30 de dez. de 2010

7. Revelação

De repente fiquei eufórica também, querendo saber tudo da viagem.
- Tenho tanta coisa pra te contar, Nessie. Mesmo a gente conversando pelo celular, não tem como contar tudo em alguns minutos! Conheci tantas pessoas lá, você não tem noção – Camily disparava, sem ao menos parar para respirar -... O Alec...
- Alec? – a cortei – Então ouvi certo mesmo! Não era um sonho?
- É verdade. Viu como o destino está do nosso lado? Conheci um cara super gente fina, e de quebra vocês já conhecem. Estou tão animada com isso – Pelo visto, tenho que começar esse assunto agora!
- Camily, o Alec não é a pessoa que você está pensando que ele é. Ele, como posso lhe dizer – tentei escolher melhor as palavras para não chocar ou magoar a minha amiga – Ele pode até ser gente fina, mas a sua família, não é nada gente fina. Amiga, tente esquecer ele, você não...
- O quê? – ela me cortou - Eu encontro o meu príncipe encantado e você me vem falar pra o deixar partir em seu cavalo branco? Você deve estar brincando, só pode!
- Eu queria que fosse uma brincadeira, pra descontrair, mas infelizmente não é. Mas vamos deixar esse assunto pra depois. Mostre-me as fotos que você tirou ai?
- Outra hora Nessie – me falou com ar de sarcasmo – Eu quero ir pra casa, estou morrendo de saudade de minha mãe. Nem pelo telefone pude conversar.
- Tudo bem, eu te levo.
Ela se despediu de todos e a levei. Ficamos em silencio o caminho todo.
- Tchau Nessie, muito obrigada por tudo – disse saindo do carro sem me olhar. Fechou a porta do carro atrás dela e correu pra sua casa, sem olhar pra trás, batendo na porta ao fechar.
Voltei pra casa, com a velocidade lenta até demais.

CAMILY
Depois que bati a porta de casa com força em excesso, acendi a luz chamando pela minha mãe, nada dela responder. Ela deve estar dormindo, afinal ela num saberia que eu voltaria hoje, já que não tive contato com ela durante a semana toda. Então no quarto dela, pra fazer uma surpresa a ela, entrei bem devagar, mas levei um susto. Ela não estava em seu quarto. Fui ao banheiro, vazio. Na cozinha e, nada dela. Comecei entrar em desespero, ela sempre estava em casa a essa hora da noite. Mas tentei me tranqüilizar tomando banho e me aprontando para ir dormir. Deixei um recado na geladeira:
“Cheguei querida mãezinha. Como você não estava em casa, fui tomar banho e dormir. Mas não hesite em me acordar. Estou morrendo de saudade da senhora! TE AMO. Ca”
Com essa minha letra, ela não duvidaria que fosse eu mesma. Ela ia reconhecer meus garranchos em qualquer lugar que fosse.
Fui dormir. Em pouco tempo peguei no sono. Um sono leve e com um sonho pra completar o meu entusiasmo. Havia entrado no quarto e vi um bilhete em minha cama. Estranhei. Abri-o e li atenciosamente.
“Em um mês nos veremos novamente. E aí ficaremos juntos para sempre. É normal que você não se lembre sobre. Mas em menos de quarenta e oito horas você irá lembrar. Eu te amo.”
Acordei, ainda recuperando o fôlego. A carta era a mesma que me deixaram no hotel lá na Itália. Comecei a entender a mensagem. Como havia dito no bilhete. Quarenta e oito horas iria me recordar. Lembrei da minha visita a família de Alec. Ao contrário do que dizia Nessie, ele eram sim gente boa. Por ela quer me colocar contra eles? Poxa, ela é minha amiga. Mas fiquei muito feliz. Daqui um mês. Trinta longos dias. Tenho que me ocupar com algo pra eu num me entediar nesses dias. Olhei no relógio e eram nove horas da manhã. Havia dormido um bocado essa noite.
Levantei e fui fazer a minha higiene. Vi que a minha mãe ainda não estava em casa. Que estanho, ela não está trabalhando, justamente por ela estar de férias ela sugeriu essa semana. Mas pelo jeito não leu p meu bilhete ou nem veio dormir em casa. Fui à casa de Andie. Estava com saudade dela também, fui a pé já que não morava muito longe da casa dela. Aí aproveitava pra matar a saudade da minha cidadezinha também.
