6 de ago. de 2010

CAPÍTULO 5

5.SONHO OU REALIDADE?
CAMILY...

Quando acordei, tive em mente um sonho, dessa noite provavelmente. Sonhei com três homens bonitos, mas ao mesmo tempo me davam medo. Eles estavam sorrindo, me olhando de cima, um veio em minha direção e ofereceu uma mão, para eu me levantar. Eu aceitei e quando dei por mim todos estavam em minha volta. Aqueles olhos vermelhos me assustaram me intrigavam. Esse que me ajudou a levantar estava com um sorriso de orelha a orelha, chamou Alec. Alec veio, e disse algo em meu ouvido, e nessa hora me acordei.
Percebi também que eu estava suando. Levantei e fui tomar banho, tentando esquecer o sonho. Não queria desvendá-lo. Saí do banho e Liza, ainda sonolenta me perguntou por que eu havia acordado tão cedo. Eram sete horas da manhã.
- Eu tive um sonho estranho e acordei suada. Não ia conseguir voltar a dormir de qualquer jeito então levantei e fui tomar banho. Desculpe se te acordei ou assustei.
- Não foi nada. Eu tenho sono leve. Eu posso te fazer companhia? – Liza bocejou. Ela deve estar morrendo de sono.
- Não precisa querida. Pode voltar a dormir. Vou ler um pouco, ler me distrai. De repente eu volte dormir mais um pouco.
- Então tá. Se precisar de alguma coisa pode me chamar, tá bem?
- Pode deixar. Agora vá dormir – levei-a na cama e não deu muito tempo ela já pegou no sono.
Ainda bem que trouxe um livro. Continuei a ler “O Último Jantar” de Antônio Carlos e Vera Lúcia. Queria saber quem havia matado Lia, estava numa curiosidade só. Mary, uma escritora de livros policiais, era acusada por ser a inspiradora pelo crime. Uma história que instiga a imaginação e a curiosidade do leitor.
Eu estava tão imersa na história que não havia percebido que todos já estavam de pé e quase pronto pra sair. Renée havia me chamado várias vezes, como ela me disse. Corri me arrumar, e logo saímos.
Saímos pra conhecer Florença. Uma cidade linda. Eu desejei morar aqui com a mamãe. Mamãe... Nossa ela deve estar preocupada. Liguei pra casa ninguém atendia e no celular dela estava desligado. Estranho, ela nunca deixava o celular desligado, e muito menos se esquecia de carregar.
- Aconteceu alguma coisa? Parece que você está preocupada. – Phil percebeu que eu estava agitada.
- Não consigo falar com a minha mãe. Ninguém atende no fixo e o celular dela tá desligado. Isso não é normal.
- Bom. Querida, o que se pode fazer estando quase do outro lado do mundo? – olhei-o questionando – aproveitar a viagem. Quando voltar, você conversa com ela perguntando sobre isso. Agora vamos. Não queremos nos perder não é?
- Com certeza não – tentei me descontrair. Que não foi muito fácil.
Eu não parava de pensar no sonho que tive, agora queria tentar entender. Se não pensava no sonho, eu pensava em Alec. Pedi emprestado o MP3 de Joe e coloquei os fones no ouvido, liguei-o e apertei no play. Tentei me concentrar na letra da música, não para aprender a cantá-la, mas pra esquecer-se desses pensamentos. Voltamos ao Hotel para almoçar. Prestava atenção em minha volta. Tinha que ter muitas coisas pra contar pra mamãe. Mamãe. O que estaria fazendo agora. E no que estávamos terminando, Joe recebeu uma ligação de Nessie. Não dei muita atenção à conversa, voltei nas músicas do MP3.
Quando voltamos ao nosso passeio, fomos comprar alguns perfumes. Fui andando nas bancas, quando me esbarrei em alguém.
- Perdão. Eu não vi você – me esqueci que eles talvez não me entendessem.
- Não foi nada senhorita – ele sorriu. O sorriso que estava com tanta saudade.
- Alec. Não acredito que você está aqui – voei, literalmente, em seus braços. Abracei-o. Um abraço apertado e demorado. Mas de repente me deu um arrepio e percebi que, não somente o seu toque, mas todo o seu corpo estava frio. Desvencilhei-me dele rapidamente.
- Algum problema? – como era possível ele estar mais lindo?
- Sim. Não consigo conversar com a minha mãe e, seu corpo, é frio? – ele se virou. Olhando reto.
