23 de jul. de 2010

CAPíTULO 2

2. A TAL VIAGEM

Hoje o dia amanheceu chuvoso. Que novidade! Fui tomar banho antes que Joe e Liza acordassem. Que provavelmente irá demorar um pouco. Me permiti a demora no banho, não tinha pressa alguma. Agora deve ser umas sete horas da manhã.
Estou percebendo que gradualmente o meu horário de sono está diminuindo. Não entendi. Afinal, a porção fez ou não efeito em mim? Vovô Carlisle falou que sim, mas não estou percebendo nenhuma mudança em mim. Ainda sinto repulsa pela comida que faço. E eu fico aqui sem entender nada.
Após o banho, comecei a faxinar a casa, só pra matar o tempo, limpando com velocidade humana. Lenta.
Ouvi o coração de Elizabeth se acelerar, ela está pra acordar, e com certeza vai querer acordar seu irmão de susto com som alto.
- Não assuste seu irmão, Liza. – falei num tom alto
- Ah mãe, justamente a parte boa! Ele sempre leva na brincadeira e nem se assusta – ela falou decepcionada com a mesma reação de Joe toda manhã.
- Mesmo assim, filha! Não é muito agradável – falava já no tom normal, Liza já estava no mesmo cômodo que eu.
- Bom dia mamãe. Eu te amo – Liza me saudou com toda a empolgação do mundo.
- Bom dia, filha. Também te amo
- não me assusto porque o meu dom é melhor que o seu. – Joe falou mentalmente. Não percebi que ele estava pra acordar.
- há, há. Você que pensa. Maninho. Liza disse
- Sem discussões! – falei, olhando de lado para a Liza.
- Ok! Como foi o seu dia ontem, mãe? – Liza perguntou. Ela já foi pegando um balde com água e desinfetante e um pano, e começou a limpar os vidros da janela da sala.
- Quer que eu mostre ou conte? – perguntei já sabendo a resposta. Ela prefere que eu conte, ela gosta de ouvir imaginando a cena. Só vê quando ela quer ver algo especifico ou algum detalhe.
- me conte né mãe! Sabia. Não disse?
Relatei da nova amiga, do filme que assistimos, da mãe de Camily...
- A mãe tem sorte de ter amigos legais. – ela ta me bajulando? Ela deve querer alguma coisa. Mas porque me agradar assim, ela nem precisa, com o seu dom de persuasão, ela nem precisa dar essa volta. Até onde isso vai dar?
- Concordo! – Falou Joe – e eu não estou puxando o saco.
- é impressão minha, ou Liza quer alguma coisa e está preparando terreno? Ela nem precisa disso!
- porque o pedido dela precisa de tudo isso mesmo. Sente mãe, lá vem bomba. – disse Joe rindo, e me assustando.
- Fique quieto! Acabou com meus planos... Oops – Liza percebeu o que havia falado e se aproximou de mim, pra me persuadir, é claro. – foi mal, mãe.
- Diga filha o que você quer. Já estou sentada – devo me preparar, mas para quê?
- Éh... Mãe. Deixe. Depois eu falo – porque ela está com medo de falar? Ela não é disso. Deve ser bomba mesmo.
- Começou, termine! – Joe estava se divertindo com a situação de Liza. Ele a deixou de calças justas.
- Quero conhecer Itália – Liza despejou essa sobre mim. Ainda bem que eu já estava sentada.
- O que? E com quem a senhorita vai? – quem é que deu essa idéia absurda a ela?
- Com a bisa, mãe! – Liza falou com a voz mais doce e inocente do mundo.
- Olha mãe. Phil tinha esse plano, anos atrás, naquela época, aconteceu alguma coisa lá que não deu. – Lembrei-me do dia que me “hospedei” com os Volturi, e do motivo de Phil ter adiado esse plano. – e Phil ainda pretende ir. – Joe me explicou.
- E que é que te convidou? Phil, Renée ou... Você se convidou? – olhei a indagando
- É... Eu só... Falei que seria uma boa uma viagem para outro país, para quem mal saía de Forks. – Que estava mais populoso com as histórias de lobos e vampiros. Que já virou folclore da cidade.
- Bom, com a cabeça de vento da Renée eu fico preocupada, mas se Phil for também... – Liza foi abrindo um sorriso de orelha a orelha – talvez. Talvez – enfatizei – você possa ir.
Mesmo com o meu talvez, ela me abraçou e agradeceu. Pronto já me persuadiu. Como poderei falar não?
- Está bem, pode ir – Liza vibrou. Ela olhou para o Joe e mostrou-lhe a língua.
- Diz agora, qual é o melhor dom, irmãozinho – olhei indignada á Liza.
