão. E acabei dormindo. Como havia passado a madrugada toda acordada conversando com Nessie, estava muito cansada. Quando acordei já estava no avião.
- Boa noite meu anjo. Dormiu bem? – Um homem que nem conheço puxou papo comigo.
- Boa noite, eu estou bem. Desculpe-me, mas, quem é você?
- Eu me chamo Marcus. Eu mando tanto quanto Caius e Aro. Aro – Marcus chamou-o com voz muito baixa. Como Nessie me disse, eles não precisam de voz alta para ouvir de longa distância.
- Minha mais nova integrante da família, aproveitou seus últimos momentos de sono, como humana?
- Vocês irão me transformar?
- Mas é claro. Não quero correr o risco de te devorar e perde-la. A propósito, você só me serve como vampira, não como uma humana indefesa.
- E quem me transformará, e como?
- Alec se ofereceu. Ele não quer que você passe dor, então ele me sugeriu sedá-la e quando estiver em sono profundo, injetaremos o veneno em você e acordará uma de nós, oficializada.
- E quando ele fará isso?
- Chegaremos a casa, você irá se adequar com o espaço, lhe ditará as regras. E precisaremos estar muito bem satisfeitos, e de início você precisará de muitos humanos para matar toda a sede, que todo recém-nascido tem. Então precisamos encher a nossa reserva. Isso leva um tempinho.
- Tempinho, quanto?
- A sorte sua é que conseguimos um numero grande de humanos pra depois de amanhã. Nesse dia você estará por dentro de tudo e preparada.
- Ótimo.
- Ah! Não se preocupe com seus amigos de Forks. Não tocaremos neles, a seu pedido e de Alec. Quando estiver bem controlada de sua sede, eu prometo que você poderá visitá-los uma vez por ano. E, dependendo de sua obediência, poderemos negociar essa visita para mais vezes. Só depende de você.
Eu o abracei, sem me tocar realmente no que eu estava fazendo, agradeci quantas vezes achei necessário, e por todo o avião, dava saltos de alegria, entusiasmo, entre outras emoções.
Sentei no colo de Alec, comecei a beijá-lo e alguém pigarreou, mas eu nem dei bola. Sentei ao lado dele e adormeci novamente.
Acordo com alguém me colocando em algum lugar, que estava mais calmo, eu nem tinha forças de abrir os meus olhos e ver quem era e onde eu estava. Da pouca consciência que tinha naquele momento ouvi uma conversa, baixa, mas não o bastante que me impedisse de ouvir.
- Porque não no meu quarto?
- Por que vocês não irão viver como vida de casados. Será de mais para mim, vê-los melosos. Você sabe que isso não é a imagem que quero ver pra toda a eternidade. E por favor, guarde esses momentos só pra você.
- Sim Senhor.
- E outra. Se você matar toda a saudade que tem por ela, daqui algum tempo você estará saturado de vê-la em sua frente. E irá me pedir para que eu a mande pro inferno. E não quero perde-la. Não depois de tanto trabalho que vocês me deram de consegui-la. Você torna uma tarefa fácil em dor de cabeça. Inacreditável.
- Como quiser Senhor.
Acordei, e fiquei pensando, será que o que eu ouvi foi um sonho? Espero que sim. Levantei e vi que havia um guarda roupa ocupando toda uma parede do meu novo quarto. Abri as duas primeiras portas, capas e roupas pretas, outras duas portas, também, outras também, e foi nas duas últimas que me surpreendi. Todas as minhas roupas estavam ali. Todas as roupas mesmo. As de verão e de inverno. Mas como encontraram a minha casa?
- Posso entrar? – Aro pediu após bater na porta.
- Claro! Como encontraram a minha casa...
- Nós te rastreamos, na verdade eu e Alec. Você havia voltado do hospital quando fomos a sua casa. Pegamos todas as suas coisas, bom, acho que tudo, e, enquanto Alec estava esperando pra conversar com você, Fui para outra cidade para esperar vocês. Enganei a Alice, direitinho, não é?
- Acho que sim.
- Bom, vou deixá-la se arrumar. Eu recomendo esse vestido e essa capa. Só não demore muito.
- Eu não vou.
Aro desapareceu como um passe de mágica. Muito que magia fosse à cara deles. Ri com esse pensamento, enquanto me vestia. Pra mim, essas roupas pretas eram todas iguais. Sem graça alguma.
- Uau, você está linda.
- Obrigada.
- O que eu falar promete não ficar chateada comigo ou coisa do gênero?