Não andei muito e já avistei Andie no meio do caminho.
- Hey, Andie, estava indo em sua casa pra matar a saudade – a saudei, abraçando-a. Estava mesmo com saudade dela.
- É bom te ver também. Eu também estava indo para sua casa. Aonde vamos agora?
- Vamos à casa de Nessie, daí conto as novidades da viagem tudo de uma vez, o que acha?
- Ótima ideia. Vamos então?
Fomos conversando, Andie me contava o que havia feito nesses dias. Disse-me que conheceu um garoto, um pouco mais velho que ela, e que tava rolando uma química entre eles.
- É, pelo jeito não é sou eu quem está de suspiros por alguém – Andie me disse, segurando um risinho.
- Tá tão na cara assim? – disse assustada. Eu achava que ela viria a minha empolgação da viagem, mais pelo fato de eu viajar.
- Não exatamente, Camily. Nessie havia me falado algo sobre isso.
- Ah! - suspirei. Lembrei do um mês. Rezando que passe logo. Mas de repente fiquei triste, ia ver pouco as minhas amigas, ia sentir tanta saudade delas. Mas por outro lado, ia provar pra Nessie que, o que ela achava ser a família de Alec, é tudo ao contrário.
Ficamos um bom tempo em silêncio. E eu com meus devaneios.
- Algum problema, Camily? – percebi que havia caído um pingo de lágrima em meu rosto. Tentei encontrar outro motivo pra aquelas lágrimas.
- Na verdade é a minha mãe. Não a vi ontem quando cheguei, e nem hoje quando acordei. Deixei um bilhete avisando a minha chegada e pedindo para ela me acordar o horário que fosse. E nada! Estou preocupada. – a minha mãe. Como iria partir e deixá-la sozinha aqui? Deveria ter muita coragem, ou muito sangue frio. Mais uma lágrima correu em meu rosto, daí em diante, desabei, chorei que nem criança, soluçando e tudo.
- Não se preocupe amiga, você irá encontrar. – Andie me consolava, enquanto eu caia no choro.
- Mas a mãe tá de férias. Para onde a minha mãe teria ido? Sem deixar um bilhete, se por acaso ela não voltasse antes de eu chegar. E a casa, não tá limpa como a mãe deixa, parece que faz três dias que não é limpo. E isso é mais estranho ainda.
- Vou ligar para Nessie, para ela vir nos buscar, e vamos procurar a sua mãe, juntas, ok?
- Tudo bem.
Andie então ligou para Nessie, e não demorou muito ela já estava nos pegando.
- É mesmo, Camily. Não queria te preocupar, mas, eu havia ligado pra sua casa, várias vezes nesses dias, mas ninguém atendia.
- Vamos direto a delegacia, já deve ter passado mais de vinte e quatro horas do desaparecimento dela.
- É mesmo. Vamos sim.
A caminho da delegacia, encontrei uma pessoa ferida caída em baixo de uma árvore. Imediatamente pedi para Nessie parar.
- Quem será que está ali com ferimentos? – Nessie perguntou. E quando ela terminou de fazer a pergunta, ela ficou pasma, sem reação alguma. Parece que ela havia reconhecido. Ela parou o carro longe da mulher e nos pediu pra permanecer no carro.
Ela foi andando devagar em direção dessa pessoa, e quando chegou perto, ela imediatamente foi pegá-la, vendo a sua pulsação, e fazendo uma cara de pêsame, e olhou para nós. Veio até nós, com a cara triste.
- A mulher sofreu algum tipo de violência, sei lá, e entrou em óbito faz tempo, porque ela tá muita fria, e em estado lastimável. O ferimento tem em torno de... – ela parou para escolher as palavras – três ou quatro dias.
Arrepiei-me. Sai do carro sem pensar e corri para confirmar as minhas suspeitas.
- Camily calma, você não vai gostar nada de ver essa pessoa!
Tarde de mais. Já estava diante do corpo, e me deparo com... Não acredito, deve ser um sonho, só pode. É a minha mãe ali? Só vi uma escuridão e, ouvi de longe sirene de ambulância, e depois não me lembro de mais nada.
Meu pai me abraçou e me disse que nos amava e que se arrependia de ter nos deixado, pelo que tinha feito. Aquele abraço era o primeiro, de que eu me lembrava, que ele havia me dado. Não acreditava que só com a morte da mãe ele ia demonstrar o sentimento de amor que ele sentia por mim, que até então eu duvidava, mesmo amando ele.
