30 de dez. de 2010

7. Revelação

De repente fiquei eufórica também, querendo saber tudo da viagem.
- Tenho tanta coisa pra te contar, Nessie. Mesmo a gente conversando pelo celular, não tem como contar tudo em alguns minutos! Conheci tantas pessoas lá, você não tem noção – Camily disparava, sem ao menos parar para respirar -... O Alec...
- Alec? – a cortei – Então ouvi certo mesmo! Não era um sonho?
- É verdade. Viu como o destino está do nosso lado? Conheci um cara super gente fina, e de quebra vocês já conhecem. Estou tão animada com isso – Pelo visto, tenho que começar esse assunto agora!
- Camily, o Alec não é a pessoa que você está pensando que ele é. Ele, como posso lhe dizer – tentei escolher melhor as palavras para não chocar ou magoar a minha amiga – Ele pode até ser gente fina, mas a sua família, não é nada gente fina. Amiga, tente esquecer ele, você não...
- O quê? – ela me cortou - Eu encontro o meu príncipe encantado e você me vem falar pra o deixar partir em seu cavalo branco? Você deve estar brincando, só pode!
- Eu queria que fosse uma brincadeira, pra descontrair, mas infelizmente não é. Mas vamos deixar esse assunto pra depois. Mostre-me as fotos que você tirou ai?
- Outra hora Nessie – me falou com ar de sarcasmo – Eu quero ir pra casa, estou morrendo de saudade de minha mãe. Nem pelo telefone pude conversar.
- Tudo bem, eu te levo.
Ela se despediu de todos e a levei. Ficamos em silencio o caminho todo.
- Tchau Nessie, muito obrigada por tudo – disse saindo do carro sem me olhar. Fechou a porta do carro atrás dela e correu pra sua casa, sem olhar pra trás, batendo na porta ao fechar.
Voltei pra casa, com a velocidade lenta até demais.