- Eu prometo. Fala.
- Esse quarto e, essas roupas pretas ficaram intactas quando a Nessie foi embora daqui. Ela dormia nesse quarto e, usava essas roupas. Uma prova de que eu esperava ela voltar aqui e ficar definitivamente. E agora você está aqui e, espero de fique.
Deu-me uma pontada de ciúmes. Ainda bem que sou eu que estou aqui e não ela.
- Vamos? Não quero deixar Aro se enfurecer logo no primeiro dia.
- É melhor mesmo.
- Se arrumou tão rápido, minha querida.
- Eu falei que não ia demorar.
- Pois é. A Nessie disse-me aquele dia que...
- Por favor, não toque o nome dessa garota tão cedo. Ok?
- Claro. Achei que ela fosse a sua amiga – percebi a satisfação em seu rosto em me ver começando a “me sentir em casa”.
- Já que serei uma de vocês, serei de corpo e alma. Farei de tudo para alcançar a satisfação máxima de vocês. É isso que vocês querem, não é? Então é isso que terão.
- Esplêndido. Não poderia ser melhor em apenas primeiro dia. Vejo que seremos melhores amigos.
- Espero que sim. Quero total confiança de vocês. Será que terei?
- Se continuar assim, terá mais rápido que imaginamos.
- Assim espero!
- Vamos para as suas instruções?
Então me passaram todos os compromissos, o cotidiano deles e da cidade. O que devo e não devo fazer e as penalidades. Apresentou-me pelo infinito clã como a provisória serviçal e namorada de Alec. Em voz alta, disseram que eles deveriam me respeitar, pois eu era uma serviçal, por enquanto. E futuramente eu serei muito mais do que isso. Mas eu percebi que eles se comunicaram entre eles em voz muito baixa para meus ouvidos humanos.
Eu mostrei a eles interesse por tudo, e não deixava um largo sorriso desaparecer de meu rosto. Agora eu queria ser muito mais do que uma mera serviçal. O meu egoísmo estava mantendo vida em mim. Não sei o que eles fizeram comigo, mas devem estar satisfeitos com o trabalho.
- Vá dormir querida. Amanhã será um dia cheio – Alec estava me levando para o meu quarto.
- Claro. Vou sim.
- Durma bem.
- Obrigada!
Quando me deitei não me lembro de mais nada, devo ter pegado no sono rápido. Mas quando eu acordo, me assusto com gritos de muitas pessoas, de início achei que eles estivessem assistindo filme de terror. Mas me lembrei que eu estava num filme de terror, e que os gritos não são nada cinematográficos.
Levantei-me e dei uma arrumadinha no meu cabelo e lavei o meu rosto rápido e fui ver o que exatamente estava acontecendo. Bem o que pensei. Era a hora da refeição. Bem como Aro me falou, precisariam estar muito bem satisfeitos para hoje. Quando Alec terminou, ele me olhou com olhos furiosos, que me assustaram um pouco, e quando me avistou, tratou de suavizar a sua aparência de monstro.
- Acordou muito cedo. O dia nem clareou ainda. Algum problema?
- Eu acordei com os gritos. Eu voltarei a dormir.
Alec deu um beijo na minha testa e voltei pro meu quarto, deitei e o sono não voltava. Rolei-me de um lado me enrolei do outro e num canto do quarto vi uma porta, que não era para fora. Fiquei curiosa, me levantei e vi que era um banheiro. Então tratei de tomar um banho pra ver se eu conseguia pegar no sono de novo. Banho tomado, eu voltei na cama e nada de dormir. Cansei de ficar tentando e levantei de uma vez. Vi que o meu perfume favorito estava no guarda roupa e espirrei um pouco. Sai pra andar, me distrair.
Uma mão fria toca no meu ombro nu, me assustando.
- Está tão ansiosa assim pra virar um de nós? – Aro, com sua voz aveludada, me perguntou.
- Não sei. Não consigo dormir.
- Você quer tentar a transformação agora? – Abri um largo sorriso.
- Claro – agora sim vou entender o que Nessie me falou, de como ser uma vampira.
- Você quer ser uma vampira, não só pela curiosidade de ser, não é?
- Também. Se fosse só isso, qualquer vampiro poderia fazer esse trabalho.
- Qualquer um, não. Você sabe, se um vampiro começar a beber o sangue, é muito difícil de parar. Carlisle que poderia fazer esse trabalho, não iria fazer.
- É mesmo.