- Talvez tenha algum problema nas linhas telefônicas. Não se preocupe. Ela deve estar bem – ele olhou fundo em meus olhos. Seus olhos eram de um vermelho rubi, cativantes. Ao invés de estar assustada eu estava intrigada.
- Você usa lentes de contato? E por quê?
- Uso sim. Mania de nossa família – ele estava aliviado com alguma coisa.
- E eu... – tolice minha pedir pra conhecer a família dele. Um cara assim deve ter compromisso.
- Você? O que quer saber? – Eu não posso pedir isso.
- Besteira. Esquece – quando voltei a olhar em seus olhos, lembrei do sonho. Os três homens também com os olhos vermelhos. Será que é a família dele?
- Fala. Deixou-me curioso! – mesmo que eu quisesse, não poderia resistir ao seu pedido.
- Eu posso conhecer sua família? Eu sei que é uma tolice. Por isso que eu desisti de te pedir.
- Não é tolice. Seria uma ótima ideia. Eu precisaria pedi-los primeiro, mas é provável que você possa.
- Não, deixe...
- Eu já volto pra te buscar. Ele tocou em minha bochecha e deu as costas.
Quando comprei uns brincos, pulseiras, maquiagens pra minha mãe e para mim, fomos a um atelier e vimos vestidos mais lindos que outro. Compramos algumas peças de roupas lá pra voltar a Forks. Demos volta em algumas lojas da cidade.
- Vamos lanchar? – Renée foi entrando em uma lanchonete.
Peguei um refrigerante e uma sanduiche. Não estava com tanta fome. Fui pra fora. Lembrei-me da conversa que tive agora pouco com Alec. Como pude esquecer.
- Oi – Alec me assustou com o seu toque.
- Você não morre tão cedo. Estava pensando em você agora mesmo – Alec deu risada. Risada que nunca mais vou esquecer.
- Tenho uma notícia boa. Quer conhecer minha família agora ou mais tarde? – ele não deve estar falando sério.
- Eu não falei sério...
- Vamos? Eles ficaram curiosos em te conhecer – como posso dizer não com essa carinha pidonha?
- Só me deixe avisá-los para eles não ficarem preocupados – quando fui me levantar Alec me segurou. Ele me olhou nos olhos. Seu hálito era enlouquecedor. Senti uma imensa vontade em beijá-lo.
Sem eu notar, ele encostou a sua testa nos meus e seus lábios foram alcançando os meus aos poucos e, em um beijo me esqueci de tudo, quem sou, onde estava. Seus lábios frios e marmóreos com muita delicadeza nos meus.
Nenhuma de nós estava preparado para a minha reação.
O sangue ferveu sob minha pele, ardendo em seus lábios. Minha respiração assumiu um ofegar louco. Meus dedos se trançaram em seu cabelo puxando-o para mim. Meus lábios se separaram enquanto eu respirava seu cheiro inebriante.
Suas mãos empurraram meu rosto para trás delicadamente, mas com uma força irresistível. Abri os olhos e vi sua expressão de cautela.
- Desculpe. Não sei o que deu em mim – ele disse com o ar preocupado. Eu Demorei pra me recompor. Por alguns instantes, não me lembrava quem eu era e onde estava.
- Não se preocupe – sorri. Toquei em seu rosto, ele fechou os olhos inspirando o meu pulso – Liza. Não vi você aqui – ela estava sorrindo. Alec se levantou rapidamente, E num piscar de olhos ele não estava mais por perto.
Será que o beijo era um sonho meu. Eu estava sonhando acordada? Mas o seu toque frio, eu posso sentir. Liza voltou pra dentro, ainda sorrindo. Quando olhei pra frente, Alec já estava ao meu lado.
- Como... – Alec me tomou em seus braços de mármore e só pude ver vulto em minha volta. Olhei pro chão e mal conseguia vê-lo. Só sabia que estávamos indo muito rápido porque eu sentia o vento em meu rosto. Mas como assim?
Encostei a minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos. Eu estava prestes a ficar louca. Só queria prolongar aquele momento. Alec me colocou no chão.
- Pode abrir os olhos – quando abri percebi que eu estava tonta.
Olhei pra frente e estava diante de uma porta enorme. Seria impossível abrir aquilo. Mas quando achei que tinha visto tudo por hoje, uma garota a abriu sem dificuldade alguma. Fui entrando e vi três cadeiras do outro lado do pátio. Parece ser mais uma arena. Tinha arquibancada, que por sinal, não estava vazia.