- Elizabeth Black Cullen – Liza me olhou assustada. Dificilmente a repreendo com tanta autoridade assim. - Pro seu quarto, agora! Irei Ligar pra sua bisa desmarcando a sua viagem. E você Joe, não tem vergonha de tirar sarro de sua irmã?
-Ah não mãe, eu...
- Sem mais um pio. Já pro quarto. – Olhei para o Joe, brava.
- Fui! – Joe correu para o seu quarto também.
- Porque Liza bateu a porta do seu quarto, e chorando - Jak perguntou, acabando de chegar. Mostrei-o toda a conversa e a discussão.
- Mãe autoritária essa. Ui! – Jak falou indo em direção ao quarto de Liza.
- Jak, não vá agradar ela. Já é difícil repreende-la com o seu dom. Se você for irá me desautorizar!
- Ok Mamãe Black... Cullen.
- esqueceu algo pra voltar pra casa?
- Não... – Jak me olhou confuso – viu que horas são?
- Não – peguei meu smart e vi. – doze horas? Já? E eu nem fiz nada pro almoço.
- Pode começar agora. Irei voltar com o bando ás quatorze horas.
- Quer algo em especial?
- O que você fizer será especial – meloso
- Que tal... – pensei um pouco. Quero fazer algo diferente e fácil de fazer. – lasanha?
- Hum... Ótima idéia!
O lado bom de cozinhar, é que me acalmava. Agora já estava acostumada com o cheiro todo de leite e carne. Mas claro, foi o que mais me alimentei nas duas gestações.
Deixei a lasanha na mesa e avisei Jacob para não comer tudo, que era pra deixar pras crianças também.
Fui ao quarto de Joe, avisei-o pra ir almoçar e em seguida fui ao quarto de Liza. Bati na porta, mas nada. Abri e percebi que ela estava ouvindo o seu iphone no volume máximo. Ao perceber minha presença, abaixou o volume, mas não me dirigiu nenhuma palavra.
- Filha, você sabe que eu não gosto de chamar a sua atenção de vocês, e não como fui agora pouco. Mas me entenda, você precisa ser repreendida do que faz errado.
- É eu sei. Como você poucas vezes faz isso, assusta. Eu sei, é pro meu próprio bem. Mas ainda sim. Mãe, só uma coisa, pode me repreender como quiser, mas não faça isso em frente de meus amigos, ou até em estranhos. Tá bom?
- Sim. E você filha, está brava com a mamãe. – fiz aquela cara de cachorro sem dono. Cachorro se dono! Agora é hilário!
- Claro que não mãe. Eu te amo.
- Obrigada. Eu também te amo.
Abraçamos-nos, e me lembrei da lasanha na mesa. Se é que tem ainda alguma coisa.
- Ah! Fiz lasanha. Corra antes que seu pai e seu irmão comam tudo. Se é que já não terminaram...
- Ah não acredito! – Liza correu pra cozinha.
Enquanto eles comiam. Fui adiantando uns trabalhos pendentes. Quando Jacob entrou no quarto já era treze e trinta da tarde.
- Sua lasanha estava ótima, amor.
- Obrigada. Assistir canal culinário não é tão ruim assim. – nós dois rimos.
-Bom, já que a Forks High School declarou feriado hoje, vou levar Joe e Liza na Rose. Já que Liza disse que estava com saudade dela. E ela havia mandado um recado, pelo seu irmão Peter.
- Recado? Que recado?
- Que é para você mandá-los pra dar uma visita, que estava com saudade de vocês.
- Então leve. Marquei de pegar as meninas ás quinze horas. Já está quase na hora.
- Mamãe. A Senhora Ligou pra bisa desmarcando? – Liza me perguntou.
- Não filha. Mas eu pretendia ligar sim. Mas seu pai havia chegado pro almoço e esqueci.
- E a mãe ainda pretende desmarcar? – essa carinha partiu meu coração.
- Vejo isso depois, filha. Afinal, só você iria?
- Não. Joe também iria. Mas jogou toda a responsabilidade em cima de mim. – claro que iria. Ele não iria ficar de fora.
- Está bem. Agora vá. Seu pai está com pressa. Fale á Rose que irei visitá-la nesse final de semana.
- tudo bem.
Guardei meu material na bolsa. Jak pegou o classic para levá-los ao aeroporto. Agora tia Rosalie mora com Tio Emmett numa cidadezinha perto de Nova York. Então peguei o Montana. O carro mais simples de minha família. Dei risada
- Andie não irá também?
- Vai sim. É caminho pegar você primeiro.
Parei o Montana em gente da casa de Andie, buzinei. Ela demorou um pouco pra vir até o carro.
- Oi meninas. Desculpe a demora. É barra conversar com uma filha preadolescente – Andie riu.
- Oi – Andie e eu respondemos.
- Também tive uma pequena discussão com Liza antes do almoço. Ela quer ir á Itália com a sua bisa. Não sei se permito.
