24 de jul. de 2010

CAPÍTULO 3

3. COLOCANDO FORA DOS EIXOS

CAMILY...
P
or incrível que pareça. O céu estava sem nuvens e o sol estava lindo. Tudo estava a favor.
- Vamos Camily. Você não quer se atrasar, na é? – Edward veio me buscar. Nessie estava com as crianças.
- Tchau mãe! Amo-te.
- Tchau filha. Também te amo. Boa viagem.
Edward foi buscar seus netos na casa de Nessie.
- Se comportem. Não façam seus bisos se preocuparem com vocês.
Edward pagou nossas passagens e nos embarcou. Ainda bem que eu já tinha o meu passaporte. Pretendia fazer intercâmbio quando estava no colegial.
Chegamos a nosso vôo com pouco tempo de folga,e então a tortura começou. O avião permaneceu na pista enquanto as comissárias de bordo andavam, sem preocupação, de um lado para o outro no corredor, dando tapinhas nas malas no compartimento no alto, para se assegurar que estavam tudo ajustado. Enfim entramos em vôo.
O avião pousou em Jacksonville. Joe e Liza correram ao encontro de Renée e Phil.
- Essa que é a bela Camily? – Phil disse. Fiquei um pouco constrangida.
- Bela, não. Mas eu sou Camily sim.
- Prazer em conhecê-la e, tê-la conosco nessa viagem.
- Igualmente!
Tivemos de correr para pegar nossa conexão, mas foi bom, não precisaríamos esperar. Assim que o avião ganhou o ar, todos estavam se ajeitando para dormir, seria uma viagem longa e cansativa. Eu não conseguia dormir, estava muito ansiosa. Mas enfim, com todo custo, consegui dormir.
- Camily, já chegamos – Liza me acordou, meus sentidos demoraram pra voltar. Meu sono era pesado.
- Enfim em terras italianas – Joe disse empolgado.
Um Classic Honda vermelho nos esperava. Joe falou algo ao motorista italiano, e ele entregou a chave do carro ao Joe.
- Esses motoristas são lerdos, prefiro dirigir por mim mesmo!
- Nada disso. Você ainda é menor de idade e não tem carteira de motorista. Quer acabar com a nossa viagem indo parar numa delegacia?
- Chame-o de volta. Não queremos nos preocupar com nada além dos nossos.
- Ok vocês venceram.
A cidade de Florença e a paisagem de Toscana disparavam numa velocidade de borrão. Se isso é lendo então como seria rápido...
-Chegamos a Volterra. Agora iremos andando.
- Ah! Já havia me esquecido. – Liza falou se dirigindo á mim e tirando alguma coisa de sua bolsa – Nessie comprou essa câmera á você. Camily, para você registrar tudo e mostrar a sua mãe depois. – era uma câmera de 12 Megapixels, vermelha, á bateria.
- E tem três baterias reserva na bolsa de Liza. Quando acabar é só pedir que a Liza troca – Joe me avisou.
Liza me ensinou como se manuseava a câmera. Aprendi rápido. Fui tirando muitas fotos, enquanto o guia turístico de um grupo contava as história do lugar. A história que me lembro era que no dia dezenove, não sei de que mês, é o dia de São Marcos. Segundo a lenda, um missionário cristão, o padre Marcos, expulsou todos os vampiros de Volterra há mil e quinhentos anos. Vampiros. Hilário. Só podia ser lenda mesmo.
Fitei os antigos muros castanho-avermelhados e a torre do relógio, segundo o guia, Palazzo dei Priori. Senti um arrepio.
- Liza, você acredita em vamp... – cadê a Liza? Cadê o pessoal? Não acredito que me perdi deles!
Olhei em minha volta tentando procurá-los, mas tinha muita gente e não conseguia encontrá-los. Tentei manter a calma, cedo ou tarde eles iria me encontrar, pretendia que seja o mais cedo.
Mas uma pessoa em especial manteve a minha atenção. Era um cara lindo, de porte “príncipe encantado”. Ele era loiro, pele branquíssima, com uma vestimenta pesada e escura. De repente ele me olhou, se fazendo alguma pergunta a ele mesmo. Pôs o capuz sobre a sua cabeça e veio em minha direção.
Meu coração começou a disparar. Ele estaria vindo para conversar comigo?

ALEC...