Mas depois do abraço, eu o via de afastando, mas não com as suas próprias pernas, parece que alguém estava afastando ele de mim e que ele não estava percebendo o tamanho da distancia que havia entre nós. Ele estava sereno como nunca estivera antes. Arrepiei-me, e me dei conta que era apenas um sonho. Um sonho que na verdade nunca poderia acontecer.
- Graças a Deus você acordou. Achei que nunca mais iria acordar – Andie estava como uma pilha ao lado da minha cama.
- Calma, Andie, eu estou bem, só dormi por algumas horas.
- Algumas horas? Garota você não tem noção do quanto tempo você está nesse hospital né? – me toquei que estava no hospital. Lembrei-me do motivo que me levou a estar aqui – você está aqui a mais de 72 horas. Você havia desmaiado, mas os médicos viram que você estava muito perturbada e acharam melhor te sedar, mas você dormiu mais do que os médicos previam.
- E a minha mãe?
- Não pudemos esperar você acordar para enterrá-la. Perdoe-nos – ela parou escolhendo a melhor maneira de me contar – e ela já tava em estado de degradação. E você não merecia vê-la daquele jeito...
- tudo bem. Na realidade eu nem lembro direito dela quando eu desacordei, foi mais forte que eu.
- Daí, como que você vai fazer você morava com ela né?
- Não sei ainda.
- Você pode ficar em minha casa, Camily, O tempo que for preciso – Nessie ofereceu-me.
- Muito obrigada Nessie. Eu aceito sim, e será um prazer.
- Então está combinado. Ligarei para Jack arrumar o quarto de hóspedes. Quando você receber alta, você irá direto pra lá – e ela se retirou do quarto.
No dia seguinte recebi alta e fui para casa de Nessie. Fui ao túmulo de minha mãe e deixei uma foto minha tirada na Itália com “eu te amo, mãe” escrito atrás.
Dali alguns dias voltou às aulas...
- Nessie, eu posso conversar com você um assunto inoportuno?
- Claro Camily qual é o assunto?
- Alec me levou para conhecer a sua família e...
- E?
- E eles me falaram de... Suas espécies.
Percebi que Nessie ficou nervosa.
- Como assim Camily? – Nessie estava meio que tremendo.
- Vampiros. Os Volturi e os Cullen não são o único clã de vampiros. Vocês são vampiros?
- Mas que história é essa...
- Jane, Irma de Alec, faz uma pessoa sentir dor sem ao menos tocar, Aro lê mente, Alec apaga provisoriamente algum fato ocorrido, e vocês que poderes tem?
- Camily isso são história pra assustar criancinhas mal criadas, não é possível que você acreditou. E ainda acha essa família uma maravilha...
- Como você sabe que eu acho isso? Viu? Vocês são vampiros sim, quem tem o poder de ler mentes? Hein?
- Meu pai. Ele lê mentes.
- E o restante?
- Minha mãe protege de perigos, tipo da dor que Jane lança. A Rose nada de mais, só de encantar com sua beleza, muito que os vampiros precisam de beleza pra atacar as suas presas – Nessie deu uma pausa pra ver a minha reação. Eu só estava tentando processar aquelas informações.
- Continue – falei logo após.
- Bom, Jasper pode acalmar ou agitar uma sala inteira. Alice vê o futuro, que nem sempre acontece, pois os planos sempre mudam – será que Alice viu o meu plano de ir morar com os Volturi? Melhor eu mudar de ideia só pra ela não ver.
- E ela vê de quem ela quiser?
- Na verdade, só de quem ela conhece bem.
- Tipo o meu futuro ela vê?
- Não sei, ela não me falou nada disso, e nem sempre ela que controla essas visões.
- Hum... E seu avô...
- O vovô, dom mesmo ele não tem, só tem uma resistência muito grande com sangue. Ele tem uns 300 anos e antes de ser transformado ele já era um médico, então viu que sua vida havia acabado, preferiu ocupar-se com o que ele sabia fazer, cuidar de feridos. A vovó ela tem uma meiguice que inunda todo mundo. E Emment é mais forte que o normal prum vampiro.
- E você, Liza, Joe e Jack?