CAMILY
Depois que bati a porta de casa com força em excesso, acendi a luz chamando pela minha mãe, nada dela responder. Ela deve estar dormindo, afinal ela num saberia que eu voltaria hoje, já que não tive contato com ela durante a semana toda. Então no quarto dela, pra fazer uma surpresa a ela, entrei bem devagar, mas levei um susto. Ela não estava em seu quarto. Fui ao banheiro, vazio. Na cozinha e, nada dela. Comecei entrar em desespero, ela sempre estava em casa a essa hora da noite. Mas tentei me tranqüilizar tomando banho e me aprontando para ir dormir. Deixei um recado na geladeira:
“Cheguei querida mãezinha. Como você não estava em casa, fui tomar banho e dormir. Mas não hesite em me acordar. Estou morrendo de saudade da senhora! TE AMO. Ca”
Com essa minha letra, ela não duvidaria que fosse eu mesma. Ela ia reconhecer meus garranchos em qualquer lugar que fosse.
Fui dormir. Em pouco tempo peguei no sono. Um sono leve e com um sonho pra completar o meu entusiasmo. Havia entrado no quarto e vi um bilhete em minha cama. Estranhei. Abri-o e li atenciosamente.
“Em um mês nos veremos novamente. E aí ficaremos juntos para sempre. É normal que você não se lembre sobre. Mas em menos de quarenta e oito horas você irá lembrar. Eu te amo.”
Acordei, ainda recuperando o fôlego. A carta era a mesma que me deixaram no hotel lá na Itália. Comecei a entender a mensagem. Como havia dito no bilhete. Quarenta e oito horas iria me recordar. Lembrei da minha visita a família de Alec. Ao contrário do que dizia Nessie, ele eram sim gente boa. Por ela quer me colocar contra eles? Poxa, ela é minha amiga. Mas fiquei muito feliz. Daqui um mês. Trinta longos dias. Tenho que me ocupar com algo pra eu num me entediar nesses dias. Olhei no relógio e eram nove horas da manhã. Havia dormido um bocado essa noite.
Levantei e fui fazer a minha higiene. Vi que a minha mãe ainda não estava em casa. Que estanho, ela não está trabalhando, justamente por ela estar de férias ela sugeriu essa semana. Mas pelo jeito não leu p meu bilhete ou nem veio dormir em casa. Fui à casa de Andie. Estava com saudade dela também, fui a pé já que não morava muito longe da casa dela. Aí aproveitava pra matar a saudade da minha cidadezinha também.
Não andei muito e já avistei Andie no meio do caminho.
- Hey, Andie, estava indo em sua casa pra matar a saudade – a saudei, abraçando-a. Estava mesmo com saudade dela.
- É bom te ver também. Eu também estava indo para sua casa. Aonde vamos agora?
- Vamos à casa de Nessie, daí conto as novidades da viagem tudo de uma vez, o que acha?
- Ótima ideia. Vamos então?
Fomos conversando, Andie me contava o que havia feito nesses dias. Disse-me que conheceu um garoto, um pouco mais velho que ela, e que tava rolando uma química entre eles.
- É, pelo jeito não é sou eu quem está de suspiros por alguém – Andie me disse, segurando um risinho.
- Tá tão na cara assim? – disse assustada. Eu achava que ela viria a minha empolgação da viagem, mais pelo fato de eu viajar.
- Não exatamente, Camily. Nessie havia me falado algo sobre isso.
- Ah! - suspirei. Lembrei do um mês. Rezando que passe logo. Mas de repente fiquei triste, ia ver pouco as minhas amigas, ia sentir tanta saudade delas. Mas por outro lado, ia provar pra Nessie que, o que ela achava ser a família de Alec, é tudo ao contrário.
Ficamos um bom tempo em silêncio. E eu com meus devaneios.
- Algum problema, Camily? – percebi que havia caído um pingo de lágrima em meu rosto. Tentei encontrar outro motivo pra aquelas lágrimas.
- Na verdade é a minha mãe. Não a vi ontem quando cheguei, e nem hoje quando acordei. Deixei um bilhete avisando a minha chegada e pedindo para ela me acordar o horário que fosse. E nada! Estou preocupada. – a minha mãe. Como iria partir e deixá-la sozinha aqui? Deveria ter muita coragem, ou muito sangue frio. Mais uma lágrima correu em meu rosto, daí em diante, desabei, chorei que nem criança, soluçando e tudo.
- Não se preocupe amiga, você irá encontrar. – Andie me consolava, enquanto eu caia no choro.
- Mas a mãe tá de férias. Para onde a minha mãe teria ido? Sem deixar um bilhete, se por acaso ela não voltasse antes de eu chegar. E a casa, não tá limpa como a mãe deixa, parece que faz três dias que não é limpo. E isso é mais estranho ainda.
- Vou ligar para Nessie, para ela vir nos buscar, e vamos procurar a sua mãe, juntas, ok?
- Tudo bem.
Andie então ligou para Nessie, e não demorou muito ela já estava nos pegando.
- É mesmo, Camily. Não queria te preocupar, mas, eu havia ligado pra sua casa, várias vezes nesses dias, mas ninguém atendia.
- Vamos direto a delegacia, já deve ter passado mais de vinte e quatro horas do desaparecimento dela.
- É mesmo. Vamos sim.
A caminho da delegacia, encontrei uma pessoa ferida caída em baixo de uma árvore. Imediatamente pedi para Nessie parar.
- Quem será que está ali com ferimentos? – Nessie perguntou. E quando ela terminou de fazer a pergunta, ela ficou pasma, sem reação alguma. Parece que ela havia reconhecido. Ela parou o carro longe da mulher e nos pediu pra permanecer no carro.
Ela foi andando devagar em direção dessa pessoa, e quando chegou perto, ela imediatamente foi pegá-la, vendo a sua pulsação, e fazendo uma cara de pêsame, e olhou para nós. Veio até nós, com a cara triste.
- A mulher sofreu algum tipo de violência, sei lá, e entrou em óbito faz tempo, porque ela tá muita fria, e em estado lastimável. O ferimento tem em torno de... – ela parou para escolher as palavras – três ou quatro dias.
Arrepiei-me. Sai do carro sem pensar e corri para confirmar as minhas suspeitas.
- Camily calma, você não vai gostar nada de ver essa pessoa!
Tarde de mais. Já estava diante do corpo, e me deparo com... Não acredito, deve ser um sonho, só pode. É a minha mãe ali? Só vi uma escuridão e, ouvi de longe sirene de ambulância, e depois não me lembro de mais nada.
Meu pai me abraçou e me disse que nos amava e que se arrependia de ter nos deixado, pelo que tinha feito. Aquele abraço era o primeiro, de que eu me lembrava, que ele havia me dado. Não acreditava que só com a morte da mãe ele ia demonstrar o sentimento de amor que ele sentia por mim, que até então eu duvidava, mesmo amando ele.
Mas depois do abraço, eu o via de afastando, mas não com as suas próprias pernas, parece que alguém estava afastando ele de mim e que ele não estava percebendo o tamanho da distancia que havia entre nós. Ele estava sereno como nunca estivera antes. Arrepiei-me, e me dei conta que era apenas um sonho. Um sonho que na verdade nunca poderia acontecer.
- Graças a Deus você acordou. Achei que nunca mais iria acordar – Andie estava como uma pilha ao lado da minha cama.
- Calma, Andie, eu estou bem, só dormi por algumas horas.
- Algumas horas? Garota você não tem noção do quanto tempo você está nesse hospital né? – me toquei que estava no hospital. Lembrei-me do motivo que me levou a estar aqui – você está aqui a mais de 72 horas. Você havia desmaiado, mas os médicos viram que você estava muito perturbada e acharam melhor te sedar, mas você dormiu mais do que os médicos previam.
- E a minha mãe?
- Não pudemos esperar você acordar para enterrá-la. Perdoe-nos – ela parou escolhendo a melhor maneira de me contar – e ela já tava em estado de degradação. E você não merecia vê-la daquele jeito...
- tudo bem. Na realidade eu nem lembro direito dela quando eu desacordei, foi mais forte que eu.
- Daí, como que você vai fazer você morava com ela né?
- Não sei ainda.
- Você pode ficar em minha casa, Camily, O tempo que for preciso – Nessie ofereceu-me.
- Muito obrigada Nessie. Eu aceito sim, e será um prazer.
- Então está combinado. Ligarei para Jack arrumar o quarto de hóspedes. Quando você receber alta, você irá direto pra lá – e ela se retirou do quarto.
No dia seguinte recebi alta e fui para casa de Nessie. Fui ao túmulo de minha mãe e deixei uma foto minha tirada na Itália com “eu te amo, mãe” escrito atrás.
Dali alguns dias voltou às aulas...
- Nessie, eu posso conversar com você um assunto inoportuno?
- Claro Camily qual é o assunto?
- Alec me levou para conhecer a sua família e...
- E?
- E eles me falaram de... Suas espécies.
Percebi que Nessie ficou nervosa.
- Como assim Camily? – Nessie estava meio que tremendo.
- Vampiros. Os Volturi e os Cullen não são o único clã de vampiros. Vocês são vampiros?
- Mas que história é essa...
- Jane, Irma de Alec, faz uma pessoa sentir dor sem ao menos tocar, Aro lê mente, Alec apaga provisoriamente algum fato ocorrido, e vocês que poderes tem?
- Camily isso são história pra assustar criancinhas mal criadas, não é possível que você acreditou. E ainda acha essa família uma maravilha...
- Como você sabe que eu acho isso? Viu? Vocês são vampiros sim, quem tem o poder de ler mentes? Hein?
- Meu pai. Ele lê mentes.
- E o restante?
- Minha mãe protege de perigos, tipo da dor que Jane lança. A Rose nada de mais, só de encantar com sua beleza, muito que os vampiros precisam de beleza pra atacar as suas presas – Nessie deu uma pausa pra ver a minha reação. Eu só estava tentando processar aquelas informações.
- Continue – falei logo após.
- Bom, Jasper pode acalmar ou agitar uma sala inteira. Alice vê o futuro, que nem sempre acontece, pois os planos sempre mudam – será que Alice viu o meu plano de ir morar com os Volturi? Melhor eu mudar de ideia só pra ela não ver.
- E ela vê de quem ela quiser?
- Na verdade, só de quem ela conhece bem.
- Tipo o meu futuro ela vê?
- Não sei, ela não me falou nada disso, e nem sempre ela que controla essas visões.
- Hum... E seu avô...
- O vovô, dom mesmo ele não tem, só tem uma resistência muito grande com sangue. Ele tem uns 300 anos e antes de ser transformado ele já era um médico, então viu que sua vida havia acabado, preferiu ocupar-se com o que ele sabia fazer, cuidar de feridos. A vovó ela tem uma meiguice que inunda todo mundo. E Emment é mais forte que o normal prum vampiro.
- E você, Liza, Joe e Jack?
- Eu sou na verdade meia humana e meia vampira. Minha mãe engravidou de mim em sua lua de mel que ainda era humana. Eu, num toque, posso mostrar tudo o que vi, senti, para a pessoa que quiser – ela me mostrou como é os Volturi pela visão dela, mas eu me afastei - Joe pode conversar conosco sem ao menos abrir a boca, tipo por telepatia. O da Liza é o pio. Ela tem o dom de manipular a nossa vontade, você pensa em não, ela te manipula e te faz dizer sim, sem ao menos você perceber.
- E Jack?
- Jack é o diferente da família.
- Como assim?
- Jack é um lobisomem.
- O quê? – gritei mais alto que eu imaginava, a minha voz ecoou o corredor escuro e vazio de sua casa.
Ela então me contou sobre os lobisomens, de sua família, como foram transformados, os pós e os contras de serem vampiros, que os vampiros não dormem e não comem comida sólida, mas em compensação, os lobos comem como estivesse prestes a acabar o mundo e dormem como pedras. Ela se desculpou por não ter falado sobre isso pra mim, pois os seus patronos, os Volturi, os proibiram de revelar a sua existência com pena de serem executados. E me fez prometer de que eu não contaria aquela história a ninguém, que ela só me contou porque os Volturi se revelaram a mim.
E quando dei conta o dia já estava amanhecendo eu não estava nem um pouco com sonho. Deve ser por eu ter dormido três dias seguidos e ter praticamente acabado de acordar.
- Camily, os nossos superiores como o prefeito da cidade, o reitor de nossa faculdade devem ser autoritários, e até mesmo ruins com os “inferiores”. Os Volturi, por serem muito mais velhos, até mesmo do meu avô, Se denominaram nossos donos e mais fortes, mais pelo fato de obter mais serviçais do que família mesmo, se precisar executá-los por desobediência, ele executam, mesmo Aro achando um desperdício, eles não querem ter superiores que eles.
Pensei na proposta de Aro, de me juntar a eles, aceitaria mais pra ficar junto ao Alec, mas me veio uma pontada, será que ele quer que eu fique junto a ele como eu o quero? Ou é só combinação de seu clã? Já que não podemos os denominar uma família aquelas pessoas todas.
Dom? Aro falou que achou o meu dom espetacular? Que dom seria esse?
- Nessie. Se eu for transformada em vampira, ó uma suposição mesmo, que dom eu teria? Eu posso escolher?
- Não Camily. O dom só é mais intensificado do que você mais sabe fazer melhor. Tipo, a minha tia Alice, quando humana, ela tinha sensações de que tal coisa poderia acontecer, tipo pressentimento, e agora é muito mais forte e pode de tal forma, controlar, controlar não o que ela vê, mas como ela vê.
- E agora, posso saber que dom terei depois da transformação?
- Você. Não sei, eu acho que é impossível. Pois, isso tá tão no seu cotidiano que você nem percebeu que o tem. Por exemplo, a mamãe, quando ela foi transformada, demorou um bom tempo pra descobrirem o seu dom, e ela precisou de muito treino pra aprender a usá-lo. Mas para outros, tipo o meu pai, ele leu a mente de meu avô e o respondia, sem perceber que o vovô nem ao menos gesticulou aquela pergunta.
- Hum. Que legal saber sobre isso. Muito interessante mesmo.
- Nessie, você me falou que Alec te levou para conhecer a sua “família”, sobre o que eles falaram com você?
- Conversei só um pouco...
- Espera um pouco, você tá tão curiosa de seu dom e tal, não me diga que Aro te convidou para se aliar a eles, e dizendo que seu dom era muito importante a eles?!
- Na verdade eu... Eles me prometeram se eu aceitar eu poderia viver ao lado de Alec...
- E você provavelmente não aceitou por que está aqui, eles não iriam te devolver...
- Na realidade eu... – respirei fundo – eu já aceitei.
- O quê? – agora foi ela de articulou muito alto – não é verdade. Como é que você tá aqui, faz duas semanas, hein?
- Eu pedi pra voltar pra me despedir de todos, e no hotel tinha um bilhete na minha cama quando voltei do banheiro – mostrei o bilhete de Alec para Nessie. Arrependi-me.
- Um mês? Eu não deixarei você ir, de jeito algum. Pode esquecendo isso mocinha. “Eu te amo” me diga que você não acreditou nessa frase.
- Eu não tenho certeza se ele me quer como eu o quero. E Aro me falou que eu não poderia mais desistir, pois iriam me rastrear onde eu estivesse. Eu não poderia fugir.
- Mas eles estão contando que fosse fugir por você mesma, não com ajuda de bando de vampiros e lobisomem. Precisamos de um plano de fuga. Ligarei pra minha família, mais cabeças pensam mais que uma.
- NÃO! – gritei – você nem perguntou se eu quero realmente fugir. E quer saber? EU NÃO VOU FUGIR. EU ACEITEI E NÃO VOLTAREI ATRÁS.
- Se você aliar a eles estará declarando inimiga nosso, pois eles não irão evitar nos matar só por que você não quer. E quer saber, eu tive essa estúpida ideia de aceitar de ficar com eles, sabe por quê?
- Não
- Eles me prometeram uma fórmula que me faria uma humana por completa, eu não queria ver Jack envelhecer e morrer e eu viver a eternidade sozinha – Nessie me contou como foi a sua hospedagem com o clã que eu aceitei entrar. Que o tal liquido não fez efeito algum nela, tanto que ela ainda é uma vampira. Meio vampira, mas tem esse gene dentro dela.
A promessa que eles fizeram a ela era falsa. Mas eles não fariam isso comigo. Fariam?
- Eu não fiquei nem um terço do prometido, e estou aqui, viva, mas precisei sofrer para aprender a não confiar neles. Amiga você não precisa sofrer como eu sofri. Deixe-nos ajudá-la a fugir deles, por favor? Por mim?
- Eu preciso um tempo pra pensar. Eu estou confusa.
- Mesmo você decidindo o que quer, vamos bolar um plano para impedi-la de ir.
- Você foi com eles pensando no seu amor pelo Jack. O que faço com o meu amor pelo Alec?
- Amiga, eu tinha e tenho certeza do amor de Jack por mim, e você mesmo me falou que não tem certeza. Por que trocar o certo pelo duvidoso?
Fiquei pensativa. Eu não queria saber nada dos planos da minha fuga. Não queria que nada fizesse mudar o meu rumo de pensamento e faça-me decidir uma coisa que poderei me arrepender depois.
- Camily, não é que quero te sufocar, mas, você precisa me dar uma resposta meio logo para você entrar definitivamente no plano, daí Alice vê o que pode dar errado para mudarmos. Com essa sua indecisão, ficamos de mãos atadas.
- Me desculpa, mas, eu realmente não sei o que decidir.
- Amiga, temos um pouco mais de uma semana, isso está me deixando agoniada, e sem dormir. E eu preciso dormir, tanto quanto você.
- Eu sei. Prometo que amanha te dou a minha resposta. Eu prometo.
- Se for assim, eu fico um pouco mais aliviada. Espero que a resposta seja o que eu espero.
Sai pra espairecer um pouco. Senti algo gelado tampar os meus olhos. Percebi que eram mãos, mãos masculinas. Só deve ser Emmett com suas brincadeirinhas sem graça.
- Eu sei que é você Emmett. Essa brincadeira já perdeu a graça.
Essa pessoa me deu um beijo em minha orelha que me fez arrepiar. E o brincalhão deu risada, certamente do meu arrepio.
- Está me traindo com esse grandalhão, é? – meu coração acelerou-se num instante, quando reconheci a voz dos meus sonhos. Virei-me para constar.
- Alec? Você veio cedo! – quando dei por mim, já estava com as minhas pernas em volta de sua cintura, minhas mãos em seu cabelo sedoso, e eu inalando o seu perfume embriagante.
- Que recepção calorosa – Alec riu. Olhei para ele tentando captar cada pedaço dessa cena tão linda.
- Ainda falta mais de uma semana. Por que veio tão cedo?
- Não agüentava de tanta saudade que estava de você. Você não queria que eu viesse? Por acaso iria desistir de vir comigo e iria pedir para os Cullen te ajudar a se esconder do meu amor? – meus olhos se inundaram. De certo alguém de seu clã tem o mesmo dom que Alice. Só pode como ele perguntar algo certeiro. E ter vindo tão cedo. Não iriam o deixarele vir se fosse por uma causa mais importante do que os sentimentos de um vampiro.
- Não é isso. Estava contando mais com a semana que vem para me despedir de todos.
- Mas duas semanas não foi o bastante?
- Um mês não é o bastante.
- Você está pensando em desistir de ficar comigo? – se ele pudesse chorar estaria chorando, ou encenando.
- Talvez.
- E qual o motivo? Você estava tão decidida.
- Por não ter certeza do seu amor por mim, a incerteza de que eles irão mesmo cumprir o que prometeram a mim, por ter que ficar longe deles.
- Mas podemos vir aqui quando você quiser para ver eles. Isso não é o problema. Você não vê nos meus olhos a alegria de te ver?
- Ou será uma encenação?
- Você só está colocando nesse ponto para ter um motivo pra desistir, não é?
- Eu estou mesmo confusa. Eu nunca amei ninguém, não sei como é isso. E ninguém se declarou. Não tenho experiência com isso.
- Quanto a isso, é só vivermos esse amor para aprendermos a viver. Se recusá-lo, nunca saberá o que é isso de verdade.
- É mesmo. Mas e no caso da promessa. Eles prometeram a Nessie a vida humana e na verdade ela ainda é uma meio humana.
- Opa, você está sabendo mais que eu pensava. No caso da Nessie, a porção só faria efeito dali cinqüenta anos, quando daria o fim da promessa dela. É como vinho, quanto mais tempo em repouso, mais valioso ele fica. A promessa dela não se cumpriu e por que cargas d’água a nossa deveria se cumprir?
É, tem sentido.
- E se eu não aceitar ficar mais com vocês, o que acontecerá comigo?
- O que acontecerá conosco você quis dizer. Não existiremos. A partir do momento que você não estiver mais existindo, eu iria irritar tanto Aro, para ele, com raiva, me destruir também. Eu não suportaria viver longe a eternidade toda sem o meu amor.
- Mas está vivo ainda, mesmo depois de Nessie ter falado que o amor dela é e sempre será Jack. Você não a amava? Como posso saber que esse seu amor por mim não é fogo de palha?
Ele ficou um tempo pensativo. Respirou fundo, muito que ele precisasse de ar.
- Eu tinha esperança que a partir da morte de Jack, ela ficaria comigo.
- Mas se Jack não renunciar o seu gene, ele ficará intacto, até quando ele quiser. Ou seja, pra sempre
- Sério? Eu não sabia disso.
Oops, falei demais.
- Se eu soubesse disso, eu providenciaria a morte dele, e o caixão, totalmente grátis – ele riu, sem graça alguma – desculpa.
- E como fica o seu amor pela Nessie?
- Eu fiquei todo esse tempo pensando nela, me torturando. Aro só não me “matou” por que sabia que pior que a “morte” é a “vida” pra sentir dor. Mas quando te conheci, nada mais fazia sentido, comecei a ter vontade de continuar a existir, mas com medo de que Aro a destruísse. Eu nem se quer podia controlar os meus pensamentos, e Caius me pegou várias vezes pensando em você.
- e o que aconteceu?
- Eles examinaram as minhas memórias e viram que você seria uma aliada forte a eles. E me disseram que fariam uma exceção.
- Exceção? A que, na verdade?
- De poder se apaixonar e viver o amor. Amor a eles, não existe, esses sentimentos assim não estão no dicionário de um Volturi, e, a partir do dia que você se integrar, sairá do seu também.
- Então eu serei uma vampira fria tanto quanto um gelo?
- Infelizmente sim. Eu não queria isso. Eu me apaixonei por uma garota humana, com todo esse sentimentalismo...
- Então a partir do momento que eu me tornar fria por dentro e por fora, o seu amor irá evaporar como um gelo seco?
Alec ia falar algo, mas hesitou.
- Não, Não foi assim que aconteceu com Edward e Bella. Provavelmente não preciso contar o que aconteceu com eles.
- Não. Não mesmo. Mas os Cullen não são... São...
- Perverso?
- São totalmente diferentes dos Volturi.
- Mas Camily, agora você querendo ou não, eu terei de levar você para casa. Aro te avisou.
- É eu lembro. Mas então posso me despedir de meus amigos? Daí eu prometo que eu vou com você.
- Sozinha você não vai. Eu vou com você e não desgrudarei de você por nada nesse mundo.
- Tudo bem. Eles já sabem dos meus planos de ficar com você mesmo.
- Sabem?
- Huhuum. Vamos?
- Claro. Quanto mais cedo eu tiver você, melhor.
Fomos. Eu ainda estava com muita dúvida borbulhando em minha cabeça. Deixarei pra perguntá-las em horário oportuno.