Após abater alguns humanos turistas, que, Heidi nos trouxe. Já saciado por alguns dias...
- Alec, vinte dos oitenta turistas já confirmaram pra daqui quinze dias. Nossos negócios vai de vento em poupa. – Heidi ainda não recuperou o baque de ter perdido uma caçadora de peso e de talento. Mesmo que ela não tenha trabalhado muito suas habilidades. Ela não me deixa esquecer isso
- Que bom Heidi – sem dar muita atenção a ela.
- não se preocupe Alec. De qualquer maneira, mesmo lá no fundo, bem lá no fundo, Nessie te ama... – Heidi disse entre risos. Ela não dá espaço pra eu esquecê-la. Isso é uma tortura.
É por isso que não acabaram comigo. Seria mais angustiante sofrer aos poucos. E como diz Aro, seria um desperdício.
Então decidi sair um pouco pra espairecer. Peguei minha capa e fiquei sob a torre do relógio. A praça estava cheia de gente. Mais turistas do que moradores.
Vi cada criança entojada, que me dava nojo. Vi um casal no maior “Love”. Diabos, até aqui me faz lembrar Nessie. Do beijo que ela me deu, que com certeza não mexeu com ela. Senão ela teria ficado comigo. Que, com a minha família, seria improvável e impossível.
Os humanos, para esquecer um amor, tentavam se apaixonar por outra pessoa. No meu caso, não sou humano, estou expressamente proibido de ter qualquer tipo de relacionamento amoroso ou afetivo. Na verdade, não sou só eu, mas todos estão proibidos.
Pra esquecer meus devaneios importunos, continuei a me divertir com os humanos. Ria discretamente para não chamar atenção.
Foi quando percebi que uma garota estava desesperada, provavelmente se perdeu de seu grupo. Bem feito, não ouviu ás orientações do guia. Ferrou-se. E a sua roupa, não era muito agradável aos olhos. Estava com a cara de cansaço, procurando se tranqüilizar, olhando nos monumentos. Não segurei e dei uma gargalhada.
Olhei para outro grupo que estavam discutindo, e voltei a olhar essa outra garota que, estava pasmada, olhando em minha direção. Não podia dizer se estava olhando realmente pra mim. Então coloquei o meu capuz um meu rosto e fui andando em sua direção. Seu coração se acelerou. Isso é tão engraçado.
Eu queria dar meia volta e voltar, mais algo em mim que não obedecia. Seria o juízo? Fui andando em sua direção, sem conseguir ao menos parar. Quando chegava cada vez mais perto da humana me apressava mais, involuntariamente.
- Percebi que você está assustada, algum problema? – para uma humana, ela era linda. O que é que eu estou fazendo?
- E-eu p-perdi m-meus ami-migos – ela gaguejou. Por que é que eu não senti graça nisso?
- E faz muito tempo? – Alec VOLTE!
- N-não sei, q-quer dizer, s-só percebi agora!
- E você está num grupo de turistas grande?
- N-na verdade estou com os filhos e avós de minha amiga.
- Hum! Qual é o seu nome? – que me importa o nome dela?
- Camily.
- Nome bonito!
- E você? Qual o seu nome?
- Perdão. Sou Alec. Moro aqui já faz algum tempo. E você, onde mora?
- Bom á dois anos moro em Forks, mas morava...
- Forks? Na península Olympic, a noroeste de Washington? – não acredito. Será possível. Até o destino está contra mim... – Cidade dos lobisomens e vampiros?
- Sim. Você conhece? Ah sim pelo o que falam...
- E você foi morar por causa das lendas? Você acredita nisso?
- Não acredito. Na verdade fui saber sobre isso quando já havia me mudado pra lá. Mas parece que Forks não é a única cidade com lendas sobre vampiros.
- Pois é. Quem as inventou são uns bandos de desocupados... O seu grupo é de Forks também?
- A Renée e Phil são de Jacksonville. Joe e Liza são de Forks como a minha amiga. – esses nomes não me são estranhos.
- E como é o nome de sua amiga – é impossível ela conhecer Nessie. Por causa da lenda de lá também, a população de Forks cresceu exorbitante.
-Nessie... – eu tive alucinação? Ela falou Nessie?
- Renesmée Carlie Cullen? – Camily me olhou surpresa.
- Você a conhece? Ma-mas como?
- Minha família e eu somos... Amigos dos Cullen.
- Que coincidência... – espera lá. Camily falou que está com a família de Nessie?
- Você está com os filhos dela aqui?
- Sim. É o Joe e Liza... Elizabeth.
- Camily! Graças a Deus que te encontramos. Mamãe vai brigar comigo por ter perdido você.
- Então você que é o Joe? – parece ter treze ou quatorze anos.
- Camily você falou sobre nós?
- Na verdade eu já conheço a sua família, os Cullen, quer dizer.
- Loiro, de porte elegante... Hum... Deixa-me adivinhar. Alec Volturi. Acertei?
-Correto! Sua mãe falou de mim? – Então não fui qualquer pessoa. Ela se lembrava de mim... – ou te mostrou?
- Sim ela falou...
- Mostrar? Como assim? – Esqueci totalmente da humana! Então ela não sabe de nossa espécie.
- Eles talvez tivessem alguma fotografia ou algo assim...
- hum!
- Camily quer comprar alguma coisa pra sua mãe? – Renée a chamou. Salvo pelo gongo.
- Você é louco ou o que? Ela não sabe da nossa existência. E eu não quero que a sua “querida família” interfira em nossa vida. – Joe guspiu as palavra. Ele fez o gesto das aspas com os dedos.
- Então eu preciso ir. Tenho um compromisso agora! – eu queria ficar. NÃO. EU NÃO QUERIA FICAR! – iremos caça... – eu e minha língua de trapo...
- Caçar? Onde na verdade? – Camily me perguntou. Ainda bem que os humanos também esse hábito. Não como o nosso, é claro.
- Em uma cidade ao lado... Foi muito bom em conhecê-los. Camily – peguei sua mão e beijei. Por que eu estou fazendo isso? Camily saiu cambaleando.
- Joe não se preocupe. Minha família não saberá que estavam aqui. – Camily foi tirando foto enquanto se recuperava. A câmera estava em minha direção.
- Duvido. Nem o seu amor pela mamãe você foi capaz de esconder. – assenti.
- Nesses anos trabalhei muito com o meu dom. – fui me retirando – eu aprendi a lição.
Enquanto eu voltava à torre, senti que a câmera acompanhava os meus passos. Pode ouvir até o som irritante do Zoom sendo ativado, no máximo. Quando entrei, parei por um instante. Olhei a Camily e ela estava com um sorriso radiante. O que é que eu estou falando? Ainda bem que aprimorei meu dom. A partir de agora nem eu saberei o que acabou de acontecer.