- Então venha. Vamos pra um quarto especial daí te damos um sedativo e quando acordar será uma de nós.
Me deitaram num colchão no chão, me deram um comprimido e não demorou muito para eu apagar. Comecei a sentir uma queimação. A queimação aumentou - aumentou e chegou ao ponto máximo e então aumentou até certo ponto que ultrapassava a tudo que eu já havia sentido. Eu senti a pulsação atrás do fogo em meu pescoço, e percebi que eu havia achado meu coração novamente, desejando nunca ter o encontrado. Desejando que a escuridão me abraçasse enquanto eu ainda tinha a chance. Eu queria erguer meus braços e arrancar meu coração de dentro do peito - qualquer coisa que causasse tal tortura. Mas eu não podia sentir meus braços, não podia mover nem um dedo sequer.
O fogo ficou mais quente e eu queria gritar. Implorar para alguém me matar agora, antes que eu vivesse mais um momento com essa dor. Mas eu não podia mover meus lábios. O peso ainda estava lá, me pressionando. Eu percebi que não era a escuridão me segurando; era o meu corpo. Tão pesado. Mantendo-me nas chamas que estavam mastigando o seu caminho para fora do meu coração, espalhando uma dor inacreditável em meus ombros e estomago, subindo queimando pela minha garganta, surrando o meu rosto. Por que eu não podia me mover? Por que eu não podia gritar? Isso não fazia parte das histórias.
Alec esperava que muitos analgésicos ajudariam a afastar a dor do veneno. Porque eu tinha morfina e veneno juntos nos meu sistema antes, e eu sabia a verdade. Eu conhecia que a dormência do medicamento era completamente irrelevante enquanto o veneno queimava através das minhas veias. Mas não tinha como eu mencionar esse fato. Nada que o fizesse mais relutante em me mudar.
E, por um tempo sem fim, isso era tudo. Somente a tortura inflamável, e meus gritos inaudíveis, implorando para a morte vir. Nada mais, nem mesmo tempo. Então isso foi infinito, sem começo nem fim. Um momento infinito de dor. A única mudança veio quando, de repente, impossivelmente, minha dor dobrou. A metade inferior do meu corpo, amortecida desde antes da morfina, repentinamente estava em fogo também. Alguma conexão quebrada havia sido curada - ligada pelos dedos ferventes da chama. A queimação sem fim se encolerizou. Minha audição ficava cada vez mais nítida, e eu conseguia contar a batida esmagada e frenética do meu coração para marcar o tempo.
Eu podia contar os suspiros superficiais que arfavam através dos meus dentes. Eu podia contar os suspiros baixos que vinham de algum lugar próximo a mim. Esses se moviam mais lentos, então me concentrei neles. Significam mais tempo passando. Mais até que o pêndulo de um relógio, aquela respiração me puxou daqueles segundos queimando até o final.
Eu continuava a ficar mais forte, meus pensamentos mais claros. Quando novos sons vinham, eu podia ouvi-los. O fogo saiu de minhas mãos, deixando-as felizmente sem dor e frias. Mas foi para o meu coração, que ardeu quente como o sol e começou a bater a uma velocidade furiosa. Alec entrou no quarto, com Jane ao seu lado. Seus passos eram tão distintos, eu podia até dizer que Alec estava na direita e um passo à frente de Jane.
- Escutem - Aro disse a eles.
O som mais alto no quarto era o do meu coração elétrico, batendo no ritmo do fogo.
- Ah - Alec disse - está quase acabando.
Meu alívio as suas palavras foi ofuscado pela dor excruciante no meu coração. Meus pulsos estavam livres, e meus tornozelos também. O fogo tinha sumido totalmente dali. O fogo reduziu, concentrando-se dentro do único órgão humano que restava, com uma explosão final, insuportável. A explosão foi respondida com uma pancada de som profundo e oco. Meu coração vacilou duas vezes, e então bateu calmamente só mais uma vez.
Não houve som algum. Nem respiração. Nem mesmo a minha.
Por um momento, a ausência da dor foi tudo que eu pude compreender.
E então eu abri meus olhos e observei acima de mim, assombrada.
Pude ver que todo mundo estavam do outro lado do tal quarto. Não havia reparado quando entrei que havia uma parede de vidro.
- Com sede? – Aro disse triunfante.
Minha bola ficou a salivar, enchendo de água. E a minha garganta começou a coçar.
- Muito.
- Vou mandar um por um. Ok?
- Sim, Senhor!