- Mas estando com algum responsável... Acho que não tem problema. – Andie disse.
- Esse é o problema. Renée é uma cabeça de vento. Não sei se Phil vai conseguir tomar conta de três crianças ao mesmo tempo.
- Converse com Bella, veja o que ela acha sobre isso.
- É sim eu irei. Mas se alguém responsável fosse junto também. – olhei para Camily e me veio uma idéia. Andie já foi pra Europa comigo e com a Bela. Agora ela tem Seth e Charlotte pra cuidar. Camily poderia ir. Bom, não irei falar nada agora. Vou conversar com Bella pra saber o que ela acha.
Já na Universidade Alright, a Sra. Reasons chamou Camily para conversar com ela. Então Andie e eu fomos as nossas salas. Logo bateu o sino pro começo das aulas.
Nas aulas, eu estava mais pensativa sobre essa viagem, me lembrei de Alec. Dava-me uma angústia de lembrar os seus olhos tristes, ao me ver partir de lá, e também só de lembrar que se eu tivesse ficado mesmo as três décadas com os Volturi, estaria sem o Jacob.
Enfim o sino tocou nos avisando do fim das aulas, por hoje, e me assustando.
No carro Andie e Camily tagarelavam alguma coisa sobre os tempos de colegial. Liguei o radio na minha estação preferida, FYI. E em uma hora, começou a tocar “Be my Escape” de Relient K. E nós três começamos a cantar animadas.
Deixei as meninas em suas casas e fui á casa de meus pais, para matar a saudade e conversar sobre essa história de viagem.
- Olha filha, nunca gostei de qualquer turismo á Itália. Muito menos á Volterra. – Bella me falava sincera – e Liza não vai se aquietar. E você vai ceder de qualquer maneira...
- Então Nessie, deixe ir. – meu pai me incentivou. Mas o “não” que tenho que falar á eles... – Falar não á eles é importante. Mas sempre dizer não, os deixa revoltados. E quanto ao seu convite a sua amiga, é muito bonito da sua parte filha, traga ela aqui para nós conhecermos.
- Vou dizer sim. Agora irei liga a ela convidando-a para a viagem.
- Esses seus pais, Bela, só inventam moda – vovô Carlisle falou, entrando na sala com a vovó Esme.
- Isso que me faltava. Uma criança cuidando de outra criança – mamãe falava entre risos.
Fui ao meu antigo quarto para ligar pra Camily. Que agora era de meu irmão mais novo, adotivo. Meus pais tiveram que mudar tudo, até o papel de parede.
- Oi Nessie – Camily atendeu.
- Oi Camily, Viu... – não vi, já passou. – se lembra que eu comentei com vocês da viagem á Itália que meus filhos pretendem fazer?
- Sim lembro. Por quê?
- Então, como eu queria que alguém fosse com eles... Bom, pensei em você... Se a sua mãe não ficar preocupada, é claro!
- Eu? – Camily estava alegre e, ao mesmo tempo, preocupada – Bom, vou conversar com a mamãe. Depois te ligo te dando a resposta.
- Bom acho que é só isso. Então me ligue, sem pressa.
-Ta bem. Obrigada Nessie.
- Por nada.
Quando voltei para a sala, Liza e Joe estavam com a tia Rose e Tio Emmett.
- Oi meu anjo. Estava morrendo de saudade de você – como estava morrendo de saudade do abraço de urso de tio Emmett e de tia Rose. – por que nos abandonou?
- Eu não tenho culpa se vocês foram morar a um dia de viagem – exagerei. Mas era longe mesmo. – E eu ia visitá-los nesse final de semana. Liza não deu o recado?
- Deu sim. Mas sabe como é sua tia, melodramática. – tia Rose deu um murro no braço de Emmett, que só deu risada.
- Eu não agüentava de saudade. Eu não podia vir?
- Não é isso tia. Eu também estava com saudade de vocês.
- Liza, Joe, venham aqui. – chamei-os.
- Sim mãe. – Joe veio. Liza estava mais atrás.
- Liguem pra bisa de vocês confirmando a viagem. – os dois sorriram.
- Sabia que a minha mãe não ia me decepcionar. – disse Liza, ao me abraçar.
- Obrigado mãe – Joe agradeceu.
- irei ligar pra bisa agora mesmo...
- Só um pouco Liza. Convidei a Camily para ir com vocês. Só estou esperando a confirmação.
- Que bom mãe. Podemos conhecer melhor a sua amiga. – Joe aprovou a minha decisão. Liza confirmou só com a cabeça, já com o seu iphone no ouvido.
Então ouvi o meu smart tocando. Era Camily.
- Oi Camily, e ai sua mãe deixou?
- Deixou, mas... – ela colocou condições?
- Mas o quê? Ela propôs condições?