Senti uma dor de repente. Não sabia por quê. E a dor aumentara, até que numa única palma, a dor cessou-se imediatamente. Eu estava no chão, com dificuldade em respirar, vi os três sorrindo, me olhando de cima, um veio em minha direção e ofereceu uma mão, para eu me levantar. Eu aceitei e quando dei por mim todos estavam em minha volta. Aqueles olhos vermelhos me assustaram me intrigavam. Esse que me ajudou a levantar estava com um sorriso de orelha a orelha, chamou Alec.
Era a mesma cena do meu sonho. Exatamente a mesma cena. Sem tirar nem por.
- Prazer em conhecê-la, Camily. Eu sou Aro, esses são Caius e Marcus – Aro falou indicando-os.
- Prazer – disse. Aro ainda estava segurando a minha mão direita.
- Você esta assustada, em pânico... – um dos caras me perguntou. Eu não saberia responder quem era.
- E porque eu estaria. É muito bom conhecer a família de Alec – procurei por ele, mas não o encontrei.
- Alec já volta – outro cara me comunicou.
- Será que devo falar a Camily? Seria muito bom...
Os três ficaram alguns instantes em silêncio. O que eles pretendiam me dizer?
- É, tem razão – não ouvi-lo conversarem nada!
- Minha cara, você acredita na lenda de Volterra? E de Forks?
- Eu? Claro que não. Não existe e nunca existiram vampiros. E muito menos lobisomens. Você não acha?
- Eu não acho. Ninguém aqui acha – Aro disse entre risos – existem vampiros sim. Nossa família são vampiros. Se eu te provar promete que não conta pra ninguém?
Eu ri alto. Vampiros? Existem também bruxas, saci pererê, alienígenas.
- Se existe bruxas, saci pererê, alienígenas eu não sei. Não vi nenhum deles por enquanto. Nesses últimos dois mil anos – como Aro sabia que eu estava pensando isso? – ora minha cara, é muito fácil responder sua pergunta. Eu sei por que sou um vampiro.
- Impossível – espera lá. Ele falou a mais de dois mil anos?
- Sim. Mais de dois mil anos. Vampiros não envelhecem, por isso não morrem. Bom não tão facilmente.
- Prove se você conseguir! – essa eu queria ver.
- Com todo o prazer. Já percebeu que nossos olhos são vermelhos. E não são lentes – eles abriu mais os olhos e deu pra perceber que não havia nada – somos brancos e pálidos. Quando Alec te trouxe, em uma velocidade incomparável, Heidi abriu aquela porta pesada sem nenhuma dificuldade, você esqueceu por alguns minutos a conversa que teve com Alec hoje, até o próximo encontro... Quer mais evidências?
É. Nada tinha cabimento. Será realmente?
- E você ainda duvida?
- Só existem vocês de vampiros?
- Não. Os Cullen, por exemplo, são vampiros – comparei essas características com a família de Nessie. Mas os olhos não se encaixavam...
- Boa. Os olhos. Os Cullen têm uma alimentação diferenciada de nós. Eles bebem sangue de animais. Por isso é dourado.
- E o que vocês se... Alimentam que ficam com os olhos vermelhos – perguntei e logo em seguida me arrependi. Humanos.
- Correto. Mas não se preocupe, já estamos saciados por hoje.
- E então, o que querem de mim?
- Como assim? Não era você que queria nos conhecer – Aro disse ironicamente.
- Sim, mas, por que me contou sobre...
- A nossa espécie? Ora tenho uma proposta a fazer a você.
- Que proposta?
- E se você aceitar poderá entrar pra nossa família e poderá viver perto de Alec – Olhei Alec. Ele estava longe. Mas ele me olhou assustado. Como se tivesse escutado o que Aro havia me dito. Alec estava ao meu lado, agora com um sorriso. Abraçou-me, mas logo correu para a arquibancada.
- Desculpe-o. Mesmo saciados, ainda é difícil... – percebi que meus olhos estavam inundados. Percebi que eu estava com medo... – o que houve? Não vamos machucá-la. Eu te dou a minha palavra. Não permitirei que a machuque.
- Eu não estou com medo disso.
- Não? Então do que?
- De perdê-lo – olhei para Alec na arquibancada que num instante estava ao meu lado. Ele me abraçou e, minhas lágrimas aumentaram e se derramaram em meu rosto. Alec as enxugou com seus dedos frios. Arrepiei-me com seu toque. Ele riu – farei qualquer coisa pra ficar com ele – falei sem tirar os meus olhos dos de Alec.