- Eu sou na verdade meia humana e meia vampira. Minha mãe engravidou de mim em sua lua de mel que ainda era humana. Eu, num toque, posso mostrar tudo o que vi, senti, para a pessoa que quiser – ela me mostrou como é os Volturi pela visão dela, mas eu me afastei - Joe pode conversar conosco sem ao menos abrir a boca, tipo por telepatia. O da Liza é o pio. Ela tem o dom de manipular a nossa vontade, você pensa em não, ela te manipula e te faz dizer sim, sem ao menos você perceber.
- E Jack?
- Jack é o diferente da família.
- Como assim?
- Jack é um lobisomem.
- O quê? – gritei mais alto que eu imaginava, a minha voz ecoou o corredor escuro e vazio de sua casa.
Ela então me contou sobre os lobisomens, de sua família, como foram transformados, os pós e os contras de serem vampiros, que os vampiros não dormem e não comem comida sólida, mas em compensação, os lobos comem como estivesse prestes a acabar o mundo e dormem como pedras. Ela se desculpou por não ter falado sobre isso pra mim, pois os seus patronos, os Volturi, os proibiram de revelar a sua existência com pena de serem executados. E me fez prometer de que eu não contaria aquela história a ninguém, que ela só me contou porque os Volturi se revelaram a mim.
E quando dei conta o dia já estava amanhecendo eu não estava nem um pouco com sonho. Deve ser por eu ter dormido três dias seguidos e ter praticamente acabado de acordar.
- Camily, os nossos superiores como o prefeito da cidade, o reitor de nossa faculdade devem ser autoritários, e até mesmo ruins com os “inferiores”. Os Volturi, por serem muito mais velhos, até mesmo do meu avô, Se denominaram nossos donos e mais fortes, mais pelo fato de obter mais serviçais do que família mesmo, se precisar executá-los por desobediência, ele executam, mesmo Aro achando um desperdício, eles não querem ter superiores que eles.
Pensei na proposta de Aro, de me juntar a eles, aceitaria mais pra ficar junto ao Alec, mas me veio uma pontada, será que ele quer que eu fique junto a ele como eu o quero? Ou é só combinação de seu clã? Já que não podemos os denominar uma família aquelas pessoas todas.
Dom? Aro falou que achou o meu dom espetacular? Que dom seria esse?
- Nessie. Se eu for transformada em vampira, ó uma suposição mesmo, que dom eu teria? Eu posso escolher?
- Não Camily. O dom só é mais intensificado do que você mais sabe fazer melhor. Tipo, a minha tia Alice, quando humana, ela tinha sensações de que tal coisa poderia acontecer, tipo pressentimento, e agora é muito mais forte e pode de tal forma, controlar, controlar não o que ela vê, mas como ela vê.
- E agora, posso saber que dom terei depois da transformação?
- Você. Não sei, eu acho que é impossível. Pois, isso tá tão no seu cotidiano que você nem percebeu que o tem. Por exemplo, a mamãe, quando ela foi transformada, demorou um bom tempo pra descobrirem o seu dom, e ela precisou de muito treino pra aprender a usá-lo. Mas para outros, tipo o meu pai, ele leu a mente de meu avô e o respondia, sem perceber que o vovô nem ao menos gesticulou aquela pergunta.
- Hum. Que legal saber sobre isso. Muito interessante mesmo.
- Nessie, você me falou que Alec te levou para conhecer a sua “família”, sobre o que eles falaram com você?
- Conversei só um pouco...
- Espera um pouco, você tá tão curiosa de seu dom e tal, não me diga que Aro te convidou para se aliar a eles, e dizendo que seu dom era muito importante a eles?!
- Na verdade eu... Eles me prometeram se eu aceitar eu poderia viver ao lado de Alec...
- E você provavelmente não aceitou por que está aqui, eles não iriam te devolver...
- Na realidade eu... – respirei fundo – eu já aceitei.
- O quê? – agora foi ela de articulou muito alto – não é verdade. Como é que você tá aqui, faz duas semanas, hein?
- Eu pedi pra voltar pra me despedir de todos, e no hotel tinha um bilhete na minha cama quando voltei do banheiro – mostrei o bilhete de Alec para Nessie. Arrependi-me.
- Um mês? Eu não deixarei você ir, de jeito algum. Pode esquecendo isso mocinha. “Eu te amo” me diga que você não acreditou nessa frase.
- Eu não tenho certeza se ele me quer como eu o quero. E Aro me falou que eu não poderia mais desistir, pois iriam me rastrear onde eu estivesse. Eu não poderia fugir.