- Não exatamente. É sobre nossas condições financeiras.
- Não se preocupe, já que eu te convidei, eu pago. – Camily respirou aliviada. Ela cochichou para sua mãe “ela disse que paga, sem problema algum”
- Bom ela deixou! Quando será a viagem? – ora de colocar o plano em ação.
- Não sei. Eu estava pensando, de trazer você aqui amanhã de manhã pra podermos planejar. Qual horário seria melhor?
- Depois das oito, pode ser?
- Pode sim. Então está combinado. Viu, vai conversando com a sua mãe quais dias ela acha melhor. – não queria criar nenhum problema com a Clara.
- Pode deixar. Eu converso sim. Até amanhã!
Seis e trinta da manhã já estava de pé. Terminei a minha dissertação sobre o ECA. Pedi ao Jacob levar as crianças na Andie.
Oito horas já estava em frente da casa de Camily. Não quis buzinar. Para não incomodar os vizinhos, fui até a porta e bati na porta.
- Olá Nessie, entre. Camily acabou de levantar. Pode subir.
Fui até o quarto de Camily. Suas roupas estavam em cima da cama. Ela estava indecisa com qual roupa ela vestiria hoje.
- Posso entrar – pedi a Camily.
- Oi Nessie, pode sim. - Sugeri que ela usasse uma blusinha azul e uma calça jeans que estava na cama.
- Minha mãe sugeriu a viagem pra daqui duas semanas. Ela estará de férias e poderá cuidar da casa. – Camily tagarelou. Já estávamos no carro a caminho da casa de Bella.
Foi na casa do vovô Carlisle que conversamos. Camily sugeriu pra daqui duas semanas. Liguei pra vovó Renée falando da sugestão. Ela concordou. Então já estava estipulado o dia.
- Nessie posso conversar com você? – meu pai queria falar sobre a Camily, imagino – Com certeza.
- sim... – fomos até o jardim que a tia Alice e a vovó Esme cuidam. Tinha mais Violetas do qualquer outra flor. Tinha algumas Tulipas e Orquídeas.
- Filha, a Camily é uma garota muito educada, meiga. De total confiança. Só está passando por alguns problemas na família.
- Que problemas pai?
- Deixarei você saber por ela mesma! Mas pode confiar nela.
- Nessie – Camily me chamou – desculpe atrapalhar a conversa de vocês. Minha mãe me ligou...
- Ah já te levo.
No Carro, Camily estava nervosa, senti que ela precisava desabafar.
- Algum problema com sua mãe?
- Com minha mãe, não exatamente. É com o meu pai.
- Quer falar sobre isso? Desabafar é bom.
- Na verdade esse problema não é novo, mas ainda me preocupa. É o meu pai. Ele tem problema com o alcoolismo. E ele perturbou novamente minha mãe, hoje.
- O que ele a disse?
- O de sempre. Ele não admite que seja alcoólico. Que ele pára quando ele quer. Que minha mãe se separou porque tinha relacionamento extraconjugal e viemos morar com o tal cara aqui em Forks á dois anos. Ele não vê que o problema na verdade é com ele.
- Nossa! – o que eu posso falar diante disso...
- E que para não admitir a ele esse outro relacionamento, ele diz, que colocou a culpa da separação no alcoolismo. Que eu só vim com ela pra cá porque ela havia mentido pra mim, colocado eu contra meu pai, sem motivos. – parei em frente de sua casa.
- Mas reze que tudo vai se ajeitar. Você vai ver!
- Obrigada Nessie por tudo.
- Por nada.
Voltei pra casa pensativa. Ela com problemas e nem demonstrava...
- Jacob?
- Nessie, venha ver meus dotes culinários... – Rose me chamou na cozinha.
- É você que está cozinhando? Aprendeu com quem?
- Aprendi com uns gringos. Eu tinha que disfarçar... – Andie riu. Não havia percebido que ela estava aqui.
- Andie, você por aqui?
- Quando eu estava trazendo o Joe e a Liza, a vi no caminho e a convidei pra vir.
- Que bom que você está aqui...
Camily me ligou me avisando que não irá pra universidade hoje.
Algum problema com Camily – Andie perguntou, preocupada com aminha conversa com Camily.
- Problemas familiares.
- Vixii! Bem, talvez essa viagem a ajude a se esquecer um pouco dos problemas. – Andie disse pensativa.
- É mesmo.
Andie almoçou conosco, se assim pode-se dizer. A ajudei em alguns trabalhos, e fomos a universidade, mas estava fechada. Parece que uns alunos estavam protestando alguma coisa de seus cursos.
- Que pena que não teremos aula com o Sr. Wilbert – Andie disse ironicamente. Demos risada.
Deixei Andie em sua casa. E aproveitei a tempo de folga e fui ao mercado, reabastecer o armário.

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