- O que quero não é difícil. Seu dom é magnífico, por isso quero que você trabalhe conosco. Mas, será perpétuo, ou seja, você não poderá desvincular de nossa família de jeito algum. E se usar o seu dom contra nós terá um castigo – Aro olhou para uma garota e, de volta a dor. Gritei por Alec e ele estava ao meu lado, me abraçando. A dor então parou. Aro riu. Alec me ajudou a levantar
- Eu sei como é dolorido o dom de Jane.
- Dom? Jane? Quem é Jane – eu estava com a voz autoritária. Estava com ciúmes.
- Dom, todos os vampiros tem, e o seu Aro está cobiçando. E Jane tem o dom de fazer quem ela quiser sentir dor, sem ao menos tocar na pessoa – o que queria saber na verdade ele não fala. Ele está me enrolando?
- Quem é Jane? – não queria conhecê-la. Estava mais pedindo satisfação.
- É aquela garota ali ao lado de Caius. Ela é minha irmã – Jane nos olhou e no mesmo instante estava conosco.
- Prazer Camily. Será um prazer também tê-la nos servindo. Não pense que é fácil, que é moleza. Pois não é. Terá que servir quem a pedir, sem contrariar nem reclamar.
- Estou disposta. Acredite – lembrei da família de Nessie – Eu posso ao menos ir pra casa pra me despedir de minha mãe? Renée e os outros devem estar preocupados...
- Poderá sim – Aro me respondeu – já que você prometeu Servidão pra sempre. Quando estiver preparada iremos buscá-la. Agora você não poderá mais se arrepender entendeu?
- Eu tenho o porquê para me arrepender?
- Espero que não! Agora vá meu anjo. Alec levará onde estão seus amigos. Iremos te buscar em alguns dias. Não adianta você fugir, rastrearemos onde você estiver – Aro pegou minha mão e a beijou.
- Até – falei, com um sorriso de orelha a orelha.
Alec me pegou e fiz a mesma coisa quando ele estava me trazendo. Fechei os olhos e encostei-me a seu ombro. Seu perfume era excitante. Ele me beijou e me soltou. Abri os olhos. Encontrei o pessoal mais pra frente. Corri para não me perder.
- Não acredito. Já está noite. Não falem que amanha de manhã voltaremos pra Forks – Renée disse em pesar.
- Eu também me custo esquecer isso – Joe falou.
- Não sei vocês, mas eu estou morta. Não vejo à hora de cair na cama e dormir – eu estava num bagaço.
- Eu não estou cansada – Liza disse. Pela sua fisionomia parecia que não estava mesmo.
- Ela não é acostumada a viagens. E muito menos longa – Joe disse a Liza.
Voltamos para o hotel, tomei banho e corri pra cama. Quando estava quase num sono profundo, senti algo frio em meus lábios. Sorri.
Hoje fui a última a acordar. E foi preciso que me acordassem. Arrumamos nossas coisas. Deixei a minha bolsa aberta e fui ao banheiro pegar minha escova de dente e, quando voltei ao quarto, tinha um bilhete. Estranhei. Abri-o e li atenciosamente.
“Em um mês nos veremos novamente. E aí ficaremos juntos para sempre. É normal que você não se lembre sobre. Mas em menos de quarenta e oito horas você irá lembrar. Eu te amo.”
Não poderia ser pegadinha de Joe ou de Liza. Essa letra era muito perfeita e suave. Nem marcava e verso da folha. Guardei-o. Como diz o bilhete, me lembrarei em menos de quarenta e oito horas.
- Está pronta Camily? – Renée me perguntou.
- Sim estou.
- Então vamos? – olhei pela ultima vez o quarto e o hotel.
Bem que Alec podia estar aqui pra me despedir. Mas eu não vi mais ele depois daquele dia. Olhei para o céu sem ao menos olhá-la. Uma lágrima caiu em meu rosto. Abaixei a cabeça e a sequei. “Eu te amo Alec. Foi bom ter te conhecido” eu falei num tom baixo. Não tinha ninguém por perto pra dizer que eu era louca ou algo do gênero.
Então embarcamos no avião e a tortura começou tudo de novo. Como eu não havia dormido tudo no hotel. Fiz questão em pegar no sono. Afinal, saímos do hotel e ainda estava escuro. Só quando o avião ganhou ar que começou clarear o dia.

2 comentários:

  1. adorei a fic e estou esperando novos capitulos.

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  2. Quando sai os próximos capítulos? Estou ansiosa! Estou amando a história! *-*

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