Um humano mal entrou no quarto e devorei-o. A humana nem teve tempo de gritar, e outro, e outro. Perdi as contas de quantos humanos eu bebi, sem ao menos elas gritarem. Não queria perder uma gota de sangue sequer. Senti que a coceira de minha garganta estava amenizada.
- Impressionante! Você devorou-os e não ouvi um gritinho se quer deles. E você, nem se sujou com o sangue.
Ouvi uma Salma de palmas e suspiros.
- E isso é bom?
- É surpreendente. Muitos recém nascidos nem se preocupam com isso, na verdade, só com o tempo aprendem a se comportarem.
- Mais um ponto positivo?
- Você está realmente conquistando a minha confiança.
Aro veio e me abraçou. Percebi que todos se entre olharam, sem entender, com a atitude dele comigo.
Alec não sabia se ficava alegre com o entusiasmo de Aro comigo ou ficava com raiva e ciúmes da rápida aproximação.
Olhei ao meu redor e todos saiam do local, satisfeitos no que viram do meu espetáculo.
- Estou muito orgulhosa de você, Camily – Alec não se cabia de felicidade. Também pelo fato de Aro não ter me rejeito nem um momento.
- Alec, eu não quero que me chame mais de Camily. Esse nome deve desaparecer da face da terra. Quero que me chame por outro nome. Italiano de preferência.
- Mas por quê? Seu nome é tão lindo!
- Então trate de encontrar outro nome mais lindo que esse. OUVIU?
Eu estava extremamente irritada. Parece mais que eu estava de TPM. Impossível.
- Claro. Pedirei sugestões de nomes. Vem, vamos ver qual nome te anima.
Muitos nomes estranhos me sugeriram, mas um em especial me chamou atenção.
- E então, gostou de algum desses, ou quer outros? – Alec estava paciente ao meu lado. Ele poderia ficar o dia todo andando por ai pesquisando mais nomes, mas eu já havia encontrado um que era perfeito.
- Giovanna. Giovanna é perfeita. Muito obrigada pela ajudinha.
- Sem problemas. É um prazer fazer qualquer coisa, sendo com você.
Fomos espalhando que o meu nome de agora em diante seria Giovanna, que foi apreciado por todos. Todos me diziam o que eu achava que o nome combinava comigo, que nenhum nome ficaria tão bem quanto Giovanna. O nome foi aprovado por unanimidade. Ninguém se enganava e me chamava pelo meu antigo nome. O novo nome pegou muito bem tanto quanto a nova vampira.
Não parecia que o apreço pelo meu nome era só para me agradar, do “futuramente será mais do que serviçal”. Eles se mostraram sinceros.
- Vou trocar de roupa. Enjoei-me desta. Já volto.
Dei um beijo em seu rosto e fui para meu quarto. Que agora estava cama, somente um sofá para os meus momentos de leitura e meditação. Peguei uma roupa qualquer e me troquei.
O tempo até que passou rápido. Com a mesma rotina, às vezes fica um pouco tedioso, mas só eu me concentrar em minha tarefa que os meus devaneios vão embora.
- Sabe que dia é hoje?
- Não, Alec. Não exatamente. Não ligo para o calendário.
- Hoje faz um ano que está aqui. Ou seja, um ano que é vampira.
- Sério? E você vai me levar para jantar em um restaurante chique em comemoração? – rimos.
- Não em um restaurante – a sua risada me enfeitiçava – mas infelizmente eu terei que ficar de guardião na entrada, essa semana. Desculpe.
- Tudo bem, nós temos a eternidade pra comemorar. Talvez comemoremos um século juntos. É muito mais interessante.
- Talvez sim. Vou indo.
Ta sendo melhor que eu pensava estar aqui. Apesar de tudo, estou conseguindo cada vez mais respeito e nem me questionam. Pelo que vejo, tenho um futuro brilhante aqui. Enfim sou notada, e com a ambição que tenho cada vez mais, quero conseguir o topo do poder. Quero mandar tanto quanto Aro, Caius e Marcus.
- Isso não seria uma má ideia. Acho que precisamos mesmo de uma nova aliada a nossa altura – Aro deu um positivo na minha intenção.
- Obrigada, senhor.
- Giovanna. Preciso de um favor seu. Preciso de uma reunião com Alec, você pode ficar um tempo no lugar dele?
- Claro Senhor! Sem problemas.
- Alec, Aro precisa de você, e me pediu para que eu ficasse aqui até você voltar.
- Tudo bem.