21 de nov. de 2010

6. Qual medo é o pior

RENESMEE...
Nunca pensei que Jacob poderia fazer isso. De onde ele teve essa ideia. Não estou menosprezando o meu amor, mas, ele nunca foi romântico. Deve ser ideia de Edward para a gente fazermos as pazes. Mas eles sabem que eu não consigo ficar muito tempo brava com ninguém. Nem com quem merecia o meu desprezo.
Jacob ainda estava no banheiro. Tem mais surpresa? Ele nunca demora no banho.
Em nossa cama estava uma caixinha com um bilhete em cima. Li-o depois de ver o conteúdo da caixa. Tinha um espartilho roxo. Então li o bilhete:
“Para o fogo da nossa paixão não se apagar. Vamos aproveitar a última noite que temos sem nossos filhos, fruto de nosso intenso amor. Eu te amo meu amor”
Então vesti o presente, entre luz de velas por todo o quarto. O quarto brilhava com uma infinidade de velas acesas dentro de candelabros de vidro, e o calor que emanava das pequenas chamas impedia que eu sentisse frio, se é que fosse possível com ele. Ele tinha deixado uma garrafa de champanhe na mesa de cabeceira ao lado dele, e duas taças cintilavam à luz das velas, já cheias pela metade. E tinha pétalas de rosa vermelha no chão.
Jacob saiu enfim do banheiro. Ele andou até a mim, mordeu o meu ouvido externo. Claro que eu conseguia imaginar a extensão do desejo que o consumia. Eu via isso em seus olhos, nos lábios entreabertos, na respiração, e tudo aquilo me levava à beira da insanidade, como se sua paixão alimentasse a minha.
Ele passou as mãos pelas minhas costas, agora nuas, só que agora para espalhar um líquido em um frasco no armário do banheiro, que Alice deixara, é claro. A substância era oleosa, com um perfume bastante agradável, vinha de plantas e flores.
- Não sabia que você também entendia dessas coisas - eu comentei, com a voz baixa e entrecortada.
- Assisto filmes de vez em quando.
- Que tipo de filmes você anda assistindo, hein? - eu perguntei, enquanto seus dedos iam encontrando pontos de tensão nos músculos e desfazendo devagar, com cuidado.
- Você se surpreenderia - respondeu, me provocando.
- Jacob! Você não andou assistindo... - eu não consegui terminar a frase, e ele não conseguiu conter suas risadas.
A noite ainda era uma criança, e aparentemente a satisfação que ele alcançara havia diminuído um pouco sua urgência. Quando se deu por satisfeito, ergueu-me novamente, e me levou até o chuveiro, para que retirasse o excesso do óleo. Ao ver a expressão de prazer em seu rosto não consegui me conter, colei meu corpo no seu, sentindo a pele dele deslizar contra a minha, e o beijei até ficarmos ambos sem fôlego nenhum, enquanto as mãos dele deslizavam por mim já com certa desinibição; sem, mas meu peito queimava, e a boca ardia de desejo.
Meu coração acelerou. A sensação de poder causar nele sensações remotamente parecidas com as que ele me causava era viciante; eu não conseguia pensar em parar. Queria que aquela noite durasse para sempre.
Quando tudo terminou – e na verdade não tinha terminado, cada pausa era o prenúncio de algo cada vez mais enlouquecedor. Em alguns momentos eu percebia tudo nitidamente. Os olhos haviam se acostumado à escuridão, e a lua descera a janela, deixando tudo branco. Lua minguante é claro.
Meu corpo estava cansado, dolorido, sentira momentos curtos de dor, mas tudo aquilo virava nada quando comparado com o tudo que tínhamos alcançado naquela noite. Foi com essa certeza e determinação que adormeci, já ouvindo alguns pássaros ao longe, anunciando a chegada iminente do sol. Ainda estava tudo escuro, mas eu podia sentir a mudança no ar, meu corpo estava muito consciente de tudo. Ele despertara, enfim.

- Bom dia, meu amor – eu ainda estava no mundo da lua, e nem percebi que Jacob havia me chamado – amor?
- Oh! Bom dia amor – ontem à noite, nossa, ele sabe de superar mesmo.
- Feliz aniversário! – aniversário? O meu aniversário ainda está longe. Eu olhei a ele sem saber do que ele estava falando.
- Não acredito de você esqueceu – Jacob mostrou decepção. Que aniversário seria?
- Pode me dar uma ajudinha pra me lembrar? – eu ainda estava com a cara “me desculpa?”
- A, não. Fale que você está brincando! – olhei para ele só com o olho esquerdo.
- Brincadeira. – não acredito que esqueci. Do que se tratava esse aniversário afinal?
- Você sabe. Não sabe? – ele estava com uma esperança de que eu estivesse lembrado. Na verdade, esperança de que eu não tivesse me esquecido.
- Ain. Não! Desculpe-me amor, sabe que eu não sou ligada em datas – Jacob saiu da cama, desapontado, saiu do quarto e parou na porta, jogou um buquê de minhas rosas prediletas. Orquídeas roxas.
Peguei o cartão e li. Como pude me esquecer, é claro. Aniversário de casamento. Deitei na cama e me derramei em lágrimas. Sou uma idiota mesmo. Burra. Burra. Burra. Repeti várias vezes. Foi aí que escutei alguém ao meu lado. Jacob? Olhei e era Alice.
- Não se culpe amorzinho. Ele também se esqueceu. Quem lembrou foi Edward. Exija perdão. Ele também é culpado... – não esperei duas vezes, corri para conversar com Jacob – obrigada tia Alice – disse já fora do quarto.
- Como você pode esquecer? – Jacob estava bravo comigo
- Como você pode me exigir de algo que você também havia esquecido?
- Alice...
- Sim, Alice – o abracei. – eu te amo. Espero que isso não mude o que você sente por mim.
- Nem um pouquinho. Tá. Desculpe, também tenho culpa.
- O que temos pra comemorar o dia?
- Não muita coisa. Hoje à tarde as crianças chegam...
- É claro – disse meio tristonha, mas feliz.
- Enquanto eles não chegam... – Alice deixou tudo pronto, café da manhã completa. Pra Jacob, é claro.
- Que aventuras temos pra hoje? – perguntei rezando que não fosse nada relacionado à altura. De uns tempos para cá fiquei medrosa com isso!
- É surpresa amor! Mas eu garanto que você vai se divertir muito. – tomara. Tentei esquecer-me do medo. Não irei pensar nisso que pode até atrair.
- Tudo bem.
Ficamos namorando por um longo tempo. E num momento Jack levantou do sofá e foi pro quarto. O sofá dá as costas para o nosso quarto. E de repente ele colocou uma venda nos meus olhos e me guiou por um bom tempo. Ele me pegou no colo e deus alguns passos e me colocou dentro de alguma coisa. Ele agora colocou algo no meu ouvido pra bloquear o som. O que Jack estava aprontando. O objeto se moveu e Jack tirou os equipamentos de som e de visão, e quando me vi estávamos á alguns metros do chão. A surpresa de Jacob era voar num balão, só nós dois.
Começou a vim o pânico. Tentei pensar nas crianças para o pânico não tomar conta de mim, e lembrei-me de outra preocupação. De Camily amar um Volturi. A maior preocupação agora qual seria? Difícil a decisão. Respirei fundo e tentei me imaginar que eu estava voando, sonhando, alguma coisa. Melhor sonhar, pois dali eu não terei medo de cair.
Beijamos-nos, nos acariciamos e em um momento o balão começou a perder altura. Nosso passeio estava chegando ao fim, e o dia também.
Quando o balão tocou no chão, e nós também, eu estava tranquila. Parece que o meu medo não me tomou hoje.
- Cadê o seu pânico, Nessie? – Jacob estava me zoando.
- Parece que hoje o medo deu trégua. Mas não tente fazer isso novamente tá?
- Pode deixar amor. Talvez na próxima seja outro tipo de adrenalina – olhei a ele com os olhos arregalados.
- Você não está falando sério, está?
- Porque não estaria? Vamos provocar a insanidade do seu medo – Jacob deu uma risadinha, meio que sem graça.
- Nem pense nisso Jacob Black Cullen – não queria me irritar com ele. Hoje não.
- Já pensei amor. E já estou planejando – estou tentando controlar a vontade de gritar com ele, mas não quero fazer isso. Sei que irei me arrepender depois.
- Não irei falar mais nada porque não quero ficar aborrecida com você hoje. Hoje pelo menos.
- Sabia que podia falar isso para você agora. Mas ok. Fugi de uma briga por hoje! – ele riu, e beijou.
Fomos pra casa. Tomamos banho e fomos pra casa de Bella e Edward para irmos juntos buscar as crianças no aeroporto. Chegando ao vovô Carlisle, Alice nos disse que o avião das crianças irá atrasar meia hora ou mais. Conversamos todos, mas todos na verdade queriam saber como que foi o nosso dia de hoje. Feliz o papai que pode saber de tudo, sem ao menos a gente citar uma palavra.
- Filha, desculpe o Jacob, na verdade fui eu quem insistiu para que ele te levasse no balão – papai estava preocupado conosco.
- O que. Eles brigaram? – tio Emmett perguntou intrigado.
- Só uma pequena discussão. Mas está tudo bem não é Nessie?
- Sim. Está bem. – pelo Jacob, nem teríamos desentendimentos.
- É filha, você tem sorte pelo Jack não ser paranóico, como você é ás vezes – papai riu. Não é paranóia, pai, eu amo o Jack.
- Eu não tenho dúvida disso! – eu o abracei e abracei Jack e demos um longo beijo.
- Tá. Não precisa explicar nada. Estou vendo que foram mil maravilhas esta noite. E hoje o dia todo. – Alice disse. Ainda estávamos nos beijando.
Alice nos avisou que já estava na hora de irmos ao aeroporto. Chegamos junto com o avião. Quando eu vi a Liza e o Joe, não me segurei e chorei, e corri ao encontro deles.
- Saudade de vocês meus amores – a saudade era imensa.
- Também estamos com saudade mãe – os dois disseram.
- Meus filhos parecem que vocês cresceram nesses dias – Jack abraçou-os.
- Ah! Parabéns pelo aniversário de casamento. Foi Joe quem lembrou – Nessie nos parabenizou.
- Obrigada meus amores – nossa, ele lembrou o que nós dois esquecemos.
Enquanto abraçavam os Cullen, foi conversar com Camily.
- Como foi de viagem, Camily? – na verdade queria saber um exato ponto dessa viagem, mas converso sobre isso com calma.
- Foi maravilhoso, Nessie. A cidade é linda, senti vontade de aprender italiano. Dialeto muito bonito.
- Que bom que você gostou do presente – abracei-a.

17 de out. de 2010

Sorry guys

Peço desculpas por ter deixado de postar o fic mas to muito apurada com os trabalhos!
Não sei se vcs sabem, mas eu faço o ultimo ano do magistério integrado então to me virando nos trinta com os meu planejamentos e a atuação! Mas a partir do dia 2-11 ja estou livre de tudo isso e começo a respirar aliviada! Mas eu NÂO ABANDONAREI não o fic eu prometo pessoal. Estou continuando a escrever, mas falta ter alguns ajustes pra poder postaar o próximo capítulo, daí siim vai ser desenrolado a história. Mas eu peço a vcs, não desistam de continuar a ler o fic pq tem muuita coisa MARA a ser descoberta i tals, prometo num decepcionar vcs com a história! Aceito critica, sugesttões e claro, elogios! Quero saber o que tão achando da história, se tiverem alguma historinha perva pra me contar pra me inspirar mais ainda, eu agradeço! SHAUSHAUSH

Fiquem a vontade pra mandar o carinho (ounão) pelo fic.

Agradeço desde já a atenção e a paciência de vcs!

ATENCIOSAMENTE Camila Wagner

6 de ago. de 2010

CAPÍTULO 5

5.SONHO OU REALIDADE?
CAMILY...