CAMILY...

Alec. Nome diferente e ao mesmo tempo fascinante. Ouvi meu celular tocar. Era Nessie...
- Oi Camily.
- Oi Nessie. Você não morre tão cedo?
- Como assim? Estavam falando de mim? Pode me contar.
- Adivinha com quem acabo de conversar? – Nessie ficou quieta. Ou será meu celular que ficou mudo? – Nessie,você está ai?
- Estou sim. Eu conheço essa pessoa? – ela estava nervosa.
- Ele disse que conhece você e sua família, quer dizer, os Cullen. Até o Joe o reconheceu...
- Ele? Quem é esse cara? – seu nervosismo cada vez era maior.
- Ah! Não seja estraga prazeres, pelo menos tente adivinhar! – brinquei, tentando descontrair.
- Pode me dar uma dica? – ela já estava impaciente.
- Começa com a letra... A. – ela demorou pra responder.
- Aro? – sua voz estava em pânico.
- Errado. Segunda chance.
- Alec? – ela estava ansiosa.
- E... Exata! Ele mesmo! - suspirei. Seu rosto era fascinante. Ainda bem que Nessie me deu essa câmera, a foto, mesmo com o zoom no máximo, ficou perfeito. Mais perfeito do que ele, impossível.
- E sobre o que vocês conversaram? – Agora ela estava mais tranqüila.
- Ah! De tudo um pouco. Quando chegarmos ai, te conto os detalhes.
- Está bem. Então está tudo bem?
- Mais perfeito impossível. Obrigada!
- Ok. Por nada. Vou ligar pro Joe então. Tchau
Quando desliguei, vi que a bateria do celular estava acabando. Precisava voltar pro hotel para recarregar. E já vi que era pra mais de dezoito horas. Em Forks deve ser em torno de treze horas. Contando cinco horas de diferença...
- Renée é mais de dezoito horas, e preciso por o meu celular pra carregar.
- è verdade, já está ficando tarde! Vamos então descansar.
No hotel, fui direto por o celular para carregar. Peguei uma muda de roupa e fui tomar banho. Depois, liguei o computador, peguei a câmera e o pendrive que vinha com a câmera como brinde. E enquanto passava as fotos ao pendrive, fui jantar. Quando sentei para comer, percebi que estava muito cansada e com fome. Quando estava acabando, ouvi alguns “hum” na sala. Terminei de comer e fui na sala pra ver o que era. Joe estava vendo as minhas fotos.
- Porque tirou foto de Alec? – esqueci desse detalhe.
- Agente não pode contar só com a memória. Tirei se eventualmente Nessie não lembrasse mais de como ele era.
- Hum... Sei, acredito.
- Agora chega. – tirei o pendrive e a câmera nem desativá-los corretamente.
- Porque está nervosa?
- Não estou nervosa, é só... – o celular de Joe toca. Salvo pelo gongo.
- Oi mãe, que saudade. – Nessie ligou agora para ele?
Então fui para a cozinha, lavar a pouca louça que havia.

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