Em alguns meses, ninguém entra e ninguém sai sem ser controlado. Em um momento ouvi um tumulto lá dentro e me concentrei em ouvir do que se trata.
- Aro, eu vi dois dos Cullen lá fora. Você terá uma visitinha surpresa.
- Já não era tempo. Você está suspenso por horas Demetri. Alec faça como combinamos. Apague da minha memória a Camily, e coloque a nossa história. Preciso ser bem convincente.
- Sim Senhor. Nosso plano dará certo.
Tive que voltar a minha atenção ao trabalho. Tinha gente chegando.
- Nome? – para os visitantes entrarem, deve estar seus nomes contidos na lista. Ao contrário, não entra. Para melhor controle.
- Como assim? Eu não...
- É para controle senhor. Se seu nome não estiver aqui na lista, não poderá entrar. Senão serei castigada.
- Pode deixar. Giovanna. Esses são nossos convidados que adoram fazer surpresa. Deixe-os entrar.
- Desculpe. Claro.
- O que você fez com a Camily? Ela... Você está brincando!
- Eu queria que fosse. Caro Edward. Mas não é. As nossas tentativas de transformá-la e não deixá-la passar dor como Alec queria, não deu muito certo.
- Isso não é verdade. Ela está bem ali.
- Quem? A Giovanna? Não é. Ela eu trouxe só pra consolo pra Alec. Ele disse que Giovanna lembra muito a Camily, eu achei tanto faz.
- O quê? Só por ela ter bebido o concentrado do veneno que seria injetado?
- O veneno não deu muito certo. E já que eu estava com sede... Desculpe. Pena que você tenha chegado muito atrasado para o seu enterro.
- Você está mentindo!
- E eu posso mentir diante do sotaque forte de italiana que ela tem? Ela é uma órfã. Não será procurada e tão pouco reconhecida. Não tinha ninguém por ela.
- Alice não viu a sua morte.
- Porque não foi planejada. Só queríamos transformá-la. Mas não foi o que aconteceu.
- Mas você não acha estranho ter uma garota exatamente igual à Camily?
- Coincidências existem.
Quando Edward deu as costas, Alec gesticulou o nosso código. Que eu deveria usar o meu dom para afastá-lo daqui. Concentrei-me e alguns minutos depois Edward estava saindo prometendo voltar para descobrir o que realmente havia acontecido. Esse Edward me olhou se concentrando em alguma coisa. Quando ele já havia passado por mim me lembrai da parte “ela eu trouxe só pra consolo pra Alec”. Consolo? Não sou mais do que um consolo para ele? Ele diz que me ama, mas não é verdade? Ou ele ama por eu parecer com essa garota? Se eu fosse humana estaria transbordando em choro e me entupindo de chocolate. Pedirei satisfação ao Alec. Não acredito que fui enganada dessa forma.
- Giovanna, Deve esquecer a sua vida humana. Ficar lamentando não adianta de nada.
- Mas pedir satisfação e ficar com ódio, para mim adianta. Peço licença para ir.
- Licença concedida.
Corri o mais rápido que eu pude, com a raiva que eu estava, peguei Alec pelo pescoço. Qualquer humano morreria em segundos.
- Então quer dizer que eu sou apenas um consolo?
- Como assim, Giovanna?
- O seu amorzinho morreu numa tentativa frustrada de transformá-la e eu, por ser muito parecida com ela, servi para você não querer a sua destruição?
- Não é isso – e foi colocar os seus dedos em mim.
- Não me encosta, fará me esquecer disso, não é?
- Não preciso te tocar. Em alguns minutos você lembrará a verdade.
Aos poucos fui me lembrando e, quando me recordei de tudo. O que eu fui fazer? Brigar com Alec.
- Me desculpe Alec, eu...
- Não se preocupe, eu entendo. Não fiquei nem um pouquinho chateado com você.
- Mas eu fiquei...
- Já passou.
- Por que é que Edward veio fazer aqui? Queriam me levar? Eu vim por que eu quis.
- A Nessie também veio por que quis, mas também foi por que quis.
- Eles acham que não vejo a hora de me salvarem?
- É o que eles esperam de você. E você quer?
- De jeito algum. Se eu for, será somente como visitante, e com você.
- Essa é a minha garota!
- Mas para eles verem que eu to feliz, que tal irmos dar uma visitinha surpresa?
- Mas eles irão desconfiar mais ainda.
- Mas afinal, por que é que vocês criaram essa história?
- Motivos de Aro. Não me pergunta que eu não sei.