- Mas eles estão contando que fosse fugir por você mesma, não com ajuda de bando de vampiros e lobisomem. Precisamos de um plano de fuga. Ligarei pra minha família, mais cabeças pensam mais que uma.
- NÃO! – gritei – você nem perguntou se eu quero realmente fugir. E quer saber? EU NÃO VOU FUGIR. EU ACEITEI E NÃO VOLTAREI ATRÁS.
- Se você aliar a eles estará declarando inimiga nosso, pois eles não irão evitar nos matar só por que você não quer. E quer saber, eu tive essa estúpida ideia de aceitar de ficar com eles, sabe por quê?
- Não
- Eles me prometeram uma fórmula que me faria uma humana por completa, eu não queria ver Jack envelhecer e morrer e eu viver a eternidade sozinha – Nessie me contou como foi a sua hospedagem com o clã que eu aceitei entrar. Que o tal liquido não fez efeito algum nela, tanto que ela ainda é uma vampira. Meio vampira, mas tem esse gene dentro dela.
A promessa que eles fizeram a ela era falsa. Mas eles não fariam isso comigo. Fariam?
- Eu não fiquei nem um terço do prometido, e estou aqui, viva, mas precisei sofrer para aprender a não confiar neles. Amiga você não precisa sofrer como eu sofri. Deixe-nos ajudá-la a fugir deles, por favor? Por mim?
- Eu preciso um tempo pra pensar. Eu estou confusa.
- Mesmo você decidindo o que quer, vamos bolar um plano para impedi-la de ir.
- Você foi com eles pensando no seu amor pelo Jack. O que faço com o meu amor pelo Alec?
- Amiga, eu tinha e tenho certeza do amor de Jack por mim, e você mesmo me falou que não tem certeza. Por que trocar o certo pelo duvidoso?
Fiquei pensativa. Eu não queria saber nada dos planos da minha fuga. Não queria que nada fizesse mudar o meu rumo de pensamento e faça-me decidir uma coisa que poderei me arrepender depois.
- Camily, não é que quero te sufocar, mas, você precisa me dar uma resposta meio logo para você entrar definitivamente no plano, daí Alice vê o que pode dar errado para mudarmos. Com essa sua indecisão, ficamos de mãos atadas.
- Me desculpa, mas, eu realmente não sei o que decidir.
- Amiga, temos um pouco mais de uma semana, isso está me deixando agoniada, e sem dormir. E eu preciso dormir, tanto quanto você.
- Eu sei. Prometo que amanha te dou a minha resposta. Eu prometo.
- Se for assim, eu fico um pouco mais aliviada. Espero que a resposta seja o que eu espero.
Sai pra espairecer um pouco. Senti algo gelado tampar os meus olhos. Percebi que eram mãos, mãos masculinas. Só deve ser Emmett com suas brincadeirinhas sem graça.
- Eu sei que é você Emmett. Essa brincadeira já perdeu a graça.
Essa pessoa me deu um beijo em minha orelha que me fez arrepiar. E o brincalhão deu risada, certamente do meu arrepio.
- Está me traindo com esse grandalhão, é? – meu coração acelerou-se num instante, quando reconheci a voz dos meus sonhos. Virei-me para constar.
- Alec? Você veio cedo! – quando dei por mim, já estava com as minhas pernas em volta de sua cintura, minhas mãos em seu cabelo sedoso, e eu inalando o seu perfume embriagante.
- Que recepção calorosa – Alec riu. Olhei para ele tentando captar cada pedaço dessa cena tão linda.
- Ainda falta mais de uma semana. Por que veio tão cedo?
- Não agüentava de tanta saudade que estava de você. Você não queria que eu viesse? Por acaso iria desistir de vir comigo e iria pedir para os Cullen te ajudar a se esconder do meu amor? – meus olhos se inundaram. De certo alguém de seu clã tem o mesmo dom que Alice. Só pode como ele perguntar algo certeiro. E ter vindo tão cedo. Não iriam o deixarele vir se fosse por uma causa mais importante do que os sentimentos de um vampiro.
- Não é isso. Estava contando mais com a semana que vem para me despedir de todos.
- Mas duas semanas não foi o bastante?
- Um mês não é o bastante.
- Você está pensando em desistir de ficar comigo? – se ele pudesse chorar estaria chorando, ou encenando.