Quando acordei, tive em mente um sonho, dessa noite provavelmente. Sonhei com três homens bonitos, mas ao mesmo tempo me davam medo. Eles estavam sorrindo, me olhando de cima, um veio em minha direção e ofereceu uma mão, para eu me levantar. Eu aceitei e quando dei por mim todos estavam em minha volta. Aqueles olhos vermelhos me assustaram me intrigavam. Esse que me ajudou a levantar estava com um sorriso de orelha a orelha, chamou Alec. Alec veio, e disse algo em meu ouvido, e nessa hora me acordei.
Percebi também que eu estava suando. Levantei e fui tomar banho, tentando esquecer o sonho. Não queria desvendá-lo. Saí do banho e Liza, ainda sonolenta me perguntou por que eu havia acordado tão cedo. Eram sete horas da manhã.
- Eu tive um sonho estranho e acordei suada. Não ia conseguir voltar a dormir de qualquer jeito então levantei e fui tomar banho. Desculpe se te acordei ou assustei.
- Não foi nada. Eu tenho sono leve. Eu posso te fazer companhia? – Liza bocejou. Ela deve estar morrendo de sono.
- Não precisa querida. Pode voltar a dormir. Vou ler um pouco, ler me distrai. De repente eu volte dormir mais um pouco.
- Então tá. Se precisar de alguma coisa pode me chamar, tá bem?
- Pode deixar. Agora vá dormir – levei-a na cama e não deu muito tempo ela já pegou no sono.
Ainda bem que trouxe um livro. Continuei a ler “O Último Jantar” de Antônio Carlos e Vera Lúcia. Queria saber quem havia matado Lia, estava numa curiosidade só. Mary, uma escritora de livros policiais, era acusada por ser a inspiradora pelo crime. Uma história que instiga a imaginação e a curiosidade do leitor.
Eu estava tão imersa na história que não havia percebido que todos já estavam de pé e quase pronto pra sair. Renée havia me chamado várias vezes, como ela me disse. Corri me arrumar, e logo saímos.
Saímos pra conhecer Florença. Uma cidade linda. Eu desejei morar aqui com a mamãe. Mamãe... Nossa ela deve estar preocupada. Liguei pra casa ninguém atendia e no celular dela estava desligado. Estranho, ela nunca deixava o celular desligado, e muito menos se esquecia de carregar.
- Aconteceu alguma coisa? Parece que você está preocupada. – Phil percebeu que eu estava agitada.
- Não consigo falar com a minha mãe. Ninguém atende no fixo e o celular dela tá desligado. Isso não é normal.
- Bom. Querida, o que se pode fazer estando quase do outro lado do mundo? – olhei-o questionando – aproveitar a viagem. Quando voltar, você conversa com ela perguntando sobre isso. Agora vamos. Não queremos nos perder não é?
- Com certeza não – tentei me descontrair. Que não foi muito fácil.
Eu não parava de pensar no sonho que tive, agora queria tentar entender. Se não pensava no sonho, eu pensava em Alec. Pedi emprestado o MP3 de Joe e coloquei os fones no ouvido, liguei-o e apertei no play. Tentei me concentrar na letra da música, não para aprender a cantá-la, mas pra esquecer-se desses pensamentos. Voltamos ao Hotel para almoçar. Prestava atenção em minha volta. Tinha que ter muitas coisas pra contar pra mamãe. Mamãe. O que estaria fazendo agora. E no que estávamos terminando, Joe recebeu uma ligação de Nessie. Não dei muita atenção à conversa, voltei nas músicas do MP3.
Quando voltamos ao nosso passeio, fomos comprar alguns perfumes. Fui andando nas bancas, quando me esbarrei em alguém.
- Perdão. Eu não vi você – me esqueci que eles talvez não me entendessem.
- Não foi nada senhorita – ele sorriu. O sorriso que estava com tanta saudade.
- Alec. Não acredito que você está aqui – voei, literalmente, em seus braços. Abracei-o. Um abraço apertado e demorado. Mas de repente me deu um arrepio e percebi que, não somente o seu toque, mas todo o seu corpo estava frio. Desvencilhei-me dele rapidamente.
- Algum problema? – como era possível ele estar mais lindo?
- Sim. Não consigo conversar com a minha mãe e, seu corpo, é frio? – ele se virou. Olhando reto.
- Talvez tenha algum problema nas linhas telefônicas. Não se preocupe. Ela deve estar bem – ele olhou fundo em meus olhos. Seus olhos eram de um vermelho rubi, cativantes. Ao invés de estar assustada eu estava intrigada.
- Você usa lentes de contato? E por quê?
- Uso sim. Mania de nossa família – ele estava aliviado com alguma coisa.
- E eu... – tolice minha pedir pra conhecer a família dele. Um cara assim deve ter compromisso.
- Você? O que quer saber? – Eu não posso pedir isso.
- Besteira. Esquece – quando voltei a olhar em seus olhos, lembrei do sonho. Os três homens também com os olhos vermelhos. Será que é a família dele?
- Fala. Deixou-me curioso! – mesmo que eu quisesse, não poderia resistir ao seu pedido.
- Eu posso conhecer sua família? Eu sei que é uma tolice. Por isso que eu desisti de te pedir.
- Não é tolice. Seria uma ótima ideia. Eu precisaria pedi-los primeiro, mas é provável que você possa.
- Não, deixe...
- Eu já volto pra te buscar. Ele tocou em minha bochecha e deu as costas.
Quando comprei uns brincos, pulseiras, maquiagens pra minha mãe e para mim, fomos a um atelier e vimos vestidos mais lindos que outro. Compramos algumas peças de roupas lá pra voltar a Forks. Demos volta em algumas lojas da cidade.
- Vamos lanchar? – Renée foi entrando em uma lanchonete.
Peguei um refrigerante e uma sanduiche. Não estava com tanta fome. Fui pra fora. Lembrei-me da conversa que tive agora pouco com Alec. Como pude esquecer.
- Oi – Alec me assustou com o seu toque.
- Você não morre tão cedo. Estava pensando em você agora mesmo – Alec deu risada. Risada que nunca mais vou esquecer.
- Tenho uma notícia boa. Quer conhecer minha família agora ou mais tarde? – ele não deve estar falando sério.
- Eu não falei sério...
- Vamos? Eles ficaram curiosos em te conhecer – como posso dizer não com essa carinha pidonha?
- Só me deixe avisá-los para eles não ficarem preocupados – quando fui me levantar Alec me segurou. Ele me olhou nos olhos. Seu hálito era enlouquecedor. Senti uma imensa vontade em beijá-lo.
Sem eu notar, ele encostou a sua testa nos meus e seus lábios foram alcançando os meus aos poucos e, em um beijo me esqueci de tudo, quem sou, onde estava. Seus lábios frios e marmóreos com muita delicadeza nos meus.
Nenhuma de nós estava preparado para a minha reação.
O sangue ferveu sob minha pele, ardendo em seus lábios. Minha respiração assumiu um ofegar louco. Meus dedos se trançaram em seu cabelo puxando-o para mim. Meus lábios se separaram enquanto eu respirava seu cheiro inebriante.
Suas mãos empurraram meu rosto para trás delicadamente, mas com uma força irresistível. Abri os olhos e vi sua expressão de cautela.
- Desculpe. Não sei o que deu em mim – ele disse com o ar preocupado. Eu Demorei pra me recompor. Por alguns instantes, não me lembrava quem eu era e onde estava.
- Não se preocupe – sorri. Toquei em seu rosto, ele fechou os olhos inspirando o meu pulso – Liza. Não vi você aqui – ela estava sorrindo. Alec se levantou rapidamente, E num piscar de olhos ele não estava mais por perto.
Será que o beijo era um sonho meu. Eu estava sonhando acordada? Mas o seu toque frio, eu posso sentir. Liza voltou pra dentro, ainda sorrindo. Quando olhei pra frente, Alec já estava ao meu lado.
- Como... – Alec me tomou em seus braços de mármore e só pude ver vulto em minha volta. Olhei pro chão e mal conseguia vê-lo. Só sabia que estávamos indo muito rápido porque eu sentia o vento em meu rosto. Mas como assim?
Encostei a minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos. Eu estava prestes a ficar louca. Só queria prolongar aquele momento. Alec me colocou no chão.
- Pode abrir os olhos – quando abri percebi que eu estava tonta.
Olhei pra frente e estava diante de uma porta enorme. Seria impossível abrir aquilo. Mas quando achei que tinha visto tudo por hoje, uma garota a abriu sem dificuldade alguma. Fui entrando e vi três cadeiras do outro lado do pátio. Parece ser mais uma arena. Tinha arquibancada, que por sinal, não estava vazia.
Senti uma dor de repente. Não sabia por quê. E a dor aumentara, até que numa única palma, a dor cessou-se imediatamente. Eu estava no chão, com dificuldade em respirar, vi os três sorrindo, me olhando de cima, um veio em minha direção e ofereceu uma mão, para eu me levantar. Eu aceitei e quando dei por mim todos estavam em minha volta. Aqueles olhos vermelhos me assustaram me intrigavam. Esse que me ajudou a levantar estava com um sorriso de orelha a orelha, chamou Alec.
Era a mesma cena do meu sonho. Exatamente a mesma cena. Sem tirar nem por.
- Prazer em conhecê-la, Camily. Eu sou Aro, esses são Caius e Marcus – Aro falou indicando-os.
- Prazer – disse. Aro ainda estava segurando a minha mão direita.
- Você esta assustada, em pânico... – um dos caras me perguntou. Eu não saberia responder quem era.
- E porque eu estaria. É muito bom conhecer a família de Alec – procurei por ele, mas não o encontrei.
- Alec já volta – outro cara me comunicou.
- Será que devo falar a Camily? Seria muito bom...
Os três ficaram alguns instantes em silêncio. O que eles pretendiam me dizer?
- É, tem razão – não ouvi-lo conversarem nada!
- Minha cara, você acredita na lenda de Volterra? E de Forks?
- Eu? Claro que não. Não existe e nunca existiram vampiros. E muito menos lobisomens. Você não acha?
- Eu não acho. Ninguém aqui acha – Aro disse entre risos – existem vampiros sim. Nossa família são vampiros. Se eu te provar promete que não conta pra ninguém?
Eu ri alto. Vampiros? Existem também bruxas, saci pererê, alienígenas.
- Se existe bruxas, saci pererê, alienígenas eu não sei. Não vi nenhum deles por enquanto. Nesses últimos dois mil anos – como Aro sabia que eu estava pensando isso? – ora minha cara, é muito fácil responder sua pergunta. Eu sei por que sou um vampiro.
- Impossível – espera lá. Ele falou a mais de dois mil anos?
- Sim. Mais de dois mil anos. Vampiros não envelhecem, por isso não morrem. Bom não tão facilmente.
- Prove se você conseguir! – essa eu queria ver.
- Com todo o prazer. Já percebeu que nossos olhos são vermelhos. E não são lentes – eles abriu mais os olhos e deu pra perceber que não havia nada – somos brancos e pálidos. Quando Alec te trouxe, em uma velocidade incomparável, Heidi abriu aquela porta pesada sem nenhuma dificuldade, você esqueceu por alguns minutos a conversa que teve com Alec hoje, até o próximo encontro... Quer mais evidências?
É. Nada tinha cabimento. Será realmente?
- E você ainda duvida?
- Só existem vocês de vampiros?
- Não. Os Cullen, por exemplo, são vampiros – comparei essas características com a família de Nessie. Mas os olhos não se encaixavam...
- Boa. Os olhos. Os Cullen têm uma alimentação diferenciada de nós. Eles bebem sangue de animais. Por isso é dourado.
- E o que vocês se... Alimentam que ficam com os olhos vermelhos – perguntei e logo em seguida me arrependi. Humanos.
- Correto. Mas não se preocupe, já estamos saciados por hoje.
- E então, o que querem de mim?
- Como assim? Não era você que queria nos conhecer – Aro disse ironicamente.
- Sim, mas, por que me contou sobre...
- A nossa espécie? Ora tenho uma proposta a fazer a você.
- Que proposta?
- E se você aceitar poderá entrar pra nossa família e poderá viver perto de Alec – Olhei Alec. Ele estava longe. Mas ele me olhou assustado. Como se tivesse escutado o que Aro havia me dito. Alec estava ao meu lado, agora com um sorriso. Abraçou-me, mas logo correu para a arquibancada.
- Desculpe-o. Mesmo saciados, ainda é difícil... – percebi que meus olhos estavam inundados. Percebi que eu estava com medo... – o que houve? Não vamos machucá-la. Eu te dou a minha palavra. Não permitirei que a machuque.
- Eu não estou com medo disso.
- Não? Então do que?
- De perdê-lo – olhei para Alec na arquibancada que num instante estava ao meu lado. Ele me abraçou e, minhas lágrimas aumentaram e se derramaram em meu rosto. Alec as enxugou com seus dedos frios. Arrepiei-me com seu toque. Ele riu – farei qualquer coisa pra ficar com ele – falei sem tirar os meus olhos dos de Alec.
- O que quero não é difícil. Seu dom é magnífico, por isso quero que você trabalhe conosco. Mas, será perpétuo, ou seja, você não poderá desvincular de nossa família de jeito algum. E se usar o seu dom contra nós terá um castigo – Aro olhou para uma garota e, de volta a dor. Gritei por Alec e ele estava ao meu lado, me abraçando. A dor então parou. Aro riu. Alec me ajudou a levantar
- Eu sei como é dolorido o dom de Jane.
- Dom? Jane? Quem é Jane – eu estava com a voz autoritária. Estava com ciúmes.
- Dom, todos os vampiros tem, e o seu Aro está cobiçando. E Jane tem o dom de fazer quem ela quiser sentir dor, sem ao menos tocar na pessoa – o que queria saber na verdade ele não fala. Ele está me enrolando?
- Quem é Jane? – não queria conhecê-la. Estava mais pedindo satisfação.
- É aquela garota ali ao lado de Caius. Ela é minha irmã – Jane nos olhou e no mesmo instante estava conosco.
- Prazer Camily. Será um prazer também tê-la nos servindo. Não pense que é fácil, que é moleza. Pois não é. Terá que servir quem a pedir, sem contrariar nem reclamar.
- Estou disposta. Acredite – lembrei da família de Nessie – Eu posso ao menos ir pra casa pra me despedir de minha mãe? Renée e os outros devem estar preocupados...
- Poderá sim – Aro me respondeu – já que você prometeu Servidão pra sempre. Quando estiver preparada iremos buscá-la. Agora você não poderá mais se arrepender entendeu?
- Eu tenho o porquê para me arrepender?
- Espero que não! Agora vá meu anjo. Alec levará onde estão seus amigos. Iremos te buscar em alguns dias. Não adianta você fugir, rastrearemos onde você estiver – Aro pegou minha mão e a beijou.
- Até – falei, com um sorriso de orelha a orelha.
Alec me pegou e fiz a mesma coisa quando ele estava me trazendo. Fechei os olhos e encostei-me a seu ombro. Seu perfume era excitante. Ele me beijou e me soltou. Abri os olhos. Encontrei o pessoal mais pra frente. Corri para não me perder.
- Não acredito. Já está noite. Não falem que amanha de manhã voltaremos pra Forks – Renée disse em pesar.
- Eu também me custo esquecer isso – Joe falou.
- Não sei vocês, mas eu estou morta. Não vejo à hora de cair na cama e dormir – eu estava num bagaço.
- Eu não estou cansada – Liza disse. Pela sua fisionomia parecia que não estava mesmo.
- Ela não é acostumada a viagens. E muito menos longa – Joe disse a Liza.
Voltamos para o hotel, tomei banho e corri pra cama. Quando estava quase num sono profundo, senti algo frio em meus lábios. Sorri.
Hoje fui a última a acordar. E foi preciso que me acordassem. Arrumamos nossas coisas. Deixei a minha bolsa aberta e fui ao banheiro pegar minha escova de dente e, quando voltei ao quarto, tinha um bilhete. Estranhei. Abri-o e li atenciosamente.
“Em um mês nos veremos novamente. E aí ficaremos juntos para sempre. É normal que você não se lembre sobre. Mas em menos de quarenta e oito horas você irá lembrar. Eu te amo.”
Não poderia ser pegadinha de Joe ou de Liza. Essa letra era muito perfeita e suave. Nem marcava e verso da folha. Guardei-o. Como diz o bilhete, me lembrarei em menos de quarenta e oito horas.
- Está pronta Camily? – Renée me perguntou.
- Sim estou.
- Então vamos? – olhei pela ultima vez o quarto e o hotel.
Bem que Alec podia estar aqui pra me despedir. Mas eu não vi mais ele depois daquele dia. Olhei para o céu sem ao menos olhá-la. Uma lágrima caiu em meu rosto. Abaixei a cabeça e a sequei. “Eu te amo Alec. Foi bom ter te conhecido” eu falei num tom baixo. Não tinha ninguém por perto pra dizer que eu era louca ou algo do gênero.
Então embarcamos no avião e a tortura começou tudo de novo. Como eu não havia dormido tudo no hotel. Fiz questão em pegar no sono. Afinal, saímos do hotel e ainda estava escuro. Só quando o avião ganhou ar que começou clarear o dia.

5 de ago. de 2010

CAPÍTULO 4

4.MAIS COMPLICAÇÕES
RENESMEE...

Como será que está sendo a viagem do pessoal á Itália! – pensou Esme.
- Quando Renée me ligou á algumas horas, ela disse que estava indo tudo bem. – Mamãe disse, reconfortando Esme.
- Ligue pra alguém, Nessie! – Esme pediu.
- Vou ligar pra Camily então – falai pegando o meu smart – queria saber se ela gostou do presente. – eu mesma queria entregar o presente á ela, mas como eles estavam apurados, então mandei pela Liza.
- Oi Camily.
- Oi Nessie. Você não morre tão cedo? – sua voz demonstrou empolgação
- Como assim? Estavam falando de mim? Pode me contar.
- Adivinha com quem acabo de conversar? – meu pai agora ficou atento em nossa conversa – Nessie, você está ai?
- Estou sim. Eu conheço essa pessoa? – só de olhar o meu pai já fiquei nervosa.
- Ele disse que conhece você e sua família, quer dizer, os Cullen. Até o Joe o reconheceu... – ele?
- Ele? Quem é esse cara? – não. Não pode ser.
- Ah! Não seja estraga prazeres, pelo menos tente adivinhar! – pela sua brincadeira, pelo jeito ela não percebeu o meu nervosismo.
- Pode me dar uma dica? –
- Começa com a letra... A. – Aro foi o primeiro nome que passou pela cabeça do papai e ele sussurrou seu nome. Já eu, pensei em Alec.
- Aro? – fala que não. Fala que não. Eu torci.
- Errado. – ufa! - Segunda chance. – será Alec?
- Alec? – injetei logo.
- E... Exata! – isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque não preciso ficar com a consciência pesada com a destruição dele. Ruim porque ele deve estar sofrendo muito - Ele mesmo! – ela suspirou. Ela suspirou? Olhei para Edward em choque. Ela estaria se... Não. Não pode ser. Ela estaria se apaixonando? Por ele? Justamente ele?
- E sobre o que vocês conversaram? – Agora eu estava mais tranqüila. Graças ao dom de Jasper.
- Ah! De tudo um pouco. Quando chegarmos ai, te conto os detalhes. – ela disse ansiosa.
- Está bem. Então está tudo bem?
- Mais perfeito impossível. Obrigada!
- Ok. Por nada. Vou ligar pro Joe então. Tchau
- Será possível pai?
- Infelizmente filha. Mas não fique se culpando, ninguém podia imaginar isso! Alice não teve uma visão sobre isso porque não conhece o bastante a Camily. – lembrei que eu não havia perguntado da câmera.
- Será que ela gostou da câmera?
- Quem não gostaria? – foi quando me lembrei do almoço de Jacob
- É filha, corra.
Corri o mais depressa que podia.
- Já não era tem tempo. Esqueceu que tem um marido? E com fome?
- Como posso esquecer? Desculpe a demora. Estava conversando com a Camily.
- E como foi?
- como diz ela: “mais perfeito, impossível” – não ia contar sobre ela e Alec. Não agora
Fiz empada pro almoço de Jacob. Acho que vou ir à casa de Andie. Há tempo que não converso com Charlotte com calma. Mas não antes de ligar pro Joe.
- Oi mãe que saudade!
- Oi filho também estou com saudade. Como vai ai? Está tudo bem?
- Está ótimo mãe. Tenho um monte de coisa pra te contar. Você não tem idéia.
- Em falar em história. Que história é essa da Camily ter conversado com Alec?
- Ai mãe desculpa. Nós nos perdemos e quando a encontramos, estava conversando com ele.
- Hum... Bom vocês me contam essa história direitinho quando voltarem. – lembrei de perguntar do meu presente á Camily. – E Camily gostou da câmera?
- Se não. Ela adorou. E tem uma coisa também. Ela tirou foto de Alec, sem ele perceber, quer dizer, escondida dele.
- O que? Não acredito.
- Eu vi quando ela foi jantar e estava passando as fotos no pendrive. E foi agora mesmo. Ela até tirou o pendrive e a câmera do computador bruscamente. E agora ela foi pra cozinha. Mãe eu acho que ela...
- Está apaixonada. É também percebi isso. Percebi quando ela, ao falar dele, suspirou.
- I mãe. Então é sério mesmo... Peraí, ela ta vindo. Olha mãe, por mim eu ficava mais tempo. – ele disfarçou.
- Então tá. Vou deixar vocês descansarem. Ah, não a irrite, ela tem problemas demais em casa, eu queria que essa viagem fosse pra ela esquecer um pouco dos problemas.
- Mas não criando outras né?
- pois é!
- Pode deixar mãe. Fique tranqüila. Amo-te mãe.
Então peguei o Classic e fui á Andie.
- Oi Nessie, entre. Já chamo a Andie – Seth atendeu a porta – já volto
Não demorou muito Andie estava vindo, com Charlotte e Seth.
- Seth você não deveria estar com o bando? – perguntei
- É deveria. Mas queria ficar mais tempo com a família. Você também pode reivindicar seus direitos de esposa, Nessie. – Seth disse, abraçando sua filha.
- É isso que dá casar com um lobo – Andie brincou. Seth teve que contar a ela. Já que depois do vovô ter falecido, minha família voltou pra Forks. Então a febre continuou.
Tivemos que contar o motivo da febre, então ela sabe também de nós, vampiros.
- Bom, já vou indo. Vou deixar as madames conversarem em paz. Seth beijou Andie e sua filha e correu.
- Como que você está? – com certeza já percebeu que eu estava um pouco abatida.
- Estou bem. Só um pouco preocupada
- Preocupada com a viagem?
- Eu liguei pra Camily, pra saber da viagem...
- Não se preocupe Nessie. O que podia acontecer?
- O que podia acontecer não. O que aconteceu.
- Como assim?
- Camily t se apaixonado por um italiano – a preocupação é que esse cara é um dos Volturi.
- Mas que bom! Mas... Qual o problema?
- Porque é um amor proibido. Minha família e eu o conhecemos e sua família. Eu sei que não será possível ela ter um amor recíproco. E viver esse amor. – Eu estava angustiada. Podia ser qualquer um. Menos um vampiro. Menos sendo Volturi.
- E como você percebeu esse amor dela?
- Percebi quando ela falava entusiasmada dele e, em uma hora ela, suspirou. Com certeza ficou entusiasmada por saber que os conhecemos e com certeza achou que ele é de confiança.
- E ele não é?
- Ele e sua família não são.
- E agora. Ela irá fazer de tudo para tê-lo.
- Esse é o problema. Mesmo que o conquiste, não poderá tê-lo. E se tê-lo, não estaria conquistado.
- Puxa. Ela irá sofrer muito.
- Outro medo também é que se os Volturi, sua família, souberem disso, poderá destruí-la – não posso nem pensar nisso. – ou então se aproveitar disso. Essa opção ainda é dolorosa.
- Transformando-a e usando seu dom?
- Eles podem ver o dom de alguém mesmo antes da transformação. Eles souberam da mãe... E fizeram a oferta a ela de morar com eles.
- E ela não aceitou, é claro
- Não aceitou porque ela tinha uma família que precisavam dela e papai era daqui...
- Já no caso dela. Ela acha que a sua vida não tem mais conserto. – Andie já sabia do pai de Andie. – e o seu amor é justamente de lá.
- Espero que ela volte para Forks junto com Joe e Liza. Aqui fica mais fácil de convencê-la.
Conversamos mais um pouco e quando Seth chegou me lembrei do meu marido. Despedi-me a eles e corri.
- Hoje é o dia de esquecer-se do marido? – Jacob falou, pegando o calendário. – Não está no calendário pra eu me programar.
- E não está no calendário também o dia da impaciência do marido – também brinquei.
- Você estava até agora na Andie?
- Sim, por quê?
- Então não sou o único lobo a chegar a casa sem o jantar pronto – ele já sabe que quando engatamos numa conversa, esquecemos do mundo e, dos maridos.
- Ok Black. Jantar saindo.
Fiz bolinho de carne e de chuva. Liguei para Edward, para contar da conversa que tive com Joe.
Então Jacob e eu aproveitamos a noite sem as crianças.
De manhã, no que acordei já me lembrei de Clara, mãe de Camily. Ela deve estar muito preocupada com a filha. Ela não ligou porque talvez Camily não tenha passado o meu número. Liguei no fixo e ninguém atendia. Liguei no celular, caixa de mensagem. Não insisti. Talvez ela queira um tempo sem ninguém que a incomode.
Fui à casa do vovô Carlisle pra passar o meu domingo lá. Liguei pra Rachel para avisar o Jacob a ir almoçar no vovô.
Na porta, estava a tia Alice. Ela deve estar tendo alguma visão...
- Alguma visão tia Alice?
- Acho que sim, mas não consigo ver muito bem. Está embaçado...
- E não é normal?
- É, é quando a pessoa não está decidida ou quando...
- Quando? – a tia Alice está assustada. Ela está escondendo algo de mim.
- Quando não conheço muito bem a pessoa – ela disse com um pesar nos olhos. Alguma visão de Camily, aposto!
- Bom, talvez seja um pouco mais clara a visão quando a Camily voltar. – eu estava esperando que sim.
- Tomara – espero que não seja tarde. E se ela não voltar? E se justamente a visão dela é acontecido lá na Itália?
- Filha, você não pode pensar em todas as possibilidades – meu pai falou, com certeza já lendo os meus pensamentos. Quando estou aqui perco a minha privacidade.
- Não tenho culpa se tenho esse dom. E que você pensa muito alto... É como se você gritasse.
- Ok pai – não queria brigar com o meu pai. “eu já deveria ter me acostumado” pensei. Edward riu.
- Que bom que você pretende passar o domingo conosco. Hoje você é só nossa! – meu pai estava entusiasmado para alguma coisa.
- Ei filha! – Bella veio me abraçar – quer jogar baseball? Estará um dia perfeito. Como nós gostamos – mas Bella não gosta de jogar baseball.
- Como nós gostamos menos Bella. Você está certa. – puxei minha mãe nisso – é infelizmente nisso você a puxou - E sua mãe te convidou só pra ser educada. Mas na verdade ela queria dizer “quer fofocar? Será um dia perfeito. Edward estará ocupado demais pra ouvir nossas conversas.”
- Hum! Então quero sim! – mostrei a língua pro papai. Nunca gostei que Jacob fizesse isso para as crianças e eles... Bom, são crianças grandes.
- Obrigado pelo elogio. – minha mãe o olhou pedindo explicações – todos somos crianças grandes. Segundo a Nessie. – Edward disse levantando as mãos perto do rosto com as palmas viradas pra frente e comprimindo os ombros.
- E qual será a melhor hora pra fofocar, mãe? – olhei de lado pro papai. Ele estava conversando com o vovô, mas ele estava rindo. Com certeza do que eu havia falado.
- Ás treze horas. Vai vir uma tremenda chuva, mas na clareira a chuva virá mais tarde – demorei pra entender o porquê de jogar em dias chuvosos. É porque quando eles se chocam ao tentar pegar a bola, omite um som alto. Então, para não chamar atenção, os humanos pensarão que é trovão...
- Então. Primeiramente irei ligar pro Joe.
- Melhor não. Deve ser cinco da manhã lá... - Era mais ou menos dez da manhã, aqui.
- A é. Esqueci desse detalhe. Não sou acostumada a mudança de fuso horário...
- Bom, então vou fazer o almoço de Jacob, pra gente não se atrasar no jogo. Posso fazer aqui mamãe?
- Claro que sim filha. Será bom a gente passar mais tempo juntas. – eu também estava com saudade de passar o tempo à toa com a mamãe – o que teremos pro almoço hoje?

- Não sei. Alguma sugestão? – já que ela cozinhava mais do que eu.
- Bom, eu não era uma cozinheira de mão cheia. E também não me lembro muito da minha vida de humana... – mesmo que não tenha muitas décadas, aos poucos vai se apagando da memória o que ela achava banal para lembrar, e então não fica viva na memória.
- Porque não faz o tradicional? O velho feijão e arroz? – eu não sabia muito bem o que era isso – talvez Bella ainda se lembre de como que se prepara.
- Se não me falha a memória... – ela foi me explicando por etapas
Ensinou-me a como cozinhar o feijão, o arroz, como usava a panela de pressão, que tinha em casa mais como um artigo de luxo. Aprendi a preparar batata cozida, frita, a fazer salada. Qual fruta dava pra comer com a comida. Falou-me também da importância desses tipos de comida para os humanos. Ela falou alguma coisa em preservar a saúde boa, prevenir doenças, ou até mesmo pequenas dores como cãibras.
Meio dia em ponto Jacob chega pro almoço, entusiasmado. Edward falou alguma coisa á ele.
- Huum. Enfim comida caseira. – ele não gostava da comida que eu fazia?
- Como assim? Pode me explicar – meus pais saíram da cozinha. Não queriam presenciar um desentendimento entre Jacob e eu.
- É assim amor, eu queria comer comida caseira a tempos mas não queria falar nada pra não te chatear
- Já me chateou! Você fingia que gostava da minha comida? Garanto que jogava no lixo...
- Não Nessie, eu não jogava no lixo. Eu gosto da sua comida. É sério amor. Mas não era comida mesmo. Entende?
- Não. Não entendo – eu estava chateada. Poxa ele podia ter falado pra mim disso antes.
- É que lasanha, pizza, bolinho é comida, mas parece que pra mim não sustenta. Parece que só pesa...
- Quer dizer que minha comida... – eu estava prestes a chorar. Não Nessie, você não vai chorar.
- Não leve por outro lado, amor. Sua comida é maravilhosa. – tarde demais. Senti uma umidade em meu rosto. As lágrimas me incriminavam. – não chore amor. Eu nunca falei mal de sua comida á ninguém, eu juro. Eu não posso te ver assim.
- Coma logo. Tenho compromissos pra daqui a pouco – ele estava triste também. A impressão de Jacob novamente. [é estranho falar “impressão” agora de ter assistido Eclipse. Continuarei assim como a Güe escrevia. Talvez eu escreva IMPRESSÂO e também IMPRINT que aqui terá o mesmo significado]
- Amor. Não fica brava comigo... – não pude conter as lágrimas. Agora eram muito para controlar.
- Não venha atrás de mim – corri escada acima. Bella veio atrás de mim.
- Não fique chateada com Jacob. Ele não falou porque não sabia como falar.
- O papai sabia de tudo não é? Com certeza ele já leu a mente de Jacob sobre isso faz tempo.
- Entenda-os, filha. Eles não fizeram por mal, nem pra te magoar – numa hora estava agitada, na outra estava tranqüila. Tio Jasper estava por perto.
- Tio Jasper, não sabia que é feio ouvir conversas alheias? - Não precisava gritar. Ele ouviria até mesmo um sussurro.
- Mas eu não estou ouvindo eu prometo. Mas já que você está mais tranqüila eu irei descer! – falamos um para outro em tom normal e com a porta do quarto que era do papai, fechada.
- Olha mãe deixe eu me tranqüilizar. Ok? E não se preocupe, não farei nenhuma bobagem. Vamos nos preparar pra ir á clareira.
Bella não insistiu. Enquanto víamos as coisas do jogo, o tempo passava, mais devagar. Jacob veio conversar comigo, mas eu pedi pra conversar a noite com ele, e em casa, com calma. Ele concordou, disse que me amava e se foi.
Então minha família e eu corremos pra clareira. Estava quase na hora. Meus tios e meu pai estavam preparando o campo quando Alice deu o sinal. Iria começar o jogo.
Bella e eu conversamos bastante, mas nem tocar no assunto de Jacob e eu. Às vezes Esme queria jogar e então mamãe seria a juíza. Esme jura que os meus tios e meu pai roubam, eles juram que não. Mas em todos os efeitos mamãe foi a juíza.
Ao voltar pra casa do vovô, me lembrei de ligar pras crianças. Lá deve ser por volta do meio dia.
- Mãe. Agora vou ligar pro Joe. Vou logo atrás pra te contar.
- Vá mesmo.
Não sabia se ligaria pra Camily ou pro Joe, mas resolvi ligar pra ele.
- Joe filho, como vai? – amanhã de tarde eles embarcam num avião voltando. A espera vai ser uma tortura a mim.
- Muito bem mãe. Tenho muitas coisas pra te contar, você não tem idéia – ele estava entusiasmado.
- Como vai Camily? Ainda com aquela nossa preocupação? – tomara que seja só uma coisa qualquer, ligeira.
- Ainda não foi falado nada sobre isso. Por um minuto havia me esquecido – tomara que meus anseios não sejam verdades. – espero que continue assim.
- Eu também. E como está a Liza? Ela está se comportando?
- Nossa, está sim. Ela está muito bem.
- E a Renée, o Phil...
- Estão feito crianças. É engraçado, mas é verdade – Joe riu. Bem cara deles. – e aí como está?
- Está bem. Acabamos de jogar baseball, quer dizer, menos minha mãe e eu – quando eles voltarem talvez eu conte da nossa discussão entre Jacob e eu – eu só vou dar um beijo na Bella e Edward e vou pra casa.
- Tá. Manda um beijo pra todos. Estou morrendo de saudades deles.
- Pode deixar. Eu mando sim. Tchau filho te amo.
- Tchau mãe também te amo.
Despedi-me da minha família e fui a minha casa. Preparando-me pra nossa conversa. Tenho que estar calma para não falar ou fazer nada que eu me arrependa depois.
- Oi Nessie. E aí vamos conversar? – dava pra ver que ele estava chateado.
- Oi. E eu tenho outra saída?
- Tem claro que tem. Perdoar-me. Não precisa nem se explicar se não quiser.
- Daí é fácil demais. Eu faço uma besteira e você simplesmente não quer saber o porquê?
- É fácil porque quero você de bem comigo. Eu faria de tudo pra não brigar-mos. E então você reconhece que é uma besteira?
- É reconheço. Desculpe, eu te amo.
- Claro que sim, amor. E eu também te amo, amorzinho.
- Obrigada – acho que nem eu sei o porque naquele chilique. Eu não saberia explicar. Ainda bem que ele não pediu explicações – então, o que quer para o jantar? – ele me olhou me cobrando sobre a causa da nossa pequena discussão.
- Ok. – eu ri. – perguntei por força do hábito. Tem que me dar um tempo pra me acostumar.
- Claro que dou. Olha, feijão, arroz, carne, batata, macarrão, salada – ele citou, contando nos dedos. - não precisa fazer todos. São só alguns exemplos.
- Tá certo. Vou caprichar.
- Tenho certeza disso. Bom enquanto isso, eu irei tomar banho e ficar cheirozinho pro meu amor – Jacob me beijou e foi em direção ao nosso quarto.
Então fiz a comida que ele tanto quis. Fui para o quarto e, me surpreendi com a surpresa. Fiquei boba no mesmo instante...

24 de jul. de 2010

CAPÍTULO 3

3. COLOCANDO FORA DOS EIXOS

CAMILY...
P
or incrível que pareça. O céu estava sem nuvens e o sol estava lindo. Tudo estava a favor.
- Vamos Camily. Você não quer se atrasar, na é? – Edward veio me buscar. Nessie estava com as crianças.
- Tchau mãe! Amo-te.
- Tchau filha. Também te amo. Boa viagem.
Edward foi buscar seus netos na casa de Nessie.
- Se comportem. Não façam seus bisos se preocuparem com vocês.
Edward pagou nossas passagens e nos embarcou. Ainda bem que eu já tinha o meu passaporte. Pretendia fazer intercâmbio quando estava no colegial.
Chegamos a nosso vôo com pouco tempo de folga,e então a tortura começou. O avião permaneceu na pista enquanto as comissárias de bordo andavam, sem preocupação, de um lado para o outro no corredor, dando tapinhas nas malas no compartimento no alto, para se assegurar que estavam tudo ajustado. Enfim entramos em vôo.
O avião pousou em Jacksonville. Joe e Liza correram ao encontro de Renée e Phil.
- Essa que é a bela Camily? – Phil disse. Fiquei um pouco constrangida.
- Bela, não. Mas eu sou Camily sim.
- Prazer em conhecê-la e, tê-la conosco nessa viagem.
- Igualmente!
Tivemos de correr para pegar nossa conexão, mas foi bom, não precisaríamos esperar. Assim que o avião ganhou o ar, todos estavam se ajeitando para dormir, seria uma viagem longa e cansativa. Eu não conseguia dormir, estava muito ansiosa. Mas enfim, com todo custo, consegui dormir.
- Camily, já chegamos – Liza me acordou, meus sentidos demoraram pra voltar. Meu sono era pesado.
- Enfim em terras italianas – Joe disse empolgado.
Um Classic Honda vermelho nos esperava. Joe falou algo ao motorista italiano, e ele entregou a chave do carro ao Joe.
- Esses motoristas são lerdos, prefiro dirigir por mim mesmo!
- Nada disso. Você ainda é menor de idade e não tem carteira de motorista. Quer acabar com a nossa viagem indo parar numa delegacia?
- Chame-o de volta. Não queremos nos preocupar com nada além dos nossos.
- Ok vocês venceram.
A cidade de Florença e a paisagem de Toscana disparavam numa velocidade de borrão. Se isso é lendo então como seria rápido...
-Chegamos a Volterra. Agora iremos andando.
- Ah! Já havia me esquecido. – Liza falou se dirigindo á mim e tirando alguma coisa de sua bolsa – Nessie comprou essa câmera á você. Camily, para você registrar tudo e mostrar a sua mãe depois. – era uma câmera de 12 Megapixels, vermelha, á bateria.
- E tem três baterias reserva na bolsa de Liza. Quando acabar é só pedir que a Liza troca – Joe me avisou.
Liza me ensinou como se manuseava a câmera. Aprendi rápido. Fui tirando muitas fotos, enquanto o guia turístico de um grupo contava as história do lugar. A história que me lembro era que no dia dezenove, não sei de que mês, é o dia de São Marcos. Segundo a lenda, um missionário cristão, o padre Marcos, expulsou todos os vampiros de Volterra há mil e quinhentos anos. Vampiros. Hilário. Só podia ser lenda mesmo.
Fitei os antigos muros castanho-avermelhados e a torre do relógio, segundo o guia, Palazzo dei Priori. Senti um arrepio.
- Liza, você acredita em vamp... – cadê a Liza? Cadê o pessoal? Não acredito que me perdi deles!
Olhei em minha volta tentando procurá-los, mas tinha muita gente e não conseguia encontrá-los. Tentei manter a calma, cedo ou tarde eles iria me encontrar, pretendia que seja o mais cedo.
Mas uma pessoa em especial manteve a minha atenção. Era um cara lindo, de porte “príncipe encantado”. Ele era loiro, pele branquíssima, com uma vestimenta pesada e escura. De repente ele me olhou, se fazendo alguma pergunta a ele mesmo. Pôs o capuz sobre a sua cabeça e veio em minha direção.
Meu coração começou a disparar. Ele estaria vindo para conversar comigo?

ALEC...

Após abater alguns humanos turistas, que, Heidi nos trouxe. Já saciado por alguns dias...
- Alec, vinte dos oitenta turistas já confirmaram pra daqui quinze dias. Nossos negócios vai de vento em poupa. – Heidi ainda não recuperou o baque de ter perdido uma caçadora de peso e de talento. Mesmo que ela não tenha trabalhado muito suas habilidades. Ela não me deixa esquecer isso
- Que bom Heidi – sem dar muita atenção a ela.
- não se preocupe Alec. De qualquer maneira, mesmo lá no fundo, bem lá no fundo, Nessie te ama... – Heidi disse entre risos. Ela não dá espaço pra eu esquecê-la. Isso é uma tortura.
É por isso que não acabaram comigo. Seria mais angustiante sofrer aos poucos. E como diz Aro, seria um desperdício.
Então decidi sair um pouco pra espairecer. Peguei minha capa e fiquei sob a torre do relógio. A praça estava cheia de gente. Mais turistas do que moradores.
Vi cada criança entojada, que me dava nojo. Vi um casal no maior “Love”. Diabos, até aqui me faz lembrar Nessie. Do beijo que ela me deu, que com certeza não mexeu com ela. Senão ela teria ficado comigo. Que, com a minha família, seria improvável e impossível.
Os humanos, para esquecer um amor, tentavam se apaixonar por outra pessoa. No meu caso, não sou humano, estou expressamente proibido de ter qualquer tipo de relacionamento amoroso ou afetivo. Na verdade, não sou só eu, mas todos estão proibidos.
Pra esquecer meus devaneios importunos, continuei a me divertir com os humanos. Ria discretamente para não chamar atenção.
Foi quando percebi que uma garota estava desesperada, provavelmente se perdeu de seu grupo. Bem feito, não ouviu ás orientações do guia. Ferrou-se. E a sua roupa, não era muito agradável aos olhos. Estava com a cara de cansaço, procurando se tranqüilizar, olhando nos monumentos. Não segurei e dei uma gargalhada.
Olhei para outro grupo que estavam discutindo, e voltei a olhar essa outra garota que, estava pasmada, olhando em minha direção. Não podia dizer se estava olhando realmente pra mim. Então coloquei o meu capuz um meu rosto e fui andando em sua direção. Seu coração se acelerou. Isso é tão engraçado.
Eu queria dar meia volta e voltar, mais algo em mim que não obedecia. Seria o juízo? Fui andando em sua direção, sem conseguir ao menos parar. Quando chegava cada vez mais perto da humana me apressava mais, involuntariamente.
- Percebi que você está assustada, algum problema? – para uma humana, ela era linda. O que é que eu estou fazendo?
- E-eu p-perdi m-meus ami-migos – ela gaguejou. Por que é que eu não senti graça nisso?
- E faz muito tempo? – Alec VOLTE!
- N-não sei, q-quer dizer, s-só percebi agora!
- E você está num grupo de turistas grande?
- N-na verdade estou com os filhos e avós de minha amiga.
- Hum! Qual é o seu nome? – que me importa o nome dela?
- Camily.
- Nome bonito!
- E você? Qual o seu nome?
- Perdão. Sou Alec. Moro aqui já faz algum tempo. E você, onde mora?
- Bom á dois anos moro em Forks, mas morava...
- Forks? Na península Olympic, a noroeste de Washington? – não acredito. Será possível. Até o destino está contra mim... – Cidade dos lobisomens e vampiros?
- Sim. Você conhece? Ah sim pelo o que falam...
- E você foi morar por causa das lendas? Você acredita nisso?
- Não acredito. Na verdade fui saber sobre isso quando já havia me mudado pra lá. Mas parece que Forks não é a única cidade com lendas sobre vampiros.
- Pois é. Quem as inventou são uns bandos de desocupados... O seu grupo é de Forks também?
- A Renée e Phil são de Jacksonville. Joe e Liza são de Forks como a minha amiga. – esses nomes não me são estranhos.
- E como é o nome de sua amiga – é impossível ela conhecer Nessie. Por causa da lenda de lá também, a população de Forks cresceu exorbitante.
-Nessie... – eu tive alucinação? Ela falou Nessie?
- Renesmée Carlie Cullen? – Camily me olhou surpresa.
- Você a conhece? Ma-mas como?
- Minha família e eu somos... Amigos dos Cullen.
- Que coincidência... – espera lá. Camily falou que está com a família de Nessie?
- Você está com os filhos dela aqui?
- Sim. É o Joe e Liza... Elizabeth.
- Camily! Graças a Deus que te encontramos. Mamãe vai brigar comigo por ter perdido você.
- Então você que é o Joe? – parece ter treze ou quatorze anos.
- Camily você falou sobre nós?
- Na verdade eu já conheço a sua família, os Cullen, quer dizer.
- Loiro, de porte elegante... Hum... Deixa-me adivinhar. Alec Volturi. Acertei?
-Correto! Sua mãe falou de mim? – Então não fui qualquer pessoa. Ela se lembrava de mim... – ou te mostrou?
- Sim ela falou...
- Mostrar? Como assim? – Esqueci totalmente da humana! Então ela não sabe de nossa espécie.
- Eles talvez tivessem alguma fotografia ou algo assim...
- hum!
- Camily quer comprar alguma coisa pra sua mãe? – Renée a chamou. Salvo pelo gongo.
- Você é louco ou o que? Ela não sabe da nossa existência. E eu não quero que a sua “querida família” interfira em nossa vida. – Joe guspiu as palavra. Ele fez o gesto das aspas com os dedos.
- Então eu preciso ir. Tenho um compromisso agora! – eu queria ficar. NÃO. EU NÃO QUERIA FICAR! – iremos caça... – eu e minha língua de trapo...
- Caçar? Onde na verdade? – Camily me perguntou. Ainda bem que os humanos também esse hábito. Não como o nosso, é claro.
- Em uma cidade ao lado... Foi muito bom em conhecê-los. Camily – peguei sua mão e beijei. Por que eu estou fazendo isso? Camily saiu cambaleando.
- Joe não se preocupe. Minha família não saberá que estavam aqui. – Camily foi tirando foto enquanto se recuperava. A câmera estava em minha direção.
- Duvido. Nem o seu amor pela mamãe você foi capaz de esconder. – assenti.
- Nesses anos trabalhei muito com o meu dom. – fui me retirando – eu aprendi a lição.
Enquanto eu voltava à torre, senti que a câmera acompanhava os meus passos. Pode ouvir até o som irritante do Zoom sendo ativado, no máximo. Quando entrei, parei por um instante. Olhei a Camily e ela estava com um sorriso radiante. O que é que eu estou falando? Ainda bem que aprimorei meu dom. A partir de agora nem eu saberei o que acabou de acontecer.

CAMILY...

Alec. Nome diferente e ao mesmo tempo fascinante. Ouvi meu celular tocar. Era Nessie...
- Oi Camily.
- Oi Nessie. Você não morre tão cedo?
- Como assim? Estavam falando de mim? Pode me contar.
- Adivinha com quem acabo de conversar? – Nessie ficou quieta. Ou será meu celular que ficou mudo? – Nessie,você está ai?
- Estou sim. Eu conheço essa pessoa? – ela estava nervosa.
- Ele disse que conhece você e sua família, quer dizer, os Cullen. Até o Joe o reconheceu...
- Ele? Quem é esse cara? – seu nervosismo cada vez era maior.
- Ah! Não seja estraga prazeres, pelo menos tente adivinhar! – brinquei, tentando descontrair.
- Pode me dar uma dica? – ela já estava impaciente.
- Começa com a letra... A. – ela demorou pra responder.
- Aro? – sua voz estava em pânico.
- Errado. Segunda chance.
- Alec? – ela estava ansiosa.
- E... Exata! Ele mesmo! - suspirei. Seu rosto era fascinante. Ainda bem que Nessie me deu essa câmera, a foto, mesmo com o zoom no máximo, ficou perfeito. Mais perfeito do que ele, impossível.
- E sobre o que vocês conversaram? – Agora ela estava mais tranqüila.
- Ah! De tudo um pouco. Quando chegarmos ai, te conto os detalhes.
- Está bem. Então está tudo bem?
- Mais perfeito impossível. Obrigada!
- Ok. Por nada. Vou ligar pro Joe então. Tchau
Quando desliguei, vi que a bateria do celular estava acabando. Precisava voltar pro hotel para recarregar. E já vi que era pra mais de dezoito horas. Em Forks deve ser em torno de treze horas. Contando cinco horas de diferença...
- Renée é mais de dezoito horas, e preciso por o meu celular pra carregar.
- è verdade, já está ficando tarde! Vamos então descansar.
No hotel, fui direto por o celular para carregar. Peguei uma muda de roupa e fui tomar banho. Depois, liguei o computador, peguei a câmera e o pendrive que vinha com a câmera como brinde. E enquanto passava as fotos ao pendrive, fui jantar. Quando sentei para comer, percebi que estava muito cansada e com fome. Quando estava acabando, ouvi alguns “hum” na sala. Terminei de comer e fui na sala pra ver o que era. Joe estava vendo as minhas fotos.
- Porque tirou foto de Alec? – esqueci desse detalhe.
- Agente não pode contar só com a memória. Tirei se eventualmente Nessie não lembrasse mais de como ele era.
- Hum... Sei, acredito.
- Agora chega. – tirei o pendrive e a câmera nem desativá-los corretamente.
- Porque está nervosa?
- Não estou nervosa, é só... – o celular de Joe toca. Salvo pelo gongo.
- Oi mãe, que saudade. – Nessie ligou agora para ele?
Então fui para a cozinha, lavar a pouca louça que havia.

23 de jul. de 2010

O Livro de Renesmee ou Lua Cheia

Endereço do blog velho:

http://www.uniblog.com.br/livrorenesmee/

Capítulo 7 (sete) em diante no blog velho:

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Novo blog:

http://livroderenesmeeouluacheia.blogspot.com/

CAPíTULO 2

2. A TAL VIAGEM

Hoje o dia amanheceu chuvoso. Que novidade! Fui tomar banho antes que Joe e Liza acordassem. Que provavelmente irá demorar um pouco. Me permiti a demora no banho, não tinha pressa alguma. Agora deve ser umas sete horas da manhã.
Estou percebendo que gradualmente o meu horário de sono está diminuindo. Não entendi. Afinal, a porção fez ou não efeito em mim? Vovô Carlisle falou que sim, mas não estou percebendo nenhuma mudança em mim. Ainda sinto repulsa pela comida que faço. E eu fico aqui sem entender nada.
Após o banho, comecei a faxinar a casa, só pra matar o tempo, limpando com velocidade humana. Lenta.
Ouvi o coração de Elizabeth se acelerar, ela está pra acordar, e com certeza vai querer acordar seu irmão de susto com som alto.
- Não assuste seu irmão, Liza. – falei num tom alto
- Ah mãe, justamente a parte boa! Ele sempre leva na brincadeira e nem se assusta – ela falou decepcionada com a mesma reação de Joe toda manhã.
- Mesmo assim, filha! Não é muito agradável – falava já no tom normal, Liza já estava no mesmo cômodo que eu.
- Bom dia mamãe. Eu te amo – Liza me saudou com toda a empolgação do mundo.
- Bom dia, filha. Também te amo
- não me assusto porque o meu dom é melhor que o seu. – Joe falou mentalmente. Não percebi que ele estava pra acordar.
- há, há. Você que pensa. Maninho. Liza disse
- Sem discussões! – falei, olhando de lado para a Liza.
- Ok! Como foi o seu dia ontem, mãe? – Liza perguntou. Ela já foi pegando um balde com água e desinfetante e um pano, e começou a limpar os vidros da janela da sala.
- Quer que eu mostre ou conte? – perguntei já sabendo a resposta. Ela prefere que eu conte, ela gosta de ouvir imaginando a cena. Só vê quando ela quer ver algo especifico ou algum detalhe.
- me conte né mãe! Sabia. Não disse?
Relatei da nova amiga, do filme que assistimos, da mãe de Camily...
- A mãe tem sorte de ter amigos legais. – ela ta me bajulando? Ela deve querer alguma coisa. Mas porque me agradar assim, ela nem precisa, com o seu dom de persuasão, ela nem precisa dar essa volta. Até onde isso vai dar?
- Concordo! – Falou Joe – e eu não estou puxando o saco.
- é impressão minha, ou Liza quer alguma coisa e está preparando terreno? Ela nem precisa disso!
- porque o pedido dela precisa de tudo isso mesmo. Sente mãe, lá vem bomba. – disse Joe rindo, e me assustando.
- Fique quieto! Acabou com meus planos... Oops – Liza percebeu o que havia falado e se aproximou de mim, pra me persuadir, é claro. – foi mal, mãe.
- Diga filha o que você quer. Já estou sentada – devo me preparar, mas para quê?
- Éh... Mãe. Deixe. Depois eu falo – porque ela está com medo de falar? Ela não é disso. Deve ser bomba mesmo.
- Começou, termine! – Joe estava se divertindo com a situação de Liza. Ele a deixou de calças justas.
- Quero conhecer Itália – Liza despejou essa sobre mim. Ainda bem que eu já estava sentada.
- O que? E com quem a senhorita vai? – quem é que deu essa idéia absurda a ela?
- Com a bisa, mãe! – Liza falou com a voz mais doce e inocente do mundo.
- Olha mãe. Phil tinha esse plano, anos atrás, naquela época, aconteceu alguma coisa lá que não deu. – Lembrei-me do dia que me “hospedei” com os Volturi, e do motivo de Phil ter adiado esse plano. – e Phil ainda pretende ir. – Joe me explicou.
- E que é que te convidou? Phil, Renée ou... Você se convidou? – olhei a indagando
- É... Eu só... Falei que seria uma boa uma viagem para outro país, para quem mal saía de Forks. – Que estava mais populoso com as histórias de lobos e vampiros. Que já virou folclore da cidade.
- Bom, com a cabeça de vento da Renée eu fico preocupada, mas se Phil for também... – Liza foi abrindo um sorriso de orelha a orelha – talvez. Talvez – enfatizei – você possa ir.
Mesmo com o meu talvez, ela me abraçou e agradeceu. Pronto já me persuadiu. Como poderei falar não?
- Está bem, pode ir – Liza vibrou. Ela olhou para o Joe e mostrou-lhe a língua.
- Diz agora, qual é o melhor dom, irmãozinho – olhei indignada á Liza.
- Elizabeth Black Cullen – Liza me olhou assustada. Dificilmente a repreendo com tanta autoridade assim. - Pro seu quarto, agora! Irei Ligar pra sua bisa desmarcando a sua viagem. E você Joe, não tem vergonha de tirar sarro de sua irmã?
-Ah não mãe, eu...
- Sem mais um pio. Já pro quarto. – Olhei para o Joe, brava.
- Fui! – Joe correu para o seu quarto também.
- Porque Liza bateu a porta do seu quarto, e chorando - Jak perguntou, acabando de chegar. Mostrei-o toda a conversa e a discussão.
- Mãe autoritária essa. Ui! – Jak falou indo em direção ao quarto de Liza.
- Jak, não vá agradar ela. Já é difícil repreende-la com o seu dom. Se você for irá me desautorizar!
- Ok Mamãe Black... Cullen.
- esqueceu algo pra voltar pra casa?
- Não... – Jak me olhou confuso – viu que horas são?
- Não – peguei meu smart e vi. – doze horas? Já? E eu nem fiz nada pro almoço.
- Pode começar agora. Irei voltar com o bando ás quatorze horas.
- Quer algo em especial?
- O que você fizer será especial – meloso
- Que tal... – pensei um pouco. Quero fazer algo diferente e fácil de fazer. – lasanha?
- Hum... Ótima idéia!
O lado bom de cozinhar, é que me acalmava. Agora já estava acostumada com o cheiro todo de leite e carne. Mas claro, foi o que mais me alimentei nas duas gestações.
Deixei a lasanha na mesa e avisei Jacob para não comer tudo, que era pra deixar pras crianças também.
Fui ao quarto de Joe, avisei-o pra ir almoçar e em seguida fui ao quarto de Liza. Bati na porta, mas nada. Abri e percebi que ela estava ouvindo o seu iphone no volume máximo. Ao perceber minha presença, abaixou o volume, mas não me dirigiu nenhuma palavra.
- Filha, você sabe que eu não gosto de chamar a sua atenção de vocês, e não como fui agora pouco. Mas me entenda, você precisa ser repreendida do que faz errado.
- É eu sei. Como você poucas vezes faz isso, assusta. Eu sei, é pro meu próprio bem. Mas ainda sim. Mãe, só uma coisa, pode me repreender como quiser, mas não faça isso em frente de meus amigos, ou até em estranhos. Tá bom?
- Sim. E você filha, está brava com a mamãe. – fiz aquela cara de cachorro sem dono. Cachorro se dono! Agora é hilário!
- Claro que não mãe. Eu te amo.
- Obrigada. Eu também te amo.
Abraçamos-nos, e me lembrei da lasanha na mesa. Se é que tem ainda alguma coisa.
- Ah! Fiz lasanha. Corra antes que seu pai e seu irmão comam tudo. Se é que já não terminaram...
- Ah não acredito! – Liza correu pra cozinha.
Enquanto eles comiam. Fui adiantando uns trabalhos pendentes. Quando Jacob entrou no quarto já era treze e trinta da tarde.
- Sua lasanha estava ótima, amor.
- Obrigada. Assistir canal culinário não é tão ruim assim. – nós dois rimos.
-Bom, já que a Forks High School declarou feriado hoje, vou levar Joe e Liza na Rose. Já que Liza disse que estava com saudade dela. E ela havia mandado um recado, pelo seu irmão Peter.
- Recado? Que recado?
- Que é para você mandá-los pra dar uma visita, que estava com saudade de vocês.
- Então leve. Marquei de pegar as meninas ás quinze horas. Já está quase na hora.
- Mamãe. A Senhora Ligou pra bisa desmarcando? – Liza me perguntou.
- Não filha. Mas eu pretendia ligar sim. Mas seu pai havia chegado pro almoço e esqueci.
- E a mãe ainda pretende desmarcar? – essa carinha partiu meu coração.
- Vejo isso depois, filha. Afinal, só você iria?
- Não. Joe também iria. Mas jogou toda a responsabilidade em cima de mim. – claro que iria. Ele não iria ficar de fora.
- Está bem. Agora vá. Seu pai está com pressa. Fale á Rose que irei visitá-la nesse final de semana.
- tudo bem.
Guardei meu material na bolsa. Jak pegou o classic para levá-los ao aeroporto. Agora tia Rosalie mora com Tio Emmett numa cidadezinha perto de Nova York. Então peguei o Montana. O carro mais simples de minha família. Dei risada
- Andie não irá também?
- Vai sim. É caminho pegar você primeiro.
Parei o Montana em gente da casa de Andie, buzinei. Ela demorou um pouco pra vir até o carro.
- Oi meninas. Desculpe a demora. É barra conversar com uma filha preadolescente – Andie riu.
- Oi – Andie e eu respondemos.
- Também tive uma pequena discussão com Liza antes do almoço. Ela quer ir á Itália com a sua bisa. Não sei se permito.
- Mas estando com algum responsável... Acho que não tem problema. – Andie disse.
- Esse é o problema. Renée é uma cabeça de vento. Não sei se Phil vai conseguir tomar conta de três crianças ao mesmo tempo.
- Converse com Bella, veja o que ela acha sobre isso.
- É sim eu irei. Mas se alguém responsável fosse junto também. – olhei para Camily e me veio uma idéia. Andie já foi pra Europa comigo e com a Bela. Agora ela tem Seth e Charlotte pra cuidar. Camily poderia ir. Bom, não irei falar nada agora. Vou conversar com Bella pra saber o que ela acha.
Já na Universidade Alright, a Sra. Reasons chamou Camily para conversar com ela. Então Andie e eu fomos as nossas salas. Logo bateu o sino pro começo das aulas.
Nas aulas, eu estava mais pensativa sobre essa viagem, me lembrei de Alec. Dava-me uma angústia de lembrar os seus olhos tristes, ao me ver partir de lá, e também só de lembrar que se eu tivesse ficado mesmo as três décadas com os Volturi, estaria sem o Jacob.
Enfim o sino tocou nos avisando do fim das aulas, por hoje, e me assustando.
No carro Andie e Camily tagarelavam alguma coisa sobre os tempos de colegial. Liguei o radio na minha estação preferida, FYI. E em uma hora, começou a tocar “Be my Escape” de Relient K. E nós três começamos a cantar animadas.
Deixei as meninas em suas casas e fui á casa de meus pais, para matar a saudade e conversar sobre essa história de viagem.
- Olha filha, nunca gostei de qualquer turismo á Itália. Muito menos á Volterra. – Bella me falava sincera – e Liza não vai se aquietar. E você vai ceder de qualquer maneira...
- Então Nessie, deixe ir. – meu pai me incentivou. Mas o “não” que tenho que falar á eles... – Falar não á eles é importante. Mas sempre dizer não, os deixa revoltados. E quanto ao seu convite a sua amiga, é muito bonito da sua parte filha, traga ela aqui para nós conhecermos.
- Vou dizer sim. Agora irei liga a ela convidando-a para a viagem.
- Esses seus pais, Bela, só inventam moda – vovô Carlisle falou, entrando na sala com a vovó Esme.
- Isso que me faltava. Uma criança cuidando de outra criança – mamãe falava entre risos.
Fui ao meu antigo quarto para ligar pra Camily. Que agora era de meu irmão mais novo, adotivo. Meus pais tiveram que mudar tudo, até o papel de parede.
- Oi Nessie – Camily atendeu.
- Oi Camily, Viu... – não vi, já passou. – se lembra que eu comentei com vocês da viagem á Itália que meus filhos pretendem fazer?
- Sim lembro. Por quê?
- Então, como eu queria que alguém fosse com eles... Bom, pensei em você... Se a sua mãe não ficar preocupada, é claro!
- Eu? – Camily estava alegre e, ao mesmo tempo, preocupada – Bom, vou conversar com a mamãe. Depois te ligo te dando a resposta.
- Bom acho que é só isso. Então me ligue, sem pressa.
-Ta bem. Obrigada Nessie.
- Por nada.
Quando voltei para a sala, Liza e Joe estavam com a tia Rose e Tio Emmett.
- Oi meu anjo. Estava morrendo de saudade de você – como estava morrendo de saudade do abraço de urso de tio Emmett e de tia Rose. – por que nos abandonou?
- Eu não tenho culpa se vocês foram morar a um dia de viagem – exagerei. Mas era longe mesmo. – E eu ia visitá-los nesse final de semana. Liza não deu o recado?
- Deu sim. Mas sabe como é sua tia, melodramática. – tia Rose deu um murro no braço de Emmett, que só deu risada.
- Eu não agüentava de saudade. Eu não podia vir?
- Não é isso tia. Eu também estava com saudade de vocês.
- Liza, Joe, venham aqui. – chamei-os.
- Sim mãe. – Joe veio. Liza estava mais atrás.
- Liguem pra bisa de vocês confirmando a viagem. – os dois sorriram.
- Sabia que a minha mãe não ia me decepcionar. – disse Liza, ao me abraçar.
- Obrigado mãe – Joe agradeceu.
- irei ligar pra bisa agora mesmo...
- Só um pouco Liza. Convidei a Camily para ir com vocês. Só estou esperando a confirmação.
- Que bom mãe. Podemos conhecer melhor a sua amiga. – Joe aprovou a minha decisão. Liza confirmou só com a cabeça, já com o seu iphone no ouvido.
Então ouvi o meu smart tocando. Era Camily.
- Oi Camily, e ai sua mãe deixou?
- Deixou, mas... – ela colocou condições?
- Mas o quê? Ela propôs condições?
- Não exatamente. É sobre nossas condições financeiras.
- Não se preocupe, já que eu te convidei, eu pago. – Camily respirou aliviada. Ela cochichou para sua mãe “ela disse que paga, sem problema algum”
- Bom ela deixou! Quando será a viagem? – ora de colocar o plano em ação.
- Não sei. Eu estava pensando, de trazer você aqui amanhã de manhã pra podermos planejar. Qual horário seria melhor?
- Depois das oito, pode ser?
- Pode sim. Então está combinado. Viu, vai conversando com a sua mãe quais dias ela acha melhor. – não queria criar nenhum problema com a Clara.
- Pode deixar. Eu converso sim. Até amanhã!
Seis e trinta da manhã já estava de pé. Terminei a minha dissertação sobre o ECA. Pedi ao Jacob levar as crianças na Andie.
Oito horas já estava em frente da casa de Camily. Não quis buzinar. Para não incomodar os vizinhos, fui até a porta e bati na porta.
- Olá Nessie, entre. Camily acabou de levantar. Pode subir.
Fui até o quarto de Camily. Suas roupas estavam em cima da cama. Ela estava indecisa com qual roupa ela vestiria hoje.
- Posso entrar – pedi a Camily.
- Oi Nessie, pode sim. - Sugeri que ela usasse uma blusinha azul e uma calça jeans que estava na cama.
- Minha mãe sugeriu a viagem pra daqui duas semanas. Ela estará de férias e poderá cuidar da casa. – Camily tagarelou. Já estávamos no carro a caminho da casa de Bella.
Foi na casa do vovô Carlisle que conversamos. Camily sugeriu pra daqui duas semanas. Liguei pra vovó Renée falando da sugestão. Ela concordou. Então já estava estipulado o dia.
- Nessie posso conversar com você? – meu pai queria falar sobre a Camily, imagino – Com certeza.
- sim... – fomos até o jardim que a tia Alice e a vovó Esme cuidam. Tinha mais Violetas do qualquer outra flor. Tinha algumas Tulipas e Orquídeas.
- Filha, a Camily é uma garota muito educada, meiga. De total confiança. Só está passando por alguns problemas na família.
- Que problemas pai?
- Deixarei você saber por ela mesma! Mas pode confiar nela.
- Nessie – Camily me chamou – desculpe atrapalhar a conversa de vocês. Minha mãe me ligou...
- Ah já te levo.
No Carro, Camily estava nervosa, senti que ela precisava desabafar.
- Algum problema com sua mãe?
- Com minha mãe, não exatamente. É com o meu pai.
- Quer falar sobre isso? Desabafar é bom.
- Na verdade esse problema não é novo, mas ainda me preocupa. É o meu pai. Ele tem problema com o alcoolismo. E ele perturbou novamente minha mãe, hoje.
- O que ele a disse?
- O de sempre. Ele não admite que seja alcoólico. Que ele pára quando ele quer. Que minha mãe se separou porque tinha relacionamento extraconjugal e viemos morar com o tal cara aqui em Forks á dois anos. Ele não vê que o problema na verdade é com ele.
- Nossa! – o que eu posso falar diante disso...
- E que para não admitir a ele esse outro relacionamento, ele diz, que colocou a culpa da separação no alcoolismo. Que eu só vim com ela pra cá porque ela havia mentido pra mim, colocado eu contra meu pai, sem motivos. – parei em frente de sua casa.
- Mas reze que tudo vai se ajeitar. Você vai ver!
- Obrigada Nessie por tudo.
- Por nada.
Voltei pra casa pensativa. Ela com problemas e nem demonstrava...
- Jacob?
- Nessie, venha ver meus dotes culinários... – Rose me chamou na cozinha.
- É você que está cozinhando? Aprendeu com quem?
- Aprendi com uns gringos. Eu tinha que disfarçar... – Andie riu. Não havia percebido que ela estava aqui.
- Andie, você por aqui?
- Quando eu estava trazendo o Joe e a Liza, a vi no caminho e a convidei pra vir.
- Que bom que você está aqui...
Camily me ligou me avisando que não irá pra universidade hoje.
Algum problema com Camily – Andie perguntou, preocupada com aminha conversa com Camily.
- Problemas familiares.
- Vixii! Bem, talvez essa viagem a ajude a se esquecer um pouco dos problemas. – Andie disse pensativa.
- É mesmo.
Andie almoçou conosco, se assim pode-se dizer. A ajudei em alguns trabalhos, e fomos a universidade, mas estava fechada. Parece que uns alunos estavam protestando alguma coisa de seus cursos.
- Que pena que não teremos aula com o Sr. Wilbert – Andie disse ironicamente. Demos risada.
Deixei Andie em sua casa. E aproveitei a tempo de folga e fui ao mercado, reabastecer o armário.