- Talvez.
- E qual o motivo? Você estava tão decidida.
- Por não ter certeza do seu amor por mim, a incerteza de que eles irão mesmo cumprir o que prometeram a mim, por ter que ficar longe deles.
- Mas podemos vir aqui quando você quiser para ver eles. Isso não é o problema. Você não vê nos meus olhos a alegria de te ver?
- Ou será uma encenação?
- Você só está colocando nesse ponto para ter um motivo pra desistir, não é?
- Eu estou mesmo confusa. Eu nunca amei ninguém, não sei como é isso. E ninguém se declarou. Não tenho experiência com isso.
- Quanto a isso, é só vivermos esse amor para aprendermos a viver. Se recusá-lo, nunca saberá o que é isso de verdade.
- É mesmo. Mas e no caso da promessa. Eles prometeram a Nessie a vida humana e na verdade ela ainda é uma meio humana.
- Opa, você está sabendo mais que eu pensava. No caso da Nessie, a porção só faria efeito dali cinqüenta anos, quando daria o fim da promessa dela. É como vinho, quanto mais tempo em repouso, mais valioso ele fica. A promessa dela não se cumpriu e por que cargas d’água a nossa deveria se cumprir?
É, tem sentido.
- E se eu não aceitar ficar mais com vocês, o que acontecerá comigo?
- O que acontecerá conosco você quis dizer. Não existiremos. A partir do momento que você não estiver mais existindo, eu iria irritar tanto Aro, para ele, com raiva, me destruir também. Eu não suportaria viver longe a eternidade toda sem o meu amor.
- Mas está vivo ainda, mesmo depois de Nessie ter falado que o amor dela é e sempre será Jack. Você não a amava? Como posso saber que esse seu amor por mim não é fogo de palha?
Ele ficou um tempo pensativo. Respirou fundo, muito que ele precisasse de ar.
- Eu tinha esperança que a partir da morte de Jack, ela ficaria comigo.
- Mas se Jack não renunciar o seu gene, ele ficará intacto, até quando ele quiser. Ou seja, pra sempre
- Sério? Eu não sabia disso.
Oops, falei demais.
- Se eu soubesse disso, eu providenciaria a morte dele, e o caixão, totalmente grátis – ele riu, sem graça alguma – desculpa.
- E como fica o seu amor pela Nessie?
- Eu fiquei todo esse tempo pensando nela, me torturando. Aro só não me “matou” por que sabia que pior que a “morte” é a “vida” pra sentir dor. Mas quando te conheci, nada mais fazia sentido, comecei a ter vontade de continuar a existir, mas com medo de que Aro a destruísse. Eu nem se quer podia controlar os meus pensamentos, e Caius me pegou várias vezes pensando em você.
- e o que aconteceu?
- Eles examinaram as minhas memórias e viram que você seria uma aliada forte a eles. E me disseram que fariam uma exceção.
- Exceção? A que, na verdade?
- De poder se apaixonar e viver o amor. Amor a eles, não existe, esses sentimentos assim não estão no dicionário de um Volturi, e, a partir do dia que você se integrar, sairá do seu também.
- Então eu serei uma vampira fria tanto quanto um gelo?
- Infelizmente sim. Eu não queria isso. Eu me apaixonei por uma garota humana, com todo esse sentimentalismo...
- Então a partir do momento que eu me tornar fria por dentro e por fora, o seu amor irá evaporar como um gelo seco?
Alec ia falar algo, mas hesitou.
- Não, Não foi assim que aconteceu com Edward e Bella. Provavelmente não preciso contar o que aconteceu com eles.
- Não. Não mesmo. Mas os Cullen não são... São...
- Perverso?
- São totalmente diferentes dos Volturi.
- Mas Camily, agora você querendo ou não, eu terei de levar você para casa. Aro te avisou.
- É eu lembro. Mas então posso me despedir de meus amigos? Daí eu prometo que eu vou com você.
- Sozinha você não vai. Eu vou com você e não desgrudarei de você por nada nesse mundo.
- Tudo bem. Eles já sabem dos meus planos de ficar com você mesmo.
- Sabem?
- Huhuum. Vamos?
- Claro. Quanto mais cedo eu tiver você, melhor.
Fomos. Eu ainda estava com muita dúvida borbulhando em minha cabeça. Deixarei pra perguntá-las em horário